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Estado de Minas AN�LISE DA NOT�CIA

Mar�lia Mendon�a em BH: falhas na preven��o, mas tamb�m na resposta

PM informou que denunciar� ao Minist�rio P�blico os organizadores do show na segunda � noite na Pra�a da Esta��o, que descambou para arrast�es e tumultos


postado em 09/10/2019 06:00 / atualizado em 09/10/2019 09:44

Cerca de 50 mil pessoas se reuniram na Praça da Estação para ouvir Marília Mendonça, mas produção informou expectativa de 15 mil, segundo a PM(foto: Marcos Vieira/Em/DA Press)
Cerca de 50 mil pessoas se reuniram na Pra�a da Esta��o para ouvir Mar�lia Mendon�a, mas produ��o informou expectativa de 15 mil, segundo a PM (foto: Marcos Vieira/Em/DA Press)


As cenas de vandalismo e viol�ncia vistas na Pra�a da Esta��o na noite de segunda-feira foram resultado de um coquetel que soava previs�vel: aglomera��o gigantesca, com policiamento e opera��es de tr�nsito claramente insuficientes. Se os organizadores mentiram sobre a expectativa de p�blico, devem responder por isso, mas era de conhecimento geral, desde a manh� de anteontem, que Mar�lia Mendon�a seria a atra��o da noite de segunda-feira na Pra�a da Esta��o.

Era de se prever que ali haveria uma multid�o e risco de tumultos, inclusive porque circularam em grupos de aplicativos de mensagens para celular amea�as expl�citas de arrast�es, com horas de anteced�ncia. Ainda que a presen�a de f�s tenha sido surpreendente, a rea��o das autoridades foi lenta diante de uma plateia que se agigantava desde as primeiras horas da noite.

Basta dizer que, enquanto v�deos de arrast�es j� viralizavam em redes sociais no fim da noite de segunda-feira, a Pol�cia Militar e a Guarda Municipal ainda insistiam em negar o registro de ocorr�ncias dessa natureza. Ao que tudo indica, se faltaram preven��o e alertas dos organizadores, faltou tamb�m capacidade de resposta e agilidade diante da situa��o que n�o se instalou de uma hora para outra. 

PM culpa organiza��o de show por tumultos


(Mateus Parreiras) O que era para ser um show surpresa, com acesso liberado para pessoas que de outra forma dificilmente teriam como assistir ao vivo a uma apresenta��o da cantora Mar�lia Mendon�a, se transformou em uma imensa aglomera��o, com estrutura insuficiente e marcada por roubos e tumultos no Centro de Belo Horizonte. Mais que isso: instalou uma pol�mica entre a Pol�cia Militar, a Prefeitura de Belo Horizonte e os respons�veis pelo show, acusados pelas autoridades de terem declarado estimativa de p�blico mais de tr�s vezes menor do que a previs�vel na noite de segunda-feira, na Pra�a da Esta��o, Centro da capital.

Ver galeria . 9 Fotos Evento gratuito arrastou milhares de pessoas, que curtiram o show da cantora na noite desta segunda. Ocorrências policiais e trânsito são pontos negativos Marcos Vieira/EM/D.A Press
Evento gratuito arrastou milhares de pessoas, que curtiram o show da cantora na noite desta segunda. Ocorr�ncias policiais e tr�nsito s�o pontos negativos (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )


A estimativa informada seria de 15 mil pessoas, para a grava��o de um document�rio, mas compareceram mais de 50 mil � apresenta��o gratuita da estrela do sertanejo, segundo a PM. O resultado foi policiamento e opera��o de tr�nsito insuficientes, arrast�es, crimes, depreda��es e transtornos na mobilidade urbana.

A organiza��o divulgou o evento horas antes, mesmo sabendo que se tratava de uma atra��o que mobilizaria milhares de pessoas, sem comunicar isso �s autoridades, segundo a PM e a PBH. “N�o podemos brincar com a seguran�a p�blica e foi o que n�s vimos aqui (durante o evento). Por que n�o foi retificado (a expectativa real de pessoas)? Por uma estrat�gia de marketing? O marketing n�o pode envolver a vida das pessoas”, disse o porta-voz da Pol�cia Militar, major Fl�vio Santiago.

A corpora��o informou que vai encaminhar den�ncia ao Minist�rio P�blico, uma vez que a corpora��o precisou agir com poucas informa��es, tendo registrado 46 ocorr�ncias, entre elas de roubos e furtos. Houve 14 pris�es, cinco delas relacionadas aos arrast�es que teriam sido monitorados pela intelig�ncia. “Baderneiros se enfrentaram na Avenida Amazonas, na altura do n�mero 105, levando preju�zo e perigo de dano e a Rotam teve de agir”, disse Santiago, que confirmou duas tentativas de homic�dio com o uso de l�minas.

