Fam�lias ficam desalojadas ap�s desmoronamento de barranco em Pouso Alegre

O motorista Francisco teve que sair �s pressas com a fam�lia de sua casa pr�pria, no conjunto habitacional Jardim Brasil 2, em Pouso Alegre, Sul de Minas. Na tarde desta ter�a-feira (20) o muro do im�vel desabou, levando junto toda �rea de servi�o. Os objetos desceram cerca de cinco metros, formando um abismo na porta da cozinha.

“Levou minha �rea de servi�o e a frente da cozinha. O resto da casa ficou cheio de rachaduras, trincas. A Defesa Civil j� at� condenou a casa”, lamenta Francisco que diz que investiu R$ 70 mil no im�vel.

Al�m da casa de Francisco, outras 10 resid�ncias da Rua Florentina Ribeiro da Silva tamb�m foram interditadas pela Defesa Civil. Os im�veis do Jardim Brasil II foram constru�dos atrav�s de programa habitacional da Caixa Econ�mica Federal para fam�lias de baixa renda.

O vendedor Rafael dos Santos morava com mais seis pessoas no n�mero 90, a esposa, o av� de 80 anos e quatro filhos do casal. “Est� tudo interditado e a gente n�o tem para onde correr, para morar agora”.

De acordo com os moradores, o problema surgiu h� mais de um ano, assim que come�aram as obras para constru��o de pr�dios residenciais no terreno que faz fundo com as casas. Rafael filmou as m�quinas da construtora tirando terra bem pr�ximo do muro da casa dele.

“No s�bado eles estavam com m�quinas pesadas tirando terra, batendo nos tabules e come�ou a tremer a nossa casa”, conta Rafael que tamb�m diz que j� tinham alertado Defesa Civil e a construtora. Mas a obra continuava.

Quando houve o desabamento dos taludes dos im�veis, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estavam vistoriando a �rea. As fam�lias que tiveram as casas interditadas foram para casas de parentes e para abrigos municipais.

“Ano passado n�s tivemos aqui, fizemos uma vistoria. Apresentava trincas em todo o terreno. Algumas resid�ncias apresentavam fissuras e trincas e uma delas foi interditada. E nesta data teve as consequ�ncias que a gente v� a�”, explicou o coordenador da Defesa Civil Municipal, Aylton de Souza Alves.

Sobre a alega��o dos moradores, o coordenador da Defesa Civil fala que n�o � poss�vel afirmar que o problema foi causado pelas obras no terreno no fundo da rua. “Isso depende de um estudo geol�gico, um estudo t�cnico espec�fico do conselho de engenharia para verificar a causa do problema. Mas, a princ�pio, o tabule foi cortado, perdeu a sustenta��o e trouxe a baixo o quintal de duas resid�ncias”

A reportagem entrou em contato com a advogada que representa a construtora que mexe no terreno nos fundos da rua. De acordo com Mariana Gianini, a construtora tem todos os documentos que autorizam o andamento da obra. A advogada afirmou que a empresa possui laudos e alvar� da prefeitura, al�m de uma per�cia judicial respaldando o servi�o que era feito no local.

Ainda de acordo com a advogada, o problema do desmoronamento n�o teria a ver com a nova obra e sim com o servi�o realizado na constru��o do conjunto habitacional, com aterro sem base de concreto ou funda��o.

A assessoria de comunica��o da Caixa foi procurada, mas at� a publica��o da mat�ria n�o houve retorno.

Algumas dessas fam�lias da Rua Florentina j� contrataram um advogado que est� entrando com a��es na justi�a contra a Caixa e contra a construtora respons�vel pela nova obra nos fundos dos im�veis.