A comunidade de BH que festeja com o Vaticano a canoniza��o de Irm� Dulce

Amanh� ser� um domingo especial para os brasileiros, e em especial, para moradores do Aglomerado da Serra, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Na Pra�a de S�o Pedro, no Vaticano, a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres vai se tornar Santa Dulce dos Pobres, em cerim�nia presidida pelo papa Francisco, com in�cio �s 10h, hora local (5h em Bras�lia). Enquanto isso, muito longe da It�lia e da Bahia, a comunidade da regi�o de alta vulnerabilidade social de BH vai festejar a canoniza��o da religiosa (1914-1992) nascida em Salvador e primeira santa brasileira dos tempos atuais. A programa��o vai incluir prega��es, missas, louvor e shows, das 10h �s 19h, na quadra da Escola Municipal Senador Levindo Coelho (veja quadro).

�nica par�quia de Minas dedicada ao “Anjo bom da Bahia”, como a freira ficou conhecida, a “rede de comunidades de f�” do Aglomerado da Serra, com nove templos cat�licos, mudar� de nome. Segundo o padre Jo�o Batista Leoc�dio Silva, que estar� � frente das comemora��es, a Par�quia Bem-Aventurada Dulce dos Pobres passa a se chamar, a partir de amanh�, Santa Dulce dos Pobres. Diariamente, s�o muitos os relatos de b�n��os e gra�as alcan�adas pelos moradores das vilas, por intercess�o da irm� que deixou um legado na Bahia, sob a forma de obras sociais, com destaque para o Hospital Santo Ant�nio, que atende a milhares de pessoas.

O arcebispo metropolitano de BH e presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, seguiu ontem para Roma, e vai participar da cerim�nia de canoniza��o de Irm� Dulce. Antes de embarcar, dom Walmor, que presidiu a missa de despedida do cardeal dom Serafim Fernandes de Ara�jo (1924-2019), falou sobre a freira. “A canoniza��o de Irm� Dulce � presente do Papa Francisco para a Igreja no Brasil. Exemplar na f�, Irm� Dulce, com incondicional confian�a em Deus, buscou sempre servir. Esteve ao lado dos pobres, sempre. Nos altares, ser� ainda mais forte a interpela��o de Santa Dulce dirigida a cada um de n�s: � preciso ser bom, olhar prioritariamente para os que sofrem, trabalhando para uma sociedade justa e fraterna”.

COMUNH�O Dom Walmor disse se alegrar por fazer parte dessa hist�ria. “A cria��o da Par�quia Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, no in�cio da d�cada, � fruto do trabalho mission�rio de muita gente: padres, religiosas e crist�os leigos que se dedicam ao Aglomerado da Serra. Uma rede de comunidades de f� bonita, solid�ria, fraterna, que inspira a todos n�s.” E adiantou que estar� junto de todos, mesmo distante. “Amanh� (domingo), dia de festa pela canoniza��o de Santa Dulce, estou unido a cada um de voc�s, em ora��o. Em raz�o do S�nodo para a Amaz�nia, convocado pelo papa, n�o posso estar com voc�s. Mas, em breve, vamos nos encontrar. Pe�o as ora��es de cada um, para o papa, para os bispos que participam do S�nodo e tamb�m para o meu minist�rio. Rezarei sempre por voc�s.”

Com a vida dedicada aos pobres, Irm� Dulce nasceu em 1914 batizada Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Em 1933, ingressou na Congrega��o das Irm�s Mission�rias da Imaculada Concei��o da M�e de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em S�o Crist�v�o (Sergipe). No mesmo ano, recebeu o h�bito e adotou, em homenagem � m�e, o nome de Irm� Dulce. Dois anos depois, j� na Bahia, intensificou os trabalhos de amparo aos pobres. A freira se tornou reconhecida por trabalho dedicado aos enfermos que viviam nas ruas. Morreu aos 77 anos, em 13 de mar�o de 1992.