A Pol�cia Civil aguarda o laudo pericial dos celulares do t�cnico de escolinha de futebol no Bairro Bra�nas, na Regi�o da Pampulha, para ajudar a desvendar detalhes de uma s�rie de den�ncias de abuso sexual. Investiga��es apontam que o homem, de 56 anos, sem antecedentes criminais, abusou de pelo menos seis crian�as enquanto lecionava na Associa��o Recreativa Progresso. As v�timas t�m entre 10 e 15 anos e o homem foi preso na �ltima ter�a-feira. Policiais acreditam que o n�mero de v�timas pode crescer. Autoridades pedem que os pais dos jovens que eram alunos do treinador procurem a delegacia.
Foi o comportamento estranho do filho que levou os pais de um dos alunos da escolha a procurar a delegacia na ter�a-feira passada. “A crian�a estava retra�da, muito chorosa, se negando a ir � escolinha de futebol. Foi quando os pais conversaram com o filho, que acabou contando sobre os abusos”, disse a delegada Ana Patr�cia Ferreira Fran�a. De acordo com os depoimentos das v�timas aos policiais, o homem se aproveitava das crian�as quando elas estavam sozinhas. “A suspeita � que os abusos ocorriam antes ou depois das aulas. Alguns no campo, outros no chal� e outros nos vesti�rios quando a crian�a trocava de roupa”, informou a delegada. O suspeito usava o status de treinador de futebol agir contra as crian�as. Ele tamb�m entregava �s v�timas valores entre R$ 5 e R$ 50, al�m de mostrar v�deos pornogr�ficos para elas.
E os abusos eram cont�nuos: “H� relatos de que atos j� vinham ocorrendo havia mais tempo. Essas crian�as disseram que estavam na escolinha entre 10 meses e um ano. H� informa��es de que o fato ocorreu at� cinco vezes entre elas”, informou a delegada Elenice Cristina Batista. Em depoimentos, as v�timas contaram que havia pelo menos outros dois adolescentes que teriam sido molestados. E a suspeita � de que haja um n�mero ainda maior de v�timas, uma vez que o homem trabalha h� cerca de 20 anos no clube. “Tudo teria come�ado em setembro do ano passado. Mas ele frequenta o local h� muito tempo. Inclusive, j� foi gerente do clube e hoje apenas usa a quadra para dar aulas”, explicou.
A delegada Ana Patr�cia pediu que os pais dos jovens que eram alunos do treinador procurem a Delegacia Especializada de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (Depca), que fica na Avenida Nossa Senhora de F�tima, 2.175, no Bairro Carlos Prates, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, caso desconfiem que os filhos possam ter sofrido abuso. O suspeito pode ser condenado por estupro de vulner�vel, que tem pena de 8 a 15 anos, por expor pornografia para menores, com pena de 1 a 3 anos, e ass�dio sexual, que pode render at� dois anos de pris�o.
A Associa��o Recreativa Progresso informou, por meio de nota, “que est� consternada e surpresa”. Na nota, a entidade “manifesta seu mais veemente rep�dio aos lament�veis acontecimentos”. O texto diz ainda que “diante do fato, a entidade j� est� tomando as medidas cab�veis, como a demiss�o por justa causa do funcion�rio e a proibi��o de frequentar as depend�ncias da associa��o” e que se coloca “� disposi��o das autoridades competentes para prestar esclarecimento que se fizerem necess�rios”.
Casos semelhantes
Esse n�o � o primeiro caso envolvendo uma escola de futebol. Em 2018, o dono de uma escolinha foi preso por abusar sexualmente de crian�as e adolescentes durante mais de 10 anos. O crime foi investigado pela Pol�cia Civil de Diamantina, na Regi�o Central do estado. Segundo as investiga��es, W. L. F. S., de 34 anos, teria abusado sexualmente de pelo menos sete alunos. A Pol�cia Civil afirmou que o empres�rio confessou o crime. Um ano antes, em 2017, um treinador de escolinha de futebol do Bairro Gl�ria, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, foi condenado a 20 anos de pris�o em regime fechado pelo crime de estupro de vulner�vel cometido contra dois adolescentes, na �poca com menos de 14 anos de idade. As investiga��es come�aram depois de a m�e de um dos garotos detectar conversas suspeitas entre o filho e o acusada.