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Estado de Minas FESTAS DO TRICENTEN�RIO

Minas d� a largada para celebrar seus 300 anos

Instituto Hist�rico cria comiss�o para preparar a programa��o do tricenten�rio da eleva��o do territ�rio que hoje forma o estado a capitania isolada. Caet� abre disputa para sediar a festa


postado em 17/08/2019 06:00 / atualizado em 17/08/2019 08:39

Cidade onde ocorreu a primeira eleição para governador das Américas, Caeté abre a disputa e se candidata a sede do tricentenário de Minas(foto: Humberto Barbosa/Prefeitura de Caeté/Divulgação )
Cidade onde ocorreu a primeira elei��o para governador das Am�ricas, Caet� abre a disputa e se candidata a sede do tricenten�rio de Minas (foto: Humberto Barbosa/Prefeitura de Caet�/Divulga��o )
Um passo importante para a celebra��o dos 300 anos de Minas Gerais, que nasceu com a eleva��o destas terras centrais a Capitania de Minas em 1720, foi dado na capital. O novo presidente do Instituto Hist�rico e Geogr�fico de Minas Gerais (IHGMG), Luiz Carlos Abritta, instituiu a comiss�o especial que vai cuidar da programa��o durante o pr�ximo ano, estando previstos semin�rios, exposi��es, mesas-redondas, pain�is e outras atividades para envolver a comunidade.
Durante a cerim�nia dos 112 anos do IHGMG, na quinta-feira, com posse da nova diretoria da institui��o, Abritta delegou a presid�ncia da comiss�o dos 300 anos � professora e ge�grafa M�rcia Maria Duarte dos Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A subcoordena��o ficou a cargo do tamb�m integrante do instituto Adalberto Andrade Mateus, t�cnico do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico (Iepha). “Com a separa��o da Capitania de S�o Paulo, que vigorava desde o fim da Guerra dos Emboabas (1707-1709), teve in�cio a organiza��o territorial, administrativa, pol�tica e sociocultural de Minas”, afirma Mateus.

Em Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a festa j� come�ou. Em plenas comemora��es dos 310 anos do fim do epis�dio dos Emboabas, que come�ou ali, a cidade se candidatou, junto ao governo de Minas, para ser a sede dos tr�s s�culos de hist�ria do estado. “Em Caet�, houve a primeira elei��o para governador das Am�ricas”, ressalta o secret�rio municipal de Cultura, Turismo e Patrim�nio, F�lvio Brand�o, sobre a escolha, em 1707, de um emboaba para governador, o portugu�s Manuel Nunes Viana, � revelia da Coroa portuguesa.

Antiga Vila Nova da Rainha, Caet� tem planos arrojados, sendo o mais importante a constru��o do Museu dos Emboabas, no Centro Hist�rico, perto da Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, datada de 1757 e tombada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) em 1938. Brand�o explicou que a prefeitura j� tem garantida a aprova��o pela Lei Rouanet e disp�e do valor de R$ 300 mil para elabora��o do projeto arquitet�nico. No pr�ximo m�s, ser� lan�ado o edital para licita��o e escolha da empresa que vai construir o museu, espa�o para guardar objetos, documentos e mem�ria do epis�dio que transformou Caet� na “terra dos emboabas”.

Em nota, o governo de Minas, via Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, informa que vai desenvolver algumas a��es para celebrar os 300 anos da Capitania de Minas. At� o momento, as iniciativas est�o no �mbito do planejamento. “A Biblioteca P�blica Estadual de Minas Gerais trabalha com a ideia de promover palestras sobre o tema e uma exposi��o. A Diretoria de Museus tamb�m pretende explorar a data com uma mostra e realizar um semin�rio com especialistas da �rea. As iniciativas v�o ser desenvolvidas pelo Museu Mineiro e Arquivo P�blico Mineiro.”

VILA RICA Ao mesmo tempo, em Ouro Preto, ex-capital de Minas e antiga Vila Rica, as aten��es est�o voltadas para o tricenten�rio da Sedi��o de Vila Rica, cujo protagonista Filipe dos Santos (1680-1720) se revoltou contra a cobran�a de impostos pela Coroa portuguesa e foi condenado � morte. E ser� uma tripla comemora��o, pois, em 2020, Ouro Preto vai festejar os 40 anos do reconhecimento como patrim�nio da humanidade, o primeiro concedido no pa�s pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), informa o secret�rio municipal de Cultura e Patrim�nio, Zaqueu Astoni Moreira.

Desde o in�cio do ano, a prefeitura local vem se preparando para reverenciar a mem�ria do minerador portugu�s e expoente do movimento que teve em Cachoeira do Campo um dos palcos mais importantes. O objetivo das autoridades � buscar parceria com os governos federal e estadual, envolvendo a popula��o em projetos de educa��o patrimonial, a fim de homenagear a mem�ria e jogar mais luz sobre essa p�gina do in�cio do s�culo 18 que representa o “nascimento” de Minas.

