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Estado de Minas

Dengue matou 723 pessoas em Minas nos �ltimos 10 anos

N�mero de pessoas infectadas pelo mosquito na �ltima d�cada � capaz de lotar 32 est�dios como o Mineir�o


postado em 05/08/2019 06:00 / atualizado em 05/08/2019 10:22

Só de doentes que lotaram os postos de saúde e hospitais foram 1.983.347, o suficiente para encher 32 estádios do Mineirão(foto: NIAID/Divulgação)
S� de doentes que lotaram os postos de sa�de e hospitais foram 1.983.347, o suficiente para encher 32 est�dios do Mineir�o (foto: NIAID/Divulga��o)


A dengue � a epidemia provocada por doen�a tropical que mais matou pacientes em Minas Gerais nos �ltimos 10 anos, de acordo com a Sociedade Mineira de Infectologia e os dados da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) de 2010 a 29 de julho deste ano. Para se ter uma ideia da mortalidade dessa infec��o transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o n�mero de �bitos nesse per�odo (723) se compara a cinco jatos Embraer E195-E2, o maior avi�o de transporte de passageiros produzido no Brasil, com capacidade 146 passageiros por aeronave. A abrang�ncia tamb�m impressiona. S� de doentes que lotaram os postos de sa�de e hospitais – sem contar quem teve a doen�a e n�o procurou atendimento – foram 1.983.347 pacientes, o mesmo que 32 est�dios do Mineir�o com suas capacidades de 62 mil torcedores esgotadas. Em abril, a secretaria decretou Situa��o de Emerg�ncia em Sa�de P�blica nos munic�pios de abrang�ncia das Macrorregi�es de Sa�de Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Tri�ngulo do Norte e Tri�ngulo do Sul do Estado.

O ritmo da atual epidemia de dengue j� � o mais mortal e abrangente dos �ltimos 10 anos, segundo dados da SES. Levando-se em conta os 209 dias de 2019 apurados pela secretaria, mas frisando que os casos tendem a cair entre agosto e novembro, os 460.721 atendidos com a doen�a representam uma m�dia de 2.204 casos di�rios. Um volume 56% superior de pacientes frente ao ano de 2016, que at� ent�o apresentava a pior epidemia. Contando-se aqueles que sucumbiram ao mal, os 117 mortos neste ano representam 6,25% mais v�timas di�rias que os 208 de 2016, com um agravante: ainda h� 130 casos de �bitos que est�o sob investiga��o e podem fazer esse n�mero disparar.

Para a Sociedade Mineira de Infectologia, o entendimento � de que a falta de conscientiza��o dos cidad�os na preven��o da forma��o de ambientes prop�cios � reprodu��o do mosquito Aedes aegypti seja o motivo principal dessa situa��o alarmante, agravado pela insufici�ncia de campanhas preventivas do poder p�blico. “Tivemos v�rias epidemias nos �ltimos 10 anos. E interessante notar que a dengue mata poucas pessoas que adoecem, mas como atinge uma popula��o consider�vel, essa quantidade de �bitos se torna muito grande”, indica o presidente da sociedade, o infectologista Estev�o Urbano Silva. A chave para o enfrentamento dessa mol�stia sob o povo mineiro vem do pr�prio cidad�o. “Acho que ainda falta um engajamento maior da popula��o na preven��o. Tomar atitudes para erradicar os criat�rios do mosquito transmissor, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde o volume de pessoas afetadas por um foco costuma ser maior”, afirma.

Entre as medidas para se evitar que o Aedes aegypti consiga procriar e por seus ovos, o principal � eliminar a �gua parada e limpa acumulada nas resid�ncias e �reas p�blicas. A��es como manter caixas d’�gua tampadas, recipientes secos, bordas de vasos de plantas com areia, limpar calhas, drenar lajes e manter os sacos de lixo sem ac�mulo de �gua s�o importantes para impedir a postura dos ovos pelas f�meas do mosquito, sobretudo na �poca das chuvas.

N�o basta apenas saber o que fazer. Na vis�o do presidente da sociedade mineira de infectologia, as campanhas feitas pelo poder publico s�o importantes para manter as pessoas motivadas e ativas nessas a��es preventivas. “Se temos um n�mero de casos t�o alarmante, � poque as campanhas est�o insuficientes. Ainda n�o se conseguiu sensibilizar a popula��o para se cuidar em grandes capitais e regi�es metropolitanas”, destaca.