Capacidade


O oficial afirma que os respons�veis pelo evento sabiam que mais pessoas viriam, o que poderia ser comprovado pelas altera��es no pedido de autoriza��o � corpora��o e � PBH. “Mentiram (os organizadores), pois previram 20 mil pessoas. Quando souberam que a pra�a s� comportava 15 mil pessoas, reduziram para 15 mil, para se adequarem � legisla��o, mas sabiam que a previs�o seria de mais pessoas”, disse o porta-voz da PM. “Eles podem responder penal, civil e administrativamente. Por danos ou qualquer preju�zo com depreda��es que seja detectado pela prefeitura. E podem ser responsabilizados, ainda, pelo perigo � sa�de e � vida das pessoas que ali estavam”, advertiu.



A Pol�cia Militar informou que s� foi informada no final da semana, com “pouqu�ssimo tempo h�bil para um planejamento”. “Basta imaginar que temos um evento como o carnaval sendo planejado desde agora. Ante isso, veja a irresponsabilidade em se fazer eventos sem a comunica��o necess�ria. Quando n�o passo informa��es oficiais, inibo que o poder p�blico se prepare com toda a efetividade para um evento dessa magnitude”, disse o militar. “Trabalhamos com a restaura��o da ordem p�blica e com redu��o de danos. Fizemos um trabalho r�pido e que se n�o fosse essa a��o conjunta com a prefeitura, talvez tiv�ssemos um evento catastr�fico”, classificou.

Caso tivesse tempo h�bil a informa��o do p�blico real estimado, o porta-voz indicou que a PM poderia ter exigido cercamentos, bloqueios, revistas de todas as pessoas e que haveria at� a possibilidade de vetar o evento. “Se vet�ssemos, ter�amos, por conta das redes sociais, que lidar com pessoas indo at� o local como forma de protesto. Massas insatisfeitas que por nossa experi�ncia poderiam promover quebradeiras”, justifica.

Falta de comunica��o


O subsecret�rio de Fiscaliza��o da Secretaria Municipal de Pol�tica Urbana, Jos� Mauro Gomes, afirma que, antes de liberar um evento, a administra��o municipal checa sempre se a PM e os Bombeiros foram comunicados, se h� respons�vel t�cnico. “Colocaram um p�blico no limite dos 15 mil, quando se sabia que seria maior. Para um show daquela magnitude, teria de haver outros requisitos de seguran�a e mobilidade urbana. N�o previram, por exemplo, o fechamento da Andradas, que causou transtornos ao tr�fego e ao transporte coletivo”, disse. Segundo ele, a legisla��o de eventos est� sendo reformulada. “Teremos cuidados maiores e vamos procurar pedir anteced�ncia maior do que apenas dois dias.”

Produ��o

Turnê de Marília Mendonça vai passar por todas as capitais do país(foto: Marcos Vieira/Em/DA Press)
Turn� de Mar�lia Mendon�a vai passar por todas as capitais do pa�s (foto: Marcos Vieira/Em/DA Press)

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do evento informou que a produ��o local do show surpresa da cantora Mar�lia Mendon�a “adotou todos os procedimentos necess�rios para a realiza��o do evento na Pra�a da Esta��o, como cercamento dos jardins, montagem de barricadas para garantir a seguran�a do p�blico e profissionais que estavam trabalhando no local, contrata��o de empresa de seguran�a privada, acionamento dos �rg�os de seguran�a p�blica e contrata��o de empresa de limpeza privada”.

O texto destaca que “a Pra�a da Esta��o foi entregue limpa ainda na madrugada ap�s o evento”. O dimensionamento de p�blico de 15 mil pessoas teria se baseado no que  ocorreu em outras 15 capitais que receberam a turn�. “Ademais, o evento foi divulgado apenas pelas redes sociais da cantora e do produtor local, horas antes do show, em plena segunda-feira”.

Apesar da presença de milhares de pessoas, jardim da Praça da Estação apresentou poucos danos no dia seguinte(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Apesar da presen�a de milhares de pessoas, jardim da Pra�a da Esta��o apresentou poucos danos no dia seguinte (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


De fato, como comprovou o Estado de Minas, apesar de milhares de pessoas terem comparecido ao evento e de cenas de brigas, tumultos e correrias, a Pra�a da Esta��o amanheceu limpa e com poucos danos ao patrim�nio p�blico, como canteiros pisoteados.


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