Quantos passos s�o necess�rios para percorrer todo o Hipercentro de Belo Horizonte? Talvez ningu�m tenha se disposto � tarefa de medir o per�metro, mas, certamente, nos dias 20 e 21 de julho, n�o faltar�o p�s para percorrerem a regi�o, que receber� a programa��o da Virada Cultural de Belo Horizonte.
Nesta quarta (10), foi apresentada ao p�blico a progama��o. Explore o mapa interativo com as atra��es e programe-se. Atra��es como Daniela Mercury, Moraes Moreira e Djonga s�o os headliners de palcos, mas o evento foca tamb�m na experi�ncia de um novo olhar para o Centro da cidade, com atra��es locais em 24 horas de programa��o.
CAMINHAR
Caminhar pela cidade � uma das prerrogativas para quem quer assistir �s 440 atra��es distribu�das em 25 espa�os, sendo 10 palcos e outros 15 locais alternativos. S�o esperadas mais de 500 mil pessoas para as 24 horas ininterruptas de atra��es. A experi�ncia de ir de um palco ao outro, de uma apresenta��o a outra a p�, faz com que o cidad�o vivencie a cidade de maneira bem diferente de quando passa por l� a trabalho ou com algum prop�sito que n�o o lazer.
A experi�ncia de passear pelo centro da capital sem concorrer com os carros ser� maximizada nesta edi��o. Mais vias ser�o fechadas para o fluxo de carro, ficando livres para o pedestre: a Avenida Afonso Pena, do Pal�cio das Artes ao Terminal Rodovi�rio, Avenida Amazonas, Rua Esp�rito Santo, parte da Rua da Bahia e da Rua S�o Paulo, al�m do Viaduto Santa Tereza.
Quem passou pelo quarteir�o fechado da Rua Rio de Janeiro na Pra�a Sete, nesta manh�, pode assistir a algumas das atra��es da maratona cultural que tomar� conta da cidade. Pole dance, skate, m�sica eletr�nica, dan�as urbanas.
A pole dancer Ta�s Daher, de 27 anos, equilibrou-se na barra em plena Pra�a Sete sob os olhares de curiosos que tentam entender o que � preciso para desafiar a gravidade de maneira t�o graciosa. “� uma dan�a, um esporte. Tem que ter for�a, mas todo mundo pode fazer”, garante. Ela integrar� o cortejo Se essa rua fosse minha, que reunir� artistas das mais variadas artes, inclusive a circense. Tamb�m participam da interven��o urbana o professor de arte Gustavo Gomes e pole dancer Let�cia Cangussu, de 25.
VIADUTO SANTA TEREZA
A pulsa��o parte do Viaduto Santa Tereza, local desafiado desde os anos 1920 por artistas. Se naquela �poca, o poeta Carlos Drummond de Andrade surprendia ao andar sobre seus arcos. Nos anos 2000, no baixio, o desafio se apresenta no Duelo de MC's, um dos movimentos culturais mais vitais da capital nos �ltimos anos e que mostrou � cidade o m�sico Djonga, revela��o do rap nacional, que est� entre os principais nomes da programa��o. “N�o vou perder o show do Djonga, da Daniela Mercury. Tem grupos novos que tamb�m estou bem curioso”, revela Juca.
Bem l� no Viaduto, a skatista Lorena Fernanda, de 24, apresenta manobras. No local, tamb�m haver� aulas para quem quer mais que se equilibrar sobre o skate, das 8h �s 14 do dia 20. “� a primeira vez que vou acompanhar a virada. Participei da Virada de S�o Paulo. � oportunidade de mostra nosso esporte, um estilo de vida. A Virada � muito importante para a cena local”, diz.
RETOMADA
A virada n�o foi realizada no ano passado, o que aumenta a expectativa para essa edi��o. “N�o fizemos no ano passado, n�o t�nhamos as condi��es de fazer, principalmente de recurso. Agora, conseguimos os mesmos recursos da �ltima virada, que foi um sucesso”, afirmou o secret�rio municipal de cultura Juca Ferreira.
Pela primeira vez, o evento foi pensado e produzido colaborativamente com organiza��o da sociedade civil. O Instituto Perif�rico foi a organiza��o respons�vel por elaborar toda a programa��o. A diretora-presidente Gabriela Santoro destaca que as escolhas art�sticas foram feitas para que as pessoas possam ser surpreendidas, quando se deslocam de um palco a outro.
Ela espera que as pessoas vejam a cidade em outra perspectiva, com possibilidade de contemplar os monumentos, como n�o se pode fazer na correria do dia a dia de trabalho. “Queremos agu�ar os sentidos das pessoas para o potencial cultural desse espa�o. Fizemos a curadoria de conte�do para proporcionar essa viv�ncia, novas sensa��es. Queremos que a virada contribua para o resgate o la�o afetivo com essa zona da cidade”, afirma. � o que j� come�ou a fazer a dona de casa Eva Agdar, de 62 anos, e o marido Avelino Lino da Silva, de 68, pararam para ver as atra��es e gostaram do que viram. “Muito bonito”, disse em rela��o �s pole dancers.
VIRADINHA
As atra��es contemplam p�blico de todas as idades, de crian�as a idosos, passando pela juventude. Na manh� de domingo, as crian�as tamb�m ser�o contempladas com a programa��o no Parque Municipal Renn� Giannetti. Se inscreveram mais de 1,5 mil artistas. “A virada � um evento que disponibiliza para a cidade mais de 400 eventos no centro. Possibilitam que o centro seja vivenciado de maneira nova. Tentativa de culturalizar o centro”, afirma Juca.
Para que as pessoas possam circular pelo hipercentro, o secret�rio garante que todos os servi�os foram colocados para que o cidad�o tenha a melhor experi�ncia. “Limpeza, seguran�a, sa�de. Estamos na coordena��o todos os setores. � o empenho da prefeitura para que seja um grande evento”, diz.
