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Estado de Minas

Saiba tudo sobre o v�rus que provoca doen�as respirat�rias graves em beb�s e idosos

Causador de bronquiolite, VSR provoca 54% das s�ndromes respirat�rias agudas graves em Minas Gerais e j� matou 11 pessoas. Crian�as de at� 6 meses e idosos s�o os mais afetados


postado em 20/07/2019 06:00 / atualizado em 20/07/2019 09:53

Aos 2 meses, Pedro enfrenta sua segunda hospitalização depois de contrair o Vírus Respiratório Sincicial e desenvolver bronquiolite(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Aos 2 meses, Pedro enfrenta sua segunda hospitaliza��o depois de contrair o V�rus Respirat�rio Sincicial e desenvolver bronquiolite (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
As doen�as respirat�rias est�o no auge e quem pensa que a influenza � tudo, se engana. Um perigo maior ainda ronda todos nesta �poca do ano e amea�a de morte, principalmente, crian�as com idade abaixo de 6 meses e adultos maiores de 65 anos.

 ï¿½ o v�rus sincicial, que j� responde por 54,4% das s�ndromes respirat�rias agudas graves (SRAG) em Minas Gerais, em 2019, se configurando como o mais importante do per�odo. Sem vacina espec�fica, a preven��o inclui cuidados b�sicos de higiene e imuniza��es direcionadas a outras enfermidades, mas que ajudam ainda a evitar doen�as associadas e complicadoras, caso da pneumonia.


O V�rus Sincicial Respirat�rio (VSR) � um dos principais agentes das infec��es que acometem o sistema respirat�rio de crian�as que est�o sendo amamentadas e as menores de 2 anos de idade, sendo respons�vel por at� 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os per�odos de sazonalidade. A doen�a ocorre tanto no hemisf�rio norte quanto no sul.

Na por��o superior do globo, � mais comum entre dezembro e janeiro, enquanto na parte inferior o pico � de junho a setembro.

De acordo com o �ltimo boletim da Secretaria de Estado de Sa�de (SES), dos 410 casos de s�ndromes respirat�rias agudas graves notificados, 169 foram confirmados por influenza, 140 deles pelo temido H1N1. E 241 deram positivo para outros v�rus respirat�rios – desses, 223 eram sincicial. As SRAG mataram at� o momento 49 pessoas, sendo 34 por influenza – 32 deles por H1N1 – e 15 por outros v�rus. Desses 15, o VSR foi respons�vel por 11.
 
Embora grave, � a primeira vez que a pesquisa por sincicial � computada, sendo poss�vel conhecer a propor��o de casos em que ele se associa a hospitaliza��o por SRAG no estado.
 
Segundo a SES, anteriormente, a identifica��o de v�rus respirat�rios em casos de SRAG hospitalizado abrangia apenas Influenza A e B e, para outros v�rus respirat�rios, somente em casos de �bitos e surtos de s�ndrome gripal. Este ano, a rotina da Funda��o Ezequiel Dias (Funed) passou a incluir, em todos os casos de SRAG hospitalizados a pesquisa de v�rus sincicial respirat�rio. Para os demais v�rus respirat�rios, a rotina ainda � fazer a identifica��o somente em caso de morte e surtos de s�ndrome gripal.
 
Carlos Starling ressalta que os dados da VSR sofrem o efeito na pr�pria vacina��o da gripe. “A imuniza��o contra a gripe diminui a incid�ncia de Influenza, mas, ao mesmo tempo, aumenta a import�ncia (estat�stica) do sincicial respirat�rio. Se n�o houvesse a vacina para Influenza, ele n�o representaria mais do que 25% dos casos”, afirma o coordenador do Servi�o de Infectologia do Hospital Lifecenter, Carlos Starling, da Sociedade Mineira de Infectologia.

Muta��es R�pidas 


O m�dico faz um alerta. Diferentemente de doen�as como a dengue e da pr�pria Influenza, cuja nova cepagem aparece de tempos em tempos ou, pelo menos, entre um ano e outro, no VSR pode haver mais de uma varia��o do v�rus durante o mesmo per�odo de incid�ncia, por causa de sua capacidade muito r�pida de sofrer muta��es – nesse caso, em quest�o de dias ou meses. Essa, ali�s, � uma caracter�stica que dificulta a obten��o de uma vacina, ainda em processo de pesquisa.
 
