
“O socorro � teclar 193”, observou um morador do Buritis, na Regi�o Oeste da capital, ainda se lembrando das labaredas que, na sexta-feira, avan�aram pela mata da Copasa. “Parecia que o fogo estava sobre n�s”, lembrou, aflita, uma mulher, levantando o bra�o e abrindo a m�o sobre a cabe�a.
“Ao constatar um princ�pio de inc�ndio, a corpora��o informar� o Centro Integrado de Opera��es (COP-BH), que ir� acompanhar a ocorr�ncia, e poder�, tamb�m, acionar de imediato o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil ou a fiscaliza��o municipal, mediante an�lise de cada caso”, informou a corpora��o. “O momento � de unir esfor�os visando � prote��o de nossa popula��o”, disse o diretor geral de Opera��es, J�lio C�sar Freitas.
“Os bombeiros est�o com muitas ocorr�ncias, a gente entende que n�o possam chegar rapidamente nos locais em chamas”, afirmou. Devido � forte fuma�a que tomou conta do ar na regi�o, ela contou que, ontem, foi obrigada a cancelar a caminhada matinal com vizinhos e amigos. “N�o dava para respirar essa polui��o”, lamentou.
Um olho no fogo, outro nas casas
Em outro extremo da cidade, na Regi�o Norte, o medo tamb�m continuava presente na mem�ria da comuidade. Moradores da Rua Balbina Fernandes da Cruz, no Bairro Jardim Felicidade, passaram por momentos de tens�o e medo quando, no fim da tarde de quinta-feira, uma �rea verde nos fundos da Escola Municipal Rui da Costa Val pegou fogo. Foram atingidas �rvores e vegeta��o rasteira de uma �rea �ngreme. Na parte superior do barranco ficam dezenas de casas, de onde ontem as pessoas ainda observavam as cinzas no terreno devastado.
Os bombeiros foram chamados e o foco de inc�ndio esteve temporariamente controlado. No entanto, por volta das 19h as labaredas voltaram, ainda mais fortes. Por muito pouco n�o ocorreu uma trag�dia com a fam�lia de �ngela Maria Vieira, de 42. “Fiquei observando e com medo de o fogo chegar aqui. Os bombeiros vieram. Mas, � noite, quando meus filhos estavam dormindo, tivemos que sair �s pressas”, conta.
A casa fica em terreno mais alto em rela��o � mata, mas as chamas chegaram ao corredor entre a moradia e a �rea p�blica. “A casa da minha irm� quase pegou fogo, pois ca�ram fa�scas na roupa de cama. Ela perdeu uma bolsa com documentos. Por muito pouco, pouco mesmo, a casa n�o se incendiou”, conta �ngela. O filho dela, Elias Alves, de 22, e o amigo, o m�sico e instalador de piscina Alexandre Xavier, de 26, se uniram para ajudar a controlar as labaredas. “Fiquei at� 22h combatendo o inc�ndio”, disse.
Para Alexandre, o inc�ndio � resulta de descaso: “A mata fica no quintal da escola. � um descaso com os mais humildes”. A dona de casa Maria Aparecida Mendes, de 45, tem a mesma opini�o. Para ela, o poder p�blico deveria manter limpa e capinada a �rea nos fundos dos equipamentos p�blicos – a Escola Municipal Rui da Costa Val, a Emei Curumim e o Centro de Refer�ncia de Assist�ncia Social.