
A primeira den�ncia foi feita em janeiro de 2018 pela m�e de duas das v�timas. Ela s� descobriu no ano passado que os abusos ocorriam desde 2015 depois de encontrar uma foto da filha nua. Foi quando a m�e conversou com a v�tima e descobriu os abusos por parte do tio.
"Ela procurou a unidade policial quando encontrou em um celular a foto de sua filha, que na �poca tinha 11 anos, com as pernas abertas expondo os �rg�os sexuais. Quando ela viu aquela fotografia, achou a circunst�ncia estranha e foi conversar para entender. Foi quando ela relatou que vinha sofrendo abusos sexuais desde os 8 anos", disse a delegada.
Al�m das duas irm�s, outras tr�s garotinhas – outra sobrinha e duas vizinhas – foram abusadas pelo homem, que trabalhava como porteiro e morava no Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte.
"Elas frequentavam a resid�ncia dele e, em momentos que ele ficava sozinho com elas, praticava esses abusos. As vizinhas ficavam aos cuidados da esposa do autor enquanto as m�es iam trabalhar," afirmou a investigadora.
Ap�s praticar os abusos, o homem amea�ava as crian�as. "Uma das v�timas disse � pol�cia que queria contar para os pais. Em resposta, ele empurrou a crian�a de uma escada. Ela sofreu um corte no nariz", contou. Na ocasi�o, por medo, a crian�a n�o denunciou.
O homem tem oito filhos. A esposa foi ouvida e negou que tinha conhecimento dos crimes. Por�m, segundo a delegada, durante as investiga��es, foram ouvidas testemunhas que demonstravam que a esposa sabia dos fatos e, inclusive, havia relatado para outras pessoas.
Foi apurada pela pol�cia a hip�tese de que o homem teria abusado de uma das pr�prias filhas: "durante as investiga��es foi levantada a possibilidade de v�timas e testemunhas de que ele teria abusado de outras crian�as e, uma delas, seria filha. Por�m, essa crian�a foi ouvida – em ambiente de escuta especializada com profissionais adequados – e negou esses fatos", disse a delegada.
Da libera��o a pris�o
Segundo a pol�cia, o criminoso foi preso em 2018, mas por quest�es legais de excesso de prazo permitido por lei, foi liberado. "Durante as investiga��es, tendo sido provado a periculosidade desse autor, foi representada a pris�o preventiva. Ela foi decretada pela ju�za e o sujeito seguiu o processo preso. Por�m, em abril de 2019, por excesso de prazo, ele foi solto. Neste m�s, tivemos a condena��o e fomos prende-lo", disse.
Ela explicou que as regras processuais brasileiras determinam que se o autor n�o for condenado at� um n�mero determinado de dias, ele precisa ser colocado em liberdade. "Foi o que aconteceu. Teve o excesso de prazo durante o processo e ele foi colocado em liberdade em abril deste ano", acrescentou a delegada. Nesse per�odo, ele levava uma "vida normal". Se mudou do bairro onde estuprava as crian�as e foi encontrado em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
Ele responde por estupro de vulner�vel, explora��o infantil, atos libidinosos e conjun��o carnal. Esse �ltimo crime cometido contra uma crian�a de 4 anos.
A delegada ressaltou que n�o � toler�vel esse tipo de delito e que essa pris�o representa a import�ncia no combate � viol�ncia sexual contra crian�as e adolescentes. "Crian�as que passam por abusos como esses sofrem reflexos na vida adulta", concluiu a delegada.