Documento da Sociedade Brasileira de Pediatria mostra que a maioria das crian�as � infectada no primeiro ano de vida e, virtualmente, todas ser�o expostas a ele at� o segundo ano de idade. Quest�es gen�ticas, como s�ndrome de Down, tamb�m abrem portas para o VSR. Os casos mais graves ocorrem em filhos de fumantes, que apresentam risco maior de complica��es respirat�rias. Quem tem asma tamb�m costuma desenvolver formas mais graves.

(foto: Paulinho Miranda/Artes/EM)
(foto: Paulinho Miranda/Artes/EM)


Tratamento


A boa not�cia � que h� tratamento, com o antiviral Ribavirina, imunoglobulina e alguns anticorpos usados em situa��es espec�ficas. “N�o s�o tratamentos convencionais, mas para situa��es mais graves”, diz. A contamina��o � por vias a�reas e pelas m�os das pessoas (veja arte).

As secre��es contaminam as m�os e ficam no ambiente por longo per�odo. Os sintomas aparecem entre quatro a cinco dias depois da infec��o. Outra caracter�stica letal da doen�a � o fato de ela ser uma infec��o viral pass�vel de complica��o por infec��o bacteriana.
 
“Uma gripe forte pode ser sincicial respirat�rio. Crian�as abaixo de 6 meses desenvolvem com muita frequ�ncia formas graves da doen�a e nesse grupo infec��es secund�rias por bact�rias s�o fatores complicadores”, relata.

Entre as bact�rias mais comuns est� a pneumococo, que pode levar a �bito. Da� a import�ncia da Pneumoc�cica 10 Valente, integrante do calend�rio nacional de imuniza��o, que previne contra pneumonia, otite, meningite e outras doen�as causadas pelo pneumococo. “O pr�prio sincicial provoca pneumonia e pode evoluir para pneumonia bacteriana”, explica Starling.
 
Os sintomas de infec��o por VSR s�o muito semelhantes aos da Influenza: febre, mal-estar e coriza. Mas sua caracter�stica marcante � provocar broncoespasmos (bronquiolite). O diagn�stico � laboratorial, nem sempre est� dispon�vel rapidamente nos centros de urg�ncia. “Esse � outro fator complicador, pois o paciente acaba tomando antibi�ticos para outras doen�as, o que n�o adianta.”

Drama de perto


As idas ao Hospital Infantil Jo�o Paulo II, localizado na Alameda Ezequiel Dias, no Hipercentro de BH, j� se tornaram rotina para Mara Alves Santos. O filho dela, Pedro, de apenas 2 meses, enfrenta um quadro de bronquiolite causada pelo V�rus Sincicial Respirat�rio (VCR).

“Esta � a segunda vez que ele est� internado. A primeira hospitaliza��o ocorreu quando ele tinha 20 dias de vida. O beb� ficou 12 dias no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e cinco na enfermaria. “Depois, meu filho ficou 13 dias em casa e voltou a ser internado, no �ltimo dia 10”, detalha.
 
Segundo Mara, os sintomas se manifestaram durante a amamenta��o. A crian�a apresentava dificuldades para respirar e gemia com frequ�ncia. O rec�m-nascido chegou a recusar o peito da m�e. “Ele chiava muito e, na primeira vez, eu procurei a maternidade onde ele nasceu. Na segunda, como eu j� conhecia os sintomas da bronquiolite, j� fui direto ao hospital”, conta.
 
As dificuldades vividas com o beb�, que nasceu com 37 semanas (oito meses e meio, aproximadamente) n�o s�o comuns na fam�lia, de acordo com a Mara. “Meu menino de 11 anos nunca sofreu desse problema. Teve algumas gripes e resfriados, mas nenhuma doen�a respirat�ria grave”.

Ela tamb�m lamenta o fato de a doen�a ser pouco conhecida no senso comum. “Nunca tinha ouvido falar na bronquiolite. Todo mundo conhece bronquite, mas a doen�a do meu filho � nos bronqu�olos”. (Colaborou Gabriel Ronan)


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