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Estado de Minas TRAG�DIA QUE SE REPETE

Segundo desastre a�reo no ano multiplica mortes e indigna��o no Cai�ara: 'V�o esperar cair em cima de um pr�dio?'

Queda de avi�o na mesma rua de acidente ocorrido em abril mata tr�s, dois deles em terra, e leva moradores a cobrar fim de aeroporto


postado em 22/10/2019 06:00 / atualizado em 22/10/2019 07:48


Em um intervalo de seis meses e com uma diferen�a de apenas 100 metros, a queda de dois avi�es na Rua Minerva, no Bairro Cai�ara, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, deixa um saldo de quatro mortes, tr�s feridos e a popula��o de uma regi�o inteira apavorada. Embora os acidentes na mesma rua sejam considerados uma infeliz coincid�ncia, a semelhan�a entre eles n�o foi mero acaso, mas faz parte de problema com nome e endere�o: aeroporto em �rea urbana e adensada. Se quando o Aeroporto Carlos Prates, no Bairro Padre Eust�quio, come�ou a operar, na d�cada de 1940, a capital tinha perto de 350 mil habitantes, de acordo com o Arquivo P�blico da Cidade de Belo Horizonte, agora o terminal est� encravado na regi�o mais populosa da cidade, �rea que, sozinha, tem 340 mil moradores e 87 mil domic�lios, segundo a prefeitura, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).



O avi�o de pequeno porte modelo SR 20