O m�dico afirma ser importante, tamb�m, aprimorar a vacina��o. “A vacina que dispomos ainda tem uma cobertura adequada, n�o sendo distribu�da pelo SUS (Sistema �nico de Sa�de) por alguns motivos. N�o pode ser dada para quem nunca teve dengue, pois essa pessoa pode desenvolver uma forma mais grave da doen�a caso venha a ser contaminado ap�s a imuniza��o. Assim, fica muito dif�cil a sua prescri��o. H�, ainda, restri��es para a faixa et�ria de idosos”, alerta. Outras estrat�gias, na vis�o do especialista, podem ajudar no combate aos focos, como medidas experimentais de soltura de mosquitos que n�o desenvolvem o v�rus causador da dengue para competir com insetos selvagens, reduzindo essa popula��o.
 

Batalha constante contra o mosquito

 

As a��es de combate e preven��o ao Aedes aegypti s�o realizadas durante todo o ano nos munic�pios onde se constata uma epidemia, como na capital mineira. Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), o trabalho de preven��o e combate consiste em visitas a im�veis, com o objetivo de informar, prevenir e acabar com focos do mosquito transmissor. “As visitas s�o feitas pelos cerca de 1,5 mil Agentes de Combate a Endemias. Em 2019, at� julho foram realizadas mais de 2,3 milh�es de vistorias pelos agentes”, informou a secretaria.

Agente da zoonose aplica produto em potencial foco de larva. Mortos em BH chegam a 19 este ano (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Agente da zoonose aplica produto em potencial foco de larva. Mortos em BH chegam a 19 este ano (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


Na capital mineira, o monitoramento � quinzenal, em cerca de 600 pontos estrat�gicos, com identifica��o de focos e aplica��o de produtos qu�micos. “S�o locais, que pela natureza, podem ter objetos ou estruturas que acumulem �gua, como floriculturas, ferros-velhos e cemit�rios. Estes locais s�o vistoriados a cada 15 dias”, informa a SMSA. Casos suspeitos notificados s�o georreferenciados e investigados. “Se houver indica��o t�cnica, ocorre a aplica��o do produto qu�mico a ultrabaixo volume por interm�dio de equipamentos costais motorizados, al�m da aplica��o de larvicidas e adulticidas de poder residual”. Cerca 1,7 mil armadilhas para coloca��o de ovos (ovitrampas) s�o instaladas quinzenalmente e recolhidas ap�s sete dias. “O acompanhamento permanente desses resultados auxilia no direcionamento das a��es de intensifica��o, al�m daquelas de rotina”.

Servi�os de atendimento aos pacientes


Para controle do mosquito transmissor, a SES afirma adotar medidas de apoio aos munic�pios que apresentaram aumento no n�mero de casos de dengue, zika e chikungunya. “A partir do decreto de situa��o de emerg�ncia dessa foi poss�vel mobilizar recursos de forma mais �gil para enfrentamento do Aedes aegypti e estrutura��o de servi�os de atendimento �s pessoas infectadas pelo v�rus causador da doen�a”, informou a pasta.

Foi formada uma for�a-tarefa com agentes da sa�de Estadual e da Funda��o Nacional de Sa�de (Funasa) para auxiliar a munic�pios com alta incid�ncia de pessoas com dengue e alta infesta��o pelo mosquito. “Os agentes de endemias visitar�o as resid�ncias, com�rcios, institui��es p�blicas e terrenos vagos para o recolhimento de objetos inserv�veis, aplica��o de larvicida onde for necess�rio e, o mais importante, orientar as pessoas, por meio do trabalho de educa��o em sa�de, quais os pontos de aten��o para os poss�veis focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika v�rus e chikungunya”.

Sobre a demora para se confirmar quantas das 130 mortes suspeitas foram ocasionadas por dengue em Minas, a SES informa que “cada �bito notificado pelos munic�pios passa por v�rias etapas at� ser descartados ou n�o para dengue. Existe um comit� para discuss�o e encerramento dos �bitos, em que s�o avaliados, al�m dos resultados laboratoriais, a investiga��o epidemiol�gica, que pode demandar mais tempo para a conclus�o de cada caso”.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 


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