A trag�dia da Vale em Brumadinho completa 200 dias nesta segunda-feira. O rompimento da barragem de C�rrego do Feij�o, ocorrida em 25 de janeiro, deixou cerca de 300 v�timas entre mortos e feridos. O trabalho do Corpo de Bombeiros ainda n�o acabou e permanece na busca por 22 pessoas que ainda n�o foram localizadas.
A promessa feita pelo porta-voz da corpora��o na primeira semana ap�s a trag�dia permanece e, agora, a opera��o renova seu compromisso com a sociedade. “A gente poderia ter encerrado em um m�s do ponto de vista t�cnico e operacional. Mas a decis�o de continuar com as buscas foi do Corpo de Bombeiros”, disse o tenente Pedro Aihara. “E a gente continuou com isso porque entendemos a dor dessas pessoas, a necessidade delas de terem respostas, de encontrar esses corpos, para que elas possam superar e vivenciar o processo de luto que est�o passando”, explicou.
“Continuaremos incansavelmente a realizar buscas.” Todos os dias, pela manh�, os militares se re�nem para adaptar a din�mica de buscas em alguns pontos. Ao atingir os 200 dias da Opera��o Brumadinho, 140 bombeiros militares trabalham em duas frentes com aux�lio de dois c�es de buscas, 134 m�quinas pesadas e um drone.
Estrat�gia
As m�quinas t�m sido importantes ferramentas de trabalho. “� importante porque conseguem alcan�ar maior quantidade de rejeito, tornam o trabalho mais f�cil e apoiam as equipes”, contou Aihara.
Segundo o bombeiro militar, a opera��o ainda n�o tem previs�o de t�rmino. A dificuldade de encontrar os corpos permanece por causa de seu estado de decomposi��o avan�ado, que dificulta o trabalho de localiza��o e, posteriormente, de identifica��o pelo Instituto M�dico-Legal (IML).
Uma nova estrat�gia foi pensada para iniciar nesta segunda-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 90% dos corpos foram encontrados at� tr�s metros de profundidade, por isso, a partir de hoje, os militares come�aram a revisitar todas as �reas pela superf�cie, sem concentrar na profundidade.
Empatia
“At� que todas as possibilidades sejam esgotadas, a gente continua. A opera��o de Brumadinho n�o � de resgate de corpos, � de resgate de dignidade, direito � mem�ria, da caracter�stica humana dessas pessoas”, afirmou Pedro Aihara.
Segundo o bombeiro, os sobreviventes s�o v�timas do rompimento da barragem assim como as pessoas que morreram. “A gente sabe da import�ncia de ter os corpos para velar. Enquanto n�o tem o corpo localizado, a fam�lia n�o consegue ter Natal, n�o consegue ter P�scoa, n�o consegue comemorar anivers�rio”, lamentou Aihara.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz