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Estado de Minas BRUMADINHO

Saiba como funciona o sequenciador de DNA que vai ajudar a identificar v�timas

Bombeiros e peritos avan�am na localiza��o e identifica��o de desaparecidos. Corpo achado ontem j� est� no IML, que receber� equipamento para confirmar an�lise do DNA de segmentos


postado em 06/07/2019 06:00 / atualizado em 06/07/2019 08:15

Ricardo Araújo, Thales Bittencourt e Adriana Abreu, da equipe do IML, que já identificou 91% das vítimas (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PRESS)
Ricardo Ara�jo, Thales Bittencourt e Adriana Abreu, da equipe do IML, que j� identificou 91% das v�timas (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PRESS)

O trabalho incessante do Corpo de Bombeiros na busca por pessoas desaparecidas devido ao rompimento da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Grande BH, e o esfor�o de peritos para identific�-las continua dando resultados. Um corpo foi resgatado nessa sexta-feira pelos militares, pr�ximo � �rea administrativa, a cerca de cinco metros de profundidade. � o segundo localizado esta semana. Foi achado um tronco com cabe�a e os membros superiores. A arcada dent�ria est� presente, o que facilitou a identifica��o e reduziu para 22 o n�mero de desaparecidos. A identifica��o foi feita pelo Instituto M�dico-Legal (IML), onde 137 segmentos ainda est�o sob investiga��o. Equipamento que permite an�lises mais avan�adas est� sendo aguardado para os pr�ximos dias.

As an�lises preliminares de DNA, entretanto, d�o ind�cios de que � pouco prov�vel a identifica��o de novas v�timas, ou seja, pessoas cuja morte ainda n�o tenha sido confirmada, por meio desse material. A conclus�o foi apresentada pelo m�dico-legista Thales Bittencourt, superintendente de pol�cia t�cnico-cient�fica da Pol�cia Civil de Minas Gerais. A informa��o foi repassada em entrevista coletiva para detalhamento do processo de identifica��o de Carlos Roberto Pereira, de 62 anos, funcion�rio terceirizado da Reframax nesta semana. At� o momento, o IML identificou 91,5% dos corpos. Dos 270 desaparecidos, 247 foram localizados e identificados.

“O IML faz procedimentos t�cnicos. Temos que ter celeridade, mas tamb�m seguran�a nos atos. A equipe est� empenhada, diuturnamente, em trazer o resultado para as fam�lias. Entendemos a import�ncia de nosso trabalho para dar esse alento �s fam�lias”, diz o superintendente. Est�o empenhados na tarefa, ao todo, 200 servidores do IML e 40 do Instituto de Criminal�stica, em especial o Laborat�rio de DNA, e da Se��o de Crimes contra a vida, al�m de peritos contratados pela Vale.

Dos 137 segmentos em an�lise, 30 tiveram a primeira identifica��o de DNA e aguardam a segunda, uma checagem do resultado, como determina o protocolo legista. “S� vamos poder afirmar que n�o h� indiv�duos novos nesses segmentos quando conseguirmos terminar a an�lise de DNA”, diz. Em outros 30, n�o foi poss�vel obter o DNA com o emprego a tecnologia de que o instituto disp�e.  Est� sendo aguardada a chegada do Ilumina, equipamento importado que faz sequenciamento de DNA de forma mais avan�ada, prevista para o dia 15. Os m�dicos legistas dizem que, dificilmente, os segmentos podem ser de algu�m n�o identificado. “An�lises preliminares, mas ainda n�o confirmadas, apontam que n�o s�o indiv�duos novos”, afirma o superintendente. No caso de serem segmentos de corpos j� identificados, muitas vezes de v�timas sepultadas, fica � escolha das fam�lias ser ou n�o comunicadas.

Doa��o da Vale


O equipamento Illumina, doa��o da Vale, ser� incorporado ao patrim�nio da Pol�cia Civil. "� um equipamento caro. A Pol�cia Civil n�o tinha at� o presente momento e desconhecemos que alguma Pol�cia Civil do Brasil tenha esse equipamento", informou o superintendente. A compra do sequenciador foi uma indica��o do Minist�rio P�blico, feita dias depois do rompimento da barragem. "Esse equipamento � importado, foi solicitado h� muito tempo, alguns meses, mas temos procedimento de importa��o que demora. Tr�mite de importa��o, encomenda e alfandeg�rio", disse.

O reconhecimento dos corpos das v�timas da Vale em Brumadinho trouxe desafios � equipe do IML n�o s� pela quantidade de v�timas.”� uma quantidade muito grande de casos para serem analisados em per�odo curto de tempo. A principal dificuldade � o sofrimento inerente a muitas fam�lias vitimadas”, afirma o m�dico-legista Ricardo Moreira Ara�jo, chefe do setor de tanatologia forense.

Na primeira semana ap�s o rompimento, entre os dias 25 e 31, foram 69 identifica��es. No segundo m�s, fevereiro, o n�mero chegou a 118. “� medida que o tempo est� avan�ando o grau de dificuldade tem aumentado. O tipo de amostra que chega para a gente � diferente das que analisamos no in�cio. Os corpos est�o mais segmentados. � um fator dificultador”, diz Ricardo.
Mas mant�m-se a esperan�a de outros casos semelhantes ao de Carlos Roberto, cujo corpo passou pelo processo de saponifica��o, com decomposi��o desacelerada. "A saponifica��o envolve o processo de prolifera��o de bact�rias nas partes moles do corpo, formando material untuoso e quebradi�o que parece um sab�o. Da� o nome de saponifica��o", diz o superintendente.

M�todos


A Pol�cia Civil disp�e de diferentes m�todos para fazer a identifica��o das v�timas: pelas digitais, pela arcada dent�ria e pelo exame de DNA. A identifica��o gen�tica � feita com material coletado dos familiares ou em pertences da pr�pria v�tima, como c�lulas que podem ter ficado em um pente, por exemplo. A sequ�ncia de material dos parentes � comparada com a de DNA encontrada no segmento de corpos. O termo t�cnico usado para falar da compatibilidade entre os dois materiais � o “match”. S�o necess�rios dois “matchs” para confirmar a identifica��o, conforme explica Thales Bittencourt.
No processo de identifica��o de Carlos Roberto Pereira, o superintendente explicou que n�o foi poss�vel colher a impress�o digital tendo em vista que n�o havia as pontas dos dedos. "Passamos para o processo de odontologia legal, que � a an�lise da arcada dent�ria. Foram feitas fotos da arcada dent�ria, comparadas pelo m�todo de sobreposi��o no computador com imagens antigas da v�tima sorrindo e com isso foi poss�vel afirmar com precis�o que se tratava de Carlos Roberto Pereira, de 62 anos", diz.


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