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Estado de Minas SA�DE

A cada tr�s horas, a asma causa uma morte no pa�s: entenda a doen�a

Doen�a que matou a roteirista, atriz e escritora Fernanda Young � cr�nica e atinge 10% da popula��o. Segundo especialistas, tratamento cont�nuo � a principal arma no combate ao mal


postado em 27/08/2019 06:00 / atualizado em 27/08/2019 09:49

A atriz Fernanda Young morreu aos 49 anos, vítima da doença(foto: TV Brasil/Reprodução)
A atriz Fernanda Young morreu aos 49 anos, v�tima da doen�a (foto: TV Brasil/Reprodu��o)
A morte prematura de Fernanda Young, aos 49 anos, roteirista, atriz e escritora, chocou a comunidade art�stica e os brasileiros no �ltimo domingo. E leva a uma pergunta que n�o quer calar: a asma, doen�a cr�nica que ataca o sistema respirat�rio do paciente, mata?.

A resposta � positiva. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a asma � uma doen�a bastante comum, atinge 10% da popula��o e mata um brasileiro a cada tr�s horas no pa�s.

Por�m, m�dicos apostam no tratamento cont�nuo como principal arma no combate � doen�a. “O problema � que muitos pacientes negligenciam o tratamento, correndo o risco de ser atacados por uma crise que pode se agravar e mesmo levar a �bito”, avisa o m�dico Rodrigo Luiz Lima, presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Tor�cica.

''A maioria dos pacientes usa apenas o rem�dio de al�vio, o que � um grande erro, pois o mais importante � tomar o rem�dio de preven��o. A asma acomete entre 6% e 12% da popula��o. Por ano, morrem 2 mil pessoas por asma no Brasil e a maioria n�o faz tratamento de preven��o''

Rodrigo Luiz Lima, presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Tor�cica



O que � a asma


O especialista descreve que a asma � uma doen�a cr�nica (que n�o tem cura). De causa heredit�ria, � caracterizada pela inflama��o dos br�nquios e bronqu�olos, estrutura pulmonar respons�vel por receber o fluxo de ar no processo respirat�rio. “A asma � uma doen�a caracterizada por inflama��o cr�nica das vias a�reas, principalmente dos br�nquios e bronqu�olos, pequenas estruturas dentro do pulm�o por onde o ar circula. A inflama��o provoca secre��o e espasmos, e a passagem do ar � dificultada. Da�, sintomas como chieira, falta de ar e opress�o tor�cica.”

Lima afirma que os sintomas da asma come�am durante a inf�ncia. Com o tempo, muitos pacientes melhoram. Em outros casos, as crises permanecem e podem ser frequentes, principalmente quando associadas a outras doen�as e/ou a condi��es de ambiente que pioram a inflama��o, a exemplo de contato com mofo e/ou poeira. “A asma tem caracter�stica heredit�ria, mas o que normalmente causa a irrita��o � poeira, resfriado e gripe, condi��es que podem agravar os sintomas.”

Tipos de tratamento


O pneumologista cita dois tipos de tratamento diante do diagn�stico da doen�a. “H� o tratamento de al�vio, com broncodilatadores e, geralmente, utilizado em momentos de crise. Mas o principal – e que os pacientes costumam negligenciar – � o tratamento de manuten��o e preven��o. Geralmente � base de medicamentos corticoides, ele deve ser mantido regularmente pelo paciente e objetiva controlar a inflama��o e evitar o aparecimento das crises.”

O m�dico n�o se arrisca a dizer o que houve para levar Fernanda Young a �bito. No entanto, refor�a que o pulo do gato no controle da doen�a � a manuten��o e const�ncia do tratamento.

“A maioria dos pacientes usa apenas o rem�dio de al�vio, o que � um grande erro, pois o mais importante � tomar o rem�dio de preven��o. A asma acomete entre 6% e 12% da popula��o. Por ano, morrem 2 mil pessoas por asma no Brasil e a maioria n�o faz tratamento de preven��o.”

Por fim, o presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Tor�cica atesta que a asma �, sim, uma doen�a perigosa e que acomete pessoas de todas as idades, crian�as, adultos e idosos. “As crises podem ser intensas e, muitas vezes, n�o dar chance de o socorro chegar a tempo. Por isso, a preven��o � um grande aliado. O que falta para evitarmos mais �bitos � o paciente levar a doen�a e os cuidados com o tratamento mais a s�rio.”

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Sintomas paralelos


Tamb�m pneumologista, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o m�dico Fl�vio Mendon�a refor�a que muitos dos pacientes diagnosticados com asma – cerca de 10% da popula��o –, n�o se comprometem com a regularidade do tratamento.