Entre as a��es para marcar as datas, em Ouro Preto, est� a restaura��o do Solar dos Pedrosa, vizinho da Matriz de Nossa Senhora de Nazar�, que foi cen�rio de outros momentos �picos, como a Guerra dos Emboabas. A obra tem recursos de um financiamento da prefeitura no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), no valor de R$ 1 milh�o, e contrapartida do munic�pio de R$ 200 mil. Outra obra est� na requalifica��o do trevo de entrada da cidade, que vai ganhar um tri�ngulo, remetendo � bandeira de Minas, pelos 300 anos, e plantio de flores entremeando um bloco de pedra com a inscri��o Patrim�nio da Humanidade.

HIST�RIAS A Guerra dos Emboabas levou, em 1709, � cria��o, pela Coroa portuguesa, da Capitania de S�o Paulo e Minas do Ouro, onde, ap�s a Sedi��o de Vila Rica, nasceu a Capitania de Minas. Lendas e fatos hist�ricos povoam a hist�ria de Filipe dos Santos e em seu livro Ouro Preto – um novo olhar, o professor do Instituto Federal de Minas Gerais Alex Bohrer explica os acontecimentos. “Em 1720, o governo portugu�s prop�s a instala��o de casas de fundi��o em Minas. Isso gerou descontentamento geral entre os mineradores. Logo come�aram manifesta��es pelos arraiais da regi�o. O ponto alto da revolta aconteceu na Pra�a da Matriz de Cachoeira do Campo, onde Filipe dos Santos, um dos l�deres sediciosos, apregoava forte discurso contra o governo portugu�s. No adro da igreja foi preso e levado para Vila Rica, onde foi enforcado e esquartejado na presen�a do governador, o conde de Assumar.”

O autor explica que “ao contr�rio do que diz a hist�ria oficial, a tradi��o local conta que Filipe foi arrastado por cavalos pela Ladeira (atual Rua Padre Afonso de Lemos), onde foi esquartejado sem julgamento pr�vio. De qualquer forma, a pra�a principal de Cachoeira hoje leva o nome de Filipe dos Santos”.

E mais: “O Conde de Assumar, ap�s esse epis�dio, sugeriu ao rei de Portugal a separa��o das Minas de S�o Paulo (que at� ent�o formavam uma s� capitania). Era o nascimento de Minas Gerais. Assumar ainda prop�s que se constru�ssem em Cachoeira um quartel e um pal�cio para os governadores de Minas, tendo em vista o ponto estrat�gico que o local era por excel�ncia, aqui convergindo os principais caminhos da capitania, lugar ideal, como argumentou, para uma capital. O quartel seria constru�do j� em 1720 e reconstru�do em 1779, quando se tornaria c�lebre. Por�m, achou-se melhor conservar Vila Rica como capital oficial, enquanto Cachoeira possuiria um pal�cio de campo para os governadores, onde, longe da turbul�ncia de Vila Rica, seria mais seguro residir. As ru�nas deste luxuoso pal�cio de campo continuam como testemunhas mudas de um dos movimentos hist�ricos que mais despertaram interesse dos pesquisadores: a Inconfid�ncia Mineira.”

A hist�ria dos emboabas come�a bem antes. No in�cio do s�culo 18, os paulistas, descobridores das minas, estavam estabelecidos nos arraiais que iam de Caet� a S�o Jo�o del-Rei. Atra�dos pelas riquezas, os emboabas, grupo formado por portugueses, baianos e pernambucanos, chegaram em massa, invadindo a �rea e revoltando os pioneiros. A disputa pelo ouro e pelo poder – a guerra foi, acima de tudo, uma disputa pol�tica, em torno dos principais cargos e postos da administra��o – levou a conflitos armados e � escolha, em 1707, de um emboaba para governador, o portugu�s Manuel Nunes Viana, � revelia da Coroa portuguesa.

Organiza��o do territ�rio
Ex-capital de Minas, Ouro Preto restaura o Solar dos Pedrosa, vizinho da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, como parte da tripla comemoração(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
Ex-capital de Minas, Ouro Preto restaura o Solar dos Pedrosa, vizinho da Matriz de Nossa Senhora de Nazar�, como parte da tripla comemora��o (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )

>> S�culo 17 – Primeiros colonizadores chegam �s minas em busca de ouro e pedras preciosas. At� o in�cio do s�culo 18, a regi�o fazia parte da Capitania do Rio de Janeiro

>> 1709 – Neste ano, � criada a Capitania de S�o Paulo e Minas do Ouro, em decorr�ncia da Guerra dos Emboabas

>> 1711 – Surgem as primeiras vilas do ouro: Mariana, em 8 de abril; Ouro Preto, ex-Vila Rica, em 8 de julho; e Sabar�, antiga Vila Real de Nossa Senhora da Concei��o de Sabar�, em 17 de julho

>> 1714 – Em 6 de abril, s�o institu�das as comarcas de Rio das Mortes, Vila Rica e Rio das Velhas, em Minas

>> 1720 – Institu�da a Comarca do Serro Frio, com sede na Vila do Pr�ncipe, atual Serro. Dessa forma, o territ�rio mineiro, a grosso modo, fica dividido em quatro partes

>> 1720 – Regi�o de explora��o do ouro se torna Capitania de Minas

>> 1820 –Minas se torna prov�ncia. Ao longo do imp�rio, as primeiras comarcas v�o sendo desmembradas


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