
A leitura do relat�rio final da CPI das Barragens, na tarde desta ter�a-feira, na C�mara Municipal de Belo Horizonte, trouxe alerta � popula��o, determina��o para as autoridades e compromisso com as gera��es futuras. Segundo o relator da comiss�o, vereador Irlan Melo (PL), um documento enviado pela Copasa sinalizou desabastecimento de �gua em bairros das regi�es Oeste e Barreiro, na capital, a partir de mar�o. “A expectativa � de rod�zio, pois quase 100% das �reas recebem �gua do Sistema Paraopeba, afetado pelo rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, no munic�pio vizinho de Brumadinho, em 25 de janeiro”, disse o relator.
Melo explicou ainda que, por determina��o do juiz da 6ª Vara de Fazenda P�blica e Autarquias da capital, Elton Pupo Nogueira, dever� ser constru�da nova fonte de capta��o de �gua 12 quil�metros a montante do local onde houve o rompimento. A Vale, dona do empreendimento que provocou a maior trag�dia s�cio ambiental do pa�s, dever� custear a estrutura.
“Belo Horizonte precisa ter um Plano B, pois n�o podemos ficar ref�ns e dependentes dessa situa��o. Precisamos ter capta��o de �gua em outros mananciais. Devemos pensar nas futuras gera��es”, afirmou. Nesta quarta-feira, Irlan Melo estar� em Bras�lia (DF) para entregar o relat�rio da CPI das Barragens no Congresso, sendo a primeira parada na C�mara dos Deputados, e, depois, no Senado, mais diretamente ao senador mineiro, J� na semana que vem, a entrega do relat�rio ser� na Assembleia Legislativa (ALMG) e no Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG).
Impactos
Formada em 20 de fevereiro, a CPI das Barragens da C�mara de BH teve como objetivo verificar os impactos do despejo de rejeitos de minera��o no Rio Paraopeba e efeitos no fornecimento de �gua na capital. Documento divulgado pelo vereador Irlan Melo mostra que 70% do abastecimento da capital era proveniente do Sistema Rio das Velhas e 30% do Paraopeba. A CPI teve o prazo de 120 dias, prorrog�veis por mais 60, para conclus�o dos trabalhos.
Como parte de seu plano de trabalho, a CPI ouviu,de 2 de julho a 6 de agosto representantes de sete �rg�os p�blicos (Ag�ncia Nacional de Minera��o, governo de Minas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel, Funda��o Estadual do Meio Ambiente, Instituto de Gest�o das �guas e Instituto Estadual de Florestas; secretarias municipais de Meio Ambiente e de Obras e Infraestrutura; Copasa; e tr�s empresas do setor miner�rio (Anglogold Ashanti, CSN, Vale S.A). Houve tamb�m visitas t�cnicas aos sistemas de produ��o e tratamento de �gua da Copasa e em barragens de rejeito de minera��o das empresas Mundo Minera��o Ltda. e Vale S/A.
Ao conhecer os sistemas Paraopeba e Rio das Velhas da Copasa e obter informa��es t�cnicas sobre o funcionamento das esta��es e etapas de tratamento, Irlan Melo, afirmou que “foi poss�vel perceber a necessidade e urg�ncia n�o s� de planos, mas de a��es concretas para garantir disponibilidade de �gua em quantidade e qualidade para a popula��o, devido � possibilidade de novos rompimentos de barragens de minera��o ou de novos per�odos de escassez h�drica”. Concluindo, “a seguran�a h�drica da Regi�o Metropolitana de BH est� de fato amea�ada pelas barragens de rejeitos das mineradoras sediadas nas bacias dos dois rios”..