“H� neglig�ncia, desconhecimento e at� preconceito em rela��o aos medicamentos inalat�rios e/ou � base de corticoide, os mais indicados para o controle da doen�a e para a preven��o de crises. No entanto, � preciso dizer que s�o drogas como as outras, que preveem efeitos colaterais, sim. Contudo, salvam vidas e s�o administradas pelos m�dicos a partir de crit�rios cl�nicos precisos.”

Mendon�a afirma que, em m�dia, 3% dos pacientes sofrem de asma grave. Entre os sintomas, chieira, falta de ar, tosse, opress�o tor�cica e cansa�o s�o os mais comuns. “Os gatilhos para a crise s�o gripe, infec��o vir�tica, inala��o de subst�ncias vol�teis, quadro emocional de depress�o e ansiedade, uso de rem�dios para a press�o e/ou anti-inflamat�rios e exposi��o ao mofo”, descreve ele.

O m�dico considera a mortalidade da doen�a baixa em rela��o ao volume de pacientes. Ainda assim, o �bito pode ser evitado na maior parte dos casos, a partir do tratamento de preven��o e cuidados para evitar ambientes e situa��es que piorem a inflama��o. “O uso regular da medica��o � indicado mesmo quando n�o h� sintomas da doen�a”, alerta. E lamenta: “Mas o que ocorre � que grande parte dos pacientes n�o faz o controle adequado da doen�a”.

Questionado sobre o que pode ter provocado a morte de Fernanda Young, o especialista especula sobre um agravamento inesperado do quadro. “Sabemos que a crise n�o costuma ocorrer de uma hora para outra, mas de forma gradual, com a piora gradativa dos sintomas. N�o posso afirmar o que houve no caso da Fernanda. O que imaginamos � uma poss�vel inala��o de conte�do g�strico em meio � crise. A possibilidade de entrada de v�mito nos pulm�es pode ter ocorrido e, nesse caso, uma obstru��o mais severa dos br�nquios. “Com a presen�a de secre��o e espasmo, a oxigena��o fica muito reduzida, com consequente parada cardiorrespirat�ria. No caso dela, aspirar conte�do g�strico pode ter piorado o quadro e n�o ter havido tempo h�bil para o socorro.”

Ricardo Queiróz, alergista do Grupo São Cristóvão Saúde, aponta que, além do descuido, problemas alergênicos podem agravar o quadro(foto: Homa Espaço Médico/Reprodução )
Ricardo Queir�z, alergista do Grupo S�o Crist�v�o Sa�de, aponta que, al�m do descuido, problemas alerg�nicos podem agravar o quadro (foto: Homa Espa�o M�dico/Reprodu��o )


Maioria dos pacientes negligencia preven��o


Dados da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) apontam que 47% das pessoas diagnosticadas com asma n�o utilizam a medica��o de forma regular e 73% delas n�o seguem todas as orienta��es m�dicas para o controle da doen�a.

Ricardo Queir�z, alergista do Grupo S�o Crist�v�o Sa�de, tamb�m aponta que o descuido pode agravar o problema. O especialista refor�a que fatores alerg�nicos pioram a doen�a. “Elementos que irritam o sistema imunol�gico, como �caros, poeira, mofo, fuma�a, polui��o e algumas subst�ncias qu�micas, desencadeiam a inflama��o dos m�sculos pulmonares e aumentam a produ��o de muco. Essa altera��o causa o estreitamento da passagem de ar, dificultando sua circula��o pelo pulm�o. � o que provoca a sensa��o de sufocamento, um dos principais sintomas da doen�a”, frisa.

A pediatra Cl�udia Conti destaca que os principais sintomas que caracterizam uma crise asm�tica s�o dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse seca, respira��o r�pida e curta, dor no peito e falta de f�lego depois de praticar exerc�cios. “Essas manifesta��es costumam ser muito comuns na inf�ncia, por causa da maior sensibilidade que o sistema imunol�gico tem nessa fase. A nata��o � um esporte que ajuda muito os pequenos, porque a press�o da �gua faz com que a crian�a tenha maior facilidade de expandir o pulm�o e respirar”, afirma.

Aux�lio 


Para o alergista do S�o Crist�v�o, parte do problema relacionado ao controle da doen�a se d� pelo fato de que muitos pacientes ignoram os sintomas brandos da asma, procurando aux�lio m�dico somente quando o quadro j� est� avan�ado. “Quando o paciente incorpora em sua rotina todos os cuidados e tratamento necess�rios, ele ter� significativa melhora na qualidade de vida”, finaliza.


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