
O amor n�o tem limites para a coragem, para a determina��o e o afeto. Vinte e cinco casais disseram sim � diversidade e participaram, na manh� desta sexta-feira, da cerim�nia de casamento igualit�rio LGBTI, promovida pela Defensoria P�blica de Minas Gerais. Ao som da tradicional marcha nupcial, os noivos e noivas mostraram que todo amor � bonito e feio � n�o amar. “Moramos juntas h� tr�s anos e estar aqui hoje � uma forma de mostrar a todos que nosso amor existe”, afirma Nicolle Rodrigues Fel�cio Miranda, de 21 anos.
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%u2014 Estado de Minas (@em_com) September 27, 2019
Todo amor � bonito e feio � n�o amar. Vinte e cinco casais dizem sim � diversidade e participam, na manh� desta sexta-feira, da cerim�nia de casamento igualit�rio LGBTI, promovida pela Defensoria P�blica de Minas Gerais pic.twitter.com/V9pNL8pSQh
E ela faz quest�o de dizer o nome completo, j� que, agora, traz tamb�m o sobrenome da mulher, Lygia Maria Miranda Fel�cio, de 19, por quem se apaixonou quando ainda estava na escola. Vestida de branco e com coroa de brilhante no cabelo, Lygia levava nas m�os singelo buqu� de papel crepom e tecido feito pela m�e. “Quando a vi, sabia que ia ser pra casar”, conta.

Em sua terceira edi��o, a iniciativa ofereceu mais que o sonho de formar uma fam�lia e garantiu aos casais de l�sbicas, gays, bissexuais, transsexuais, os direitos civis, previdenci�rios e sucess�rios decorrentes do casamento. Na pr�tica, o c�njuge passa a poder ser inclu�do no plano de sa�de, clube, a ter o direito de heran�a e patrim�nio, a depender do tipo de uni�o formalizada, entre outras garantias.
Mas, para a noiva Emily Xavier Santana, de 27, mulher trans, o casamento, al�m do papel assinado, � a felicidade de se sentir amada. "Este � mais um grande dia pra n�s, pra hist�ria feliz que temos pela frente", afirma. Ela e o noivo Ivanir dos Santos Nascimento J�nior, de 35, eram s� chamego durante a celebra��o e assistiram o tempo todo de m�os entrela�adas. Daqui pra frente, eles planejam seguir a vida como qualquer outra fam�lia. “Quero continuar crescendo junto dele e planejamos tamb�m mais para frente um filho”, diz.
Os dois se conheceram pela internet: ela em Fortaleza, ele em BH. Foi o primeiro relacionamento de Ivanir com uma pessoa trans e, de cara, ficou encantado. “A primeira coisa que reparei foi a beleza”, diz, sorrindo para a morena de l�bios carnudos e batom vermelho escarlate. Namoraram � dist�ncia por sete meses e, h� tr�s anos, Ivanir tratou de convencer Emily a se mudar para a capital mineira. “A m�e dele s� disse que ele j� era maior de idade e s� queria que eu o fizesse feliz. E � isso que estou fazendo”, conta.
Um total de 63 casais oficializaram a rela��o no civil por meio da iniciativa, mas somente 25 quiseram participar da celebra��o, que ocorreu na Sala Minas Gerais da Orquestra Filarm�nica, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul da capital. Na festa da diversidade, cada um foi do jeito que sentiu mais bonito. Vestidos coloridos, ternos e gravata ou suspens�rio e, para os mais despojados, t�nis e cal�a jeans.
O cozinheiro Max Emiliano, de 29 anos, e o agora marido, Davenir Moscardini, de 19, tamb�m cozinheiro, escolheram o mesmo modelo de terno e usavam gravata e len�o na lapela das cores do arco-�ris. “Esse evento abre as portas ma quest�o da cidadania e mostra que n�s tamb�m somos uma fam�lia. E seguiremos vivendo nossa vida, n�s dois e nossos dois cachorros, Ozzy e Vilma”, diz.

Na celebra��o da diferen�a, tamb�m houve espa�o para a tradi��o, com direito � bolo de tr�s andares, bem-casado e entrada ao som da marcha nupcial. Na hora da troca das alian�as, uma como��o tomou conta da cerim�nia. Al�m dos an�is, casais trocaram beijos e declara��es ao p� do ouvido.
DIREITOS O defensor p�blico de Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais, Vladimir de Sousa Rodrigues, explica, apensar de terem ocorrido 63 casamentos no cart�rio, muitos casais preferiram n�o ir � cerim�nia por receio da exposi��o p�blica. "As fam�lias LGBTI s�o como qualquer outra. � preciso conviver com a diferen�a", afirma.
Durante a cerim�nia, o defensor aproveitou o ambiente da Orquestra Filarm�nica para dar o recado, na forma de m�sica. “Eu vejo a vida melhor no futuro. Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear”, cantou, entoando os versos de Tempos Modernos, de Lulu Santos, que este ano ficou noivo do piloto Clebson Teixeira.
Conselheira do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), Dalcira Ferr�o, refor�ou que um evento como o casamento igualit�rio LGBTI seria impens�vel 15 anos atr�s. “Se estamos aqui, � porque as coisas est�o caminhando. Mas � necess�rio garantir todos os direitos a essa popula��o que vem sendo assassinada, direitos de seguran�a p�blica, de sa�de”, cita.
