
As queimadas se espalham por Minas Gerais. Imagens de sat�lite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o estado est� em chamas. E tudo ainda pode piorar, j� que setembro �, historicamente, o m�s mais cr�tico. De janeiro a agosto deste ano, os sat�lites detectaram um crescimento de 80,2% no n�mero de focos ativos no territ�rio mineiro em rela��o ao total registrado nos primeiros oito meses de 2018. E os cuidados devem ser redobrados nos pr�ximos dias devido �s altas temperaturas. Depois de bater recorde do dia mais quente do inverno, Belo Horizonte deve ter sequ�ncia de temperaturas acima dos 30°C nesta semana. A umidade relativa do ar tamb�m vai alcan�ar n�veis cr�ticos.
Desde o in�cio do ano, as ocorr�ncias de queimadas v�m se alastrando por Minas Gerais. Nos primeiros oito meses de 2019, o n�mero de inc�ndios foi menor do que o registrado no mesmo per�odo do ano passado somente em maio. De janeiro a agosto, foram 3.152 focos ativos detectados pelos sat�lites do Inpe. Em 2018, os registros ficaram em 1.749. A situa��o tende a piorar, pois setembro � considerado o in�cio do per�odo mais cr�tico. Somente nos dois �ltimos dias, foram registradas 45 ocorr�ncias.
A situa��o de Minas segue a tend�ncia do Brasil. Desde o come�o do ano, 47.805 focos de queimadas foram detectados pelo Inpe. Os dados equivalem a quase o dobro do total registrado no mesmo per�odo de 2018, quando houve 23.405 focos no pa�s. O primeiro dia de setembro registrou 980 focos de queimadas na Amaz�nia, de acordo com o Inpe. No o mesmo dia do ano passado, o programa contou 880.
Entre o domingo e ontem, ao menos dois grandes inc�ndios foram atendidos pelo Corpo de Bombeiros em Minas. Em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, as chamas se espalharam rapidamente pela vegeta��o localizada �s margens da Avenida Beira Rio, no Bairro Boa Esperan�a. Ao menos quatro viaturas foram empenhadas. As labaredas assustaram moradores e atingiram a rede el�trica. As causas ainda est�o sendo investigadas. Outra ocorr�ncia foi registrada em Uberl�ndia, na Regi�o do Tri�ngulo Mineiro. As chamas se alastraram por uma reserva florestal localizada na Avenida Carlito Cordeiro, no Bairro Jardim Bot�nico. O fogo come�ou a ser combatido na tarde de domingo. Mas somente na manh� de ontem os militares conseguiram cont�-lo.
For�as de combate
O aumento das ocorr�ncias de inc�ndio � uma preocupa��o. Como o Estado de Minas mostrou na edi��o de domingo, enquanto o estado anuncia o envio de equipe do Corpo de Bombeiros para refor�ar o combate a inc�ndios na Regi�o Amaz�nica, a corpora��o est� presente em apenas 76 munic�pios de Minas, menos de 10% do total das 853 cidades. O efetivo � outra quest�o delicada: s�o 6 mil militares, quando seria necess�rio pelo menos mais um ter�o, ou 2 mil agentes, para cuidar de 3,5 milh�es de hectares apenas de vegeta��o protegida – sem considerar �reas fora das unidades de conserva��o e as demandas cotidianas dos bombeiros. Apenas at� julho, eles atenderam m�dia di�ria superior a 1 mil ocorr�ncias.

A Associa��o dos Pra�as Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra) alerta sobre a defasagem do n�mero de militares para essa tarefa, sustentando que, para dar conta de atender a todo o estado, o efetivo deveria ser de 8 mil agentes. Ainda segundo a entidade, a atual administra��o do governo estadual barrou a efetiva��o este ano de 500 militares concursados.
Calor de 30°C
Depois de uma temporada de frio, os moradores de Belo Horizonte devem se preparar para o calor. No domingo, a capital mineira registrou o dia mais quente do inverno. Os term�metros marcaram 33°C. A expectativa era que ontem a marca fosse iguala ou at� batida. Mas uma frente fria que est� no litoral sudeste fez aumentar a nebulosidade e o n�mero n�o foi superado. A tend�ncia � que os dias quentes continuem at� sexta-feira, com m�xima acima de 30°C. A umidade relativa do ar poder� atingir n�veis preocupantes, com �ndices abaixo dos 30%.
O calor � caracter�stico de setembro, que � um m�s de transi��o do inverno para a primavera. “A climatologia, com base em ao menos 30 anos de observa��o, mostra que setembro � um m�s de transi��o do inverno para a primavera. Por isso, entre setembro e outubro, temos, tradicionalmente, as maiores temperaturas. Isso ocorre porque n�o chove nesta �poca h� muito tempo e h� pouca nebulosidade. Isso tamb�m faz com que os �ndices de umidade fiquem cr�ticos”, afirma a meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A especialista alerta que neste per�odo pode haver temporais, at� com queda de granizo. “Em setembro, normalmente temos as primeiras pancadas de chuva, mas que n�o significam o in�cio do per�odo chuvoso. Devido �s altas temperaturas, podemos ter precipita��o com granizo e rajadas de ventos”, explicou. Cidades o interior de Minas j� podem ter chuva nesta semana. Uma frente fria que est� no litoral sudeste favorece para a forma��o de �reas de instabilidade na Zona da Mata, Sul e Campos da Vertentes. Situa��o que vai permanecer at� amanh�. Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o calor deve prevalecer. “Teremos dias com c�u parcialmente nublado e com forma��o de n�voa seca. A temperatura m�xima tende a ficar entre 30°C e 32°C”, explicou Anete Fernandes.