
A chama simb�lica dos 300 anos de Minas Gerais come�ou a iluminar, na manh� de ontem, o per�odo de comemora��es que vai at� 12 de setembro de 2020, com a��es para fortalecer cultura, turismo educa��o, e, de modo muito especial, as tradi��es. No Centro Hist�rico de Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, diante da Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso e com vista para a Serra da Piedade, que guarda a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, foi assinado o ato oficial para in�cio de festividades envolvendo tamb�m Sabar�, Itabira, Santa B�rbara, Catas Altas e Bar�o de Cocais.
“Nosso objetivo � reunir todos os munic�pios da �poca do Ciclo do Ouro. J� fizemos contatos com as prefeituras das cinco cidades e ficou acertado que o 'fogo de Minas' ficar� um m�s em cada uma”, afirmou o secret�rio de Cultura, Turismo e Patrim�nio de Caet�, F�lvio Brand�o.
“Nosso objetivo � reunir todos os munic�pios da �poca do Ciclo do Ouro. J� fizemos contatos com as prefeituras das cinco cidades e ficou acertado que o 'fogo de Minas' ficar� um m�s em cada uma”, afirmou o secret�rio de Cultura, Turismo e Patrim�nio de Caet�, F�lvio Brand�o.
Era bem cedo, no adro da Capela do Ros�rio, no distrito hist�rico de Morro Vermelho, a 12 quil�metros da sede municipal, quando o morador Nildo Jesus Leal “riscou” a fa�sca, com um antigo isqueiro de pedra, que se propagou e foi levada ao Centro Hist�rico – ap�s a solenidade na Pra�a Doutor Jo�o Pinheiro -, a chama, dentro de uma lanterna, foi conduzida pelo prefeito local, Lucas Coelho (PTB), � sede do Executivo.
Coelho destacou que Caet� celebra os 310 anos do fim da Guerra dos Emboabas (1707-1709) e est� no centro do tricenten�rio da Capitania de Minas. “Em Morro Vermelho, ocorreu a primeira elei��o direta para governador das Am�ricas”, disse em refer�ncia � aclama��o, � revelia da coroa portuguesa, de Manuel Nunes Viana (1670-1738).
Coelho destacou que Caet� celebra os 310 anos do fim da Guerra dos Emboabas (1707-1709) e est� no centro do tricenten�rio da Capitania de Minas. “Em Morro Vermelho, ocorreu a primeira elei��o direta para governador das Am�ricas”, disse em refer�ncia � aclama��o, � revelia da coroa portuguesa, de Manuel Nunes Viana (1670-1738).
O prefeito destacou que Caet� � o “o ber�o formador” de muitos pol�ticos brasileiros, a exemplo de Jos� Teixeira da Fonseca Vasconcelos, o Visconde de Caet� (1770-1838), primeiro presidente da prov�ncia de Minas e natural de Esmeraldas; Jo�o Pinheiro (1860-1908), natural do Serro, considerado “filho da terra” e “presidente” de Minas, cargo equivalente a governador; e Israel Pinheiro (1896-1973), governador estadual de 1966 a 1971.
“J� conversamos com as autoridades mineiras e pedimos uma reuni�o com o ministro do Turismo, Marcelo �lvaro Ant�nio, para apresentar a programa��o deste ano tem�tico em nossa cidade e regi�o”, acrescentou, lembando que a cidade foi uma das sete Vilas do Ouro, a Vila Nova da Rainha (nome em homenagem a Maria Ana de �ustria, mulher de dom Jo�o V, que reinou em Portugal de 1706 a 1750).
“J� conversamos com as autoridades mineiras e pedimos uma reuni�o com o ministro do Turismo, Marcelo �lvaro Ant�nio, para apresentar a programa��o deste ano tem�tico em nossa cidade e regi�o”, acrescentou, lembando que a cidade foi uma das sete Vilas do Ouro, a Vila Nova da Rainha (nome em homenagem a Maria Ana de �ustria, mulher de dom Jo�o V, que reinou em Portugal de 1706 a 1750).
BANDEIRAS Centenas de estudantes do ensino fundamental e m�dio participaram da cerim�nia c�vica em Caet�. Da Escola Municipal Jo�o Pinheiro, tendo � frente a diretora Izabel Maria de Rezende, meninos e meninas seguiram em desfile, com bandeirinhas de Minas, at� a pra�a – junto, estavam caminhantes do grupo Pedra sobre Pedra, levando a chama simb�lica. No local, j� estavam estudantes das escolas Maria de Barros Ferreira, Jos� Brand�o e Paulo Pinheiro da Silva, que foi com a fanfarra, e o Coral Juvenal Alves Vilela. “N�o podemos deixar nossa hist�ria para tr�s”, disse a diretora, que ajudou a confeccionar as bandeirinhas.
