
A Pol�cia Civil de Minas Gerais realizou, nesta quinta-feira, uma grande opera��o, com a��es simult�nea em 10 cidades do Norte de Minas e do Tri�ngulo Mineiro, al�m de dois munic�pios do Paran�. Foram presas oito pessoas e cumpridos mandados de pris�o preventiva contra mais de 30 indiv�duos que estavam trancafiados. Foi feita, ainda, a transfer�ncia de 11 detentos para pres�dios federais. O objetivo � desarticular a maior organiza��o criminosa do pa�s, surgida em S�o Paulo, e que, de dentro dos pres�dios, comanda os crimes como tr�fico de drogas, roubo de cargas e homic�dios, atuando tamb�m em pa�ses vizinhos como Bol�via, Paraguai e Col�mbia.
A opera��o, que mobilizou cerca de 100 policiais, foi a segunda ofensiva do sistema de seguran�a contra o crime organizado no estado em menos de 10 dias, no Norte do estado. Numa grande opera��o realizada pelas Policias Militar de Minas Gerais e da Bahia, com apoio da Pol�cia Federal, entre 25 de setembro e primeiro de outubro, foi desarticulada uma quadrilha que pretendia atacar carros-fortes e caixas eletr�nicos na regi�o. Nove criminosos foram mortos em confrontos com as for�as policiais. Ap�s seis dias de persegui��o e confrontos, dois integrantes do bando se entregaram e foram presos. A a��o criminosa contava com a participa��o de homens vinculados e patrocinados por fac��es criminosas da Bahia, s�o Paulo e Cear�.
As investiga��es que resultaram na opera��o desta quinta-feira foram iniciadas em janeiro, ap�s a intercepta��o de uma carta que partiu da Seguran�a M�xima de Francisco S�. No documento, detentos perigosos amea�avam encomendar as mortes de cinco agentes penitenci�rios, contra o endurecimento das regras de disciplina.
De acordo com o delegado Alberto Ten�rio, que coordenou os trabalhos em conjunto com outros tr�s delegados de Montes Claros, a partir da descoberta da carta, foram investigadas outras a��es de integrantes da fac��o criminosa que age nos pres�dios. Ao longo de seis meses, com autoriza��o da Justi�a, foram interceptadas e analisadas cerca de 34,6 mil liga��es feitas por celulares, sendo monitoradas conversas entre detentos da Penitenci�ria M�xima de Francisco S�, do Pres�dio Regional de Montes Claros e das cadeias de Umuarama e Cruzeiro do Oeste, no Paran�.
Teleconfer�ncia de presos
Nas escutas autorizadas pela Justi�a foi identificada uma nova forma de comunica��o criada pela organiza��o criminosa, um sistema de “teleconfer�ncia” , com a participa��o de 25 detentos em pres�dios em diferentes partes do pa�s, notadamente em S�o Paulo, Minas Gerais, Paran� e Mato Grosso. “Nas teleconfer�ncias, os detentos iam repassando mensagens entre eles, tentando articular respostas �s determina��es das dire��es dos pres�dios para o refor�o das a��es de seguran�a”, informou Ten�rio.
Segundo ele, foram descobertas ordens repassadas pelos l�deres da fac��o para outros detentos, sendo descobertos diversos crimes como tr�fico de drogas, roubos de cargas, assaltos, corrup��o de menores e corrup��o ativa e passiva. Um fato que chamou aten��o dos investigadores foi um roubo de uma grande carga de fertilizantes, avaliada em R$ 5 milh�es. O caso foi registrado recentemente em Uberl�ndia, no Tri�ngulo. Foi descoberto que a a��o criminosa foi comandada por homens recolhidos em um pres�dio da cidade que receberiam grande parte da venda das mercadorias roubadas. Os autores foram identificados e j� est�o presos. A��es s�o feitas para recuperar a carga.
Um dos alvos da opera��o desta quinta-feira foi um homem, morador do Bairro Vera Cruz, em Montes Claros, que foi preso. H� algum tempo, ficou tetrapl�gico, ao ser alvejado na coluna em uma trocas de tiros com a pol�cia. De acordo com as investiga��es, mesmo com a limita��o f�sica, o homem fazia a venda, a compra e a distribui��o de drogas para um detento do pres�dio local e para um outro elemento altamente perigoso, que est� detido em Francisco S�.
Durante a opera��o, 11 integrantes da organiza��o criminosa deixaram a Penitenci�ria de Seguran�a M�xima de Francisco S� e foram transferidos para pres�dios federais n�o revelados, por quest�o de seguran�a. Sob um forte esquema de seguran�a, com a escolta de um helic�ptero, eles foram levados at� Montes Claros, de onde seriam transferidos em uma aeronave para pris�es federais.