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Estado de Minas

Conhe�a o plano de obras para recuperar �rea afetada pelo desastre de Brumadinho

J� de olho no per�odo das chuvas, Vale anuncia pacote de interven��es para evitar que rejeitos da barragem que se rompeu h� cinco meses voltem a ser carreados para o Rio Paraopeba, estabilizar estruturas e reduzir danos ao meio ambiente. Investimentos somam R$ 1,8 bilh�o


postado em 27/06/2019 06:00 / atualizado em 27/06/2019 08:33

Cortina de placas metálicas está sendo instalada na confluência do Ferro-Carvão com o Paraopeba: água ficará retida antes de passar por limpeza (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Cortina de placas met�licas est� sendo instalada na conflu�ncia do Ferro-Carv�o com o Paraopeba: �gua ficar� retida antes de passar por limpeza (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Cinco meses se passaram desde que a barragem B1 da Mina de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte se rompeu, matando quase 300 pessoas, e se tornando uma das maiores trag�dias socioambientais do pa�s. Enquanto 24 fam�lias ainda buscam seus parentes desaparecidos, a Vale tenta reduzir os danos causados. Ontem, a mineradora anunciou um pacote de obras de R$ 1,8 bilh�o com o objetivo de frear o carreamento de rejeitos para o Rio Paraopeba, estabilizar estruturas e reconstruir equipamentos p�blicos. A mineradora garante que j� faz um m�s que rejeitos n�o s�o despejados no rio, por�m faz obras para se preparar para a pr�xima temporada de chuva.

“Estruturamos nossos trabalhos com base nos princ�pios de repara��o integral, seguindo os protocolos de direitos humanos da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), que v�o desde pedido de desculpas �s v�timas, �s fam�lias e �s comunidades at� a garantia de n�o repeti��o. Ent�o, na fase emergencial, nossa prioridade foi o apoio humanit�rio (…) e, em paralelo, as obras na �rea ambiental para evitar o avan�o (dos danos)”, explicou o diretor especial de repara��o e desenvolvimento da mineradora Vale, Marcelo Klein. Para isso, a mineradora abriu v�rias frentes de obras para garantir a seguran�a geot�cnica das estruturas remanescentes da Mina C�rrego do Feij�o, a remo��o e destina��o adequada dos rejeitos e parte da recupera��o ambiental, especialmente do trecho atingido do Rio Paraopeba. Atualmente, dentro da Mina C�rrego do Feij�o, a Vale est� executando obras para refor�ar a estabilidade das estruturas remanescentes, entre as quais a barragem B6, e do material que permaneceu na Barragem B1. S�o 2 milh�es de metros c�bicos (m3) de rejeitos, que j� s�o preocupa��o para a pr�xima temporada de chuvas.

Para lidar com o risco, foi feito o Plano de Conten��o de Rejeitos, dividido em obras em tr�s trechos. Ao longo de 10 quil�metros entre a B1, na Mina C�rrego do Feij�o, e a conflu�ncia do Ribeir�o Ferro-Carv�o com o Rio Paraopeba, foram feitas interven��es no Trecho 1. � l� que est� concentrado o rejeito mais espesso. Estima-se que estejam depositados entre 6 milh�es e 7 milh�es de m3 do material que vazou da B1. At� agora, foram removidos cerca de 550 mil m3 de rejeitos, transportados para uma �rea dentro da Mina C�rrego do Feij�o ap�s vistoria do Corpo de Bombeiros.

Estação de tratamento já em operação, na qual a água passa por processo de filtragem e remoção de sedimentos antes de voltar ao rio(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Esta��o de tratamento j� em opera��o, na qual a �gua passa por processo de filtragem e remo��o de sedimentos antes de voltar ao rio (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


CONTEN��O Al�m disso, a mineradora trabalha com tr�s estruturas de conten��o para evitar que a lama chegue at� o Rio Paraopeba. S�o duas barreiras hidr�ulicas filtrantes, a BH0, conclu�da, e a BH1, com previs�o de finaliza��o em outubro; al�m do Dique 2, que tamb�m dever� ficar pronto em outubro. BH0 e BH1 s�o estruturas erguidas com a fun��o de reter os sedimentos mais grossos e, ao mesmo tempo, diminuir a velocidade da �gua que desce pelo Ribeir�o Ferro-Carv�o. J� o Dique 2 ser� respons�vel por reter o material depositado ao longo do ribeir�o, reduzindo a turbidez da �gua.

Ap�s passar pelas estruturas de conten��o, a �gua do Ferro-Carv�o ser� finalmente retida em um reservat�rio, formado por uma cortina de estacas-prancha – barramento constitu�do de placas met�licas –, pouco antes da nova ponte da Avenida Alberto Flores e da conflu�ncia com o Rio Paraopeba. Desse reservat�rio, a �gua � bombeada para a Esta��o de Tratamento de �gua Fluvial (Etaf), que j� est� em opera��o. Na Etaf, a �gua passa por processos de filtragem e remo��o de sedimentos e � devolvida ao Paraopeba, por meio do C�rrego Casa Branca. A �gua chega com valores acima de 20 mil Unidades Nefelom�tricas de Turbidez (NTU) e sai com �ndices abaixo de 15NTU, em m�dia. Os padr�es de turbidez aceitos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) s�o de at� 100NTU.

Marcelo Klein explicou que desde 27 de maio foi poss�vel interromper o dano ambiental por meio do fechamento das estacas-prancha: “Isso significa que o volume de rejeito que extravasou com o rompimento da barragem est� contido entre o ponto inicial da barragem e 6 quil�metros � frente. Ou seja, em vez de esse rejeito ser carregado pela �gua, contaminando o Rio Paraopeba, � desviado para a esta��o de tratamento”, concluiu. “Agora, o nosso desafio � concluir todas as obras de engenharia at� o per�odo de chuva para conter o rejeito e minimizar a chance de vazamento”, completou.

RIO Outra frente de interven��es para proteger o Paraopeba � dirigida para o trecho 2, que compreende a �rea entre a conflu�ncia do Ferro-Carv�o com o rio e o munic�pio de Juatuba, tamb�m na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. “A parte priorit�ria consiste dos dois quil�metros abaixo da ponte da Avenida Alberto Flores, onde � feita uma drenagem do rejeito depositado no rio”, explicou o respons�vel. O material retirado � disposto em tubos geot�xteis para desidrata��o. Outro trecho inclu�do na a��o � entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo, em Pomp�u, na Regi�o Central do estado. Nessa �rea, as a��es da Vale est�o direcionadas para reduzir o carreamento de rejeitos mais finos ao longo do curso do Paraopeba. Al�m disso, o monitoramento di�rio no rio continua, hoje em 66 pontos, cobrindo uma �rea de mais de 2,6 mil quil�metros de extens�o.

VAGAS A grande movimenta��o de m�quinas para trabalhar na constru��o de estruturas na �rea afetada pelo desastre em Brumadinho vai gerar emprego na regi�o. De acordo com a mineradora, a oferta de vagas dever� chegar a 2,5 mil no pico de obras. Atualmente, h� cerca de 1,3 mil trabalhadores atuando nas interven��es, sendo mais de 700 de Brumadinho e regi�o. “Estamos priorizando as pessoas da regi�o. Trata-se de um vetor importante de engajamento de retomada da normalidade da vida em termos de gera��o de renda”, afirma Marcelo Klein.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Fam�lias recebem casas provis�rias


A vida come�a a voltar ao normal para as fam�lias afetadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Cerca de 90% das v�timas j� deixaram os hot�is e foram realocadas em casas provis�rias. “Demos um passo importante neste �ltimo m�s: a realoca��o de fam�lias. Primeiro, entendemos o n�cleo familiar, a condi��o e seus h�bitos. As pessoas atingidas fazem visitas para ver com qual casa se identificam mais. Posteriormente, s�o feitas obras de adequa��o. Sair do hotel, que para muitos � desconfort�vel, � um grande passo para come�ar a retomar a rotina. A moradia definitiva vem com a indeniza��o. E esse � o pr�ximo passo”, explicou Marcelo Klein.

Cerca de 100 mil moradores do munic�pio e regi�o receberam indeniza��es emergenciais, em um total de 115 mil que fizeram agendamentos ou se cadastraram para ter acesso aos recursos. Esses pagamentos valem para todas as pessoas que residiam em Brumadinho em 25 de janeiro – data da trag�dia – ou moravam a at� um quil�metro da calha do Rio Paraopeba desde o munic�pio da RMBH at� a cidade de Pomp�u, na usina de Retiro Baixo. O acordo foi firmado com a Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais, o Minist�rio P�blico do Estado de Minas Gerais, a Defensoria P�blica do Estado de Minas Gerais, a Advocacia-Geral da Uni�o, o Minist�rio P�blico Federal e a Defensoria P�blica da Uni�o. Al�m disso, 267 pessoas receberam doa��o de R$ 100 mil.

J� em rela��o �s indeniza��es individuais, foram fechados cerca de 50 acordos por danos materiais e morais. Celebrado com a Defensoria P�blica de Minas Gerais (DPMG), o termo de compromisso prev� indeniza��o de danos materiais e morais, com promessa de ser uma solu��o c�lere e justa para danos individuais. A Vale informa que continua a receber pessoas atingidas que queiram discutir indeniza��es individuais, com a assist�ncia da Defensoria. Tamb�m foram assinados 192 acordos preliminares trabalhistas com representantes de empregados cuja morte tenha sido confirmada ou desaparecidos.

Detona��o investigada


A Pol�cia Civil analisa o impacto de detona��es ocorridas no complexo que abriga a Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, no dia do rompimento da barragem, e investiga se contribu�ram para o desastre. O inqu�rito que apura responsabilidades demonstra que houve explos�es em 25 de janeiro, data do colapso da represa. Em nota, a mineradora Vale informou que “n�o h� registro de detona��es realizadas em 25 de janeiro antes do rompimento da Barragem 1 nas minas do C�rrego do Feij�o e Jangada”. “As detona��es s�o inerentes � atividade miner�ria e as recomenda��es da empresa de auditoria eram conhecidas e consideradas pela �rea geot�cnica na execu��o das atividades no complexo", completou a companhia.



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