Para a estudante do quinto ano da Escola Municipal Maria de Barros Ferreira, J�lia Lara, de 11 anos, o momento � fundamental para estudar mais a hist�ria do munic�pio: “Temos muitas riquezas culturais e hist�ricas”, disse a garota. Ao lado da Bandeira do Brasil, Felipe Thomas, de 17, aluno do terceiro ano da Escola Estadual Jos� Brand�o, foi direto ao ponto: “Devemos estudar o passado para n�o errar no futuro. Guerra, como aconteceu com os Emboabas, � sempre um erro, n�o gera benef�cio”.
O secret�rio de Cultura explicou que ser� formada uma comiss�o, com autoridades estaduais, para fortalecer ainda mais a programa��o – no ato assinado pelo prefeito, h� o compromisso de levar adiante atividades culturais, tur�sticas, educacionais e na �rea de comunica��o, com foco tamb�m em programas de educa��o patrimonial nas escolas. Um dos interesses � formar parceria com o Instituto Hist�rico e Geogr�fico de Minas Gerais (IHGMG), que j� empossou uma comiss�o para estudos, semin�rios e pesquisas sobre Minas que, depois de capitania no per�odo colonial foi prov�ncia at� se tornar estado, no per�odo republicano. Na frente do Monumento aos Emboabas, agora na Pra�a Doutor Jo�o Pinheiro, ap�s 40 anos na Pra�a da Cer�mica, F�lvio Brand�o destacou a cria��o do Circuito Aberto da Guerra dos Emboabas, que estimula passeios pelos pontos importantes da hist�ria do conflito.
RESTAURO Tamb�m presente � solenidade, o titular da Par�quia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, padre Marcelo Lacerda, citou outra data importante da cidade: “Daqui a cinco anos, vamos celebrar os 300 anos da Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que guarda obras atribu�das a Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), cujo pai, Manuel Francisco Lisboa, trabalhou no templo barroco. J� terminamos a cobertura e fachada do templo, com recursos da comunidade e da prefeitura, ent�o o acervo est� protegido. Vamos come�ar o interior, elementos art�stios, e estamos em nova campanha”, disse o religioso. At� 2024, uma parte da igreja ser� valorizada a cada 12 meses. “Este ano � a ilumina��o, em 2020, o sino, e assim por diante”.
SAIBA MAIS
Guerra dos Emboabas
Um dos destaques da hist�ria de Caet� est� na Guerra dos Emboabas. No in�cio do s�culo 18, os paulistas, descobridores das minas, estavam estabelecidos nos arraiais que iam de Caet� a S�o Jo�o del-Rei. Atra�dos pelas riquezas, os emboabas, grupo formado por portugueses, baianos e pernambucanos, tamb�m chamados de rein�is e forasteiros, chegaram em massa, invadindo a �rea e revoltando os pioneiros. A disputa pelo ouro e pelo poder – acima de tudo, uma disputa pol�tica, em torno dos principais cargos e postos da administra��o montada na regi�o – levou a conflitos armados e � escolha, em 1707, de um emboaba para governador, � revelia da coroa portuguesa. Ningu�m sabe o n�mero exato de mortos e feridos, mas os pesquisadores t�m uma certeza: a guerra abriu caminho para uma s�rie de levantes, como a Sedi��o de Vila Rica (1720), a Inconfid�ncia Mineira (1789) e para a cria��o das primeiras vilas do ouro. Al�m disso, gerou um clima de “rebeldia”, permitiu o aprendizado da luta pol�tica e marcou um endurecimento das rela��es entre a col�nia e a metr�pole.
SAIBA MAIS
Guerra dos Emboabas
Um dos destaques da hist�ria de Caet� est� na Guerra dos Emboabas. No in�cio do s�culo 18, os paulistas, descobridores das minas, estavam estabelecidos nos arraiais que iam de Caet� a S�o Jo�o del-Rei. Atra�dos pelas riquezas, os emboabas, grupo formado por portugueses, baianos e pernambucanos, tamb�m chamados de rein�is e forasteiros, chegaram em massa, invadindo a �rea e revoltando os pioneiros. A disputa pelo ouro e pelo poder – acima de tudo, uma disputa pol�tica, em torno dos principais cargos e postos da administra��o montada na regi�o – levou a conflitos armados e � escolha, em 1707, de um emboaba para governador, � revelia da coroa portuguesa. Ningu�m sabe o n�mero exato de mortos e feridos, mas os pesquisadores t�m uma certeza: a guerra abriu caminho para uma s�rie de levantes, como a Sedi��o de Vila Rica (1720), a Inconfid�ncia Mineira (1789) e para a cria��o das primeiras vilas do ouro. Al�m disso, gerou um clima de “rebeldia”, permitiu o aprendizado da luta pol�tica e marcou um endurecimento das rela��es entre a col�nia e a metr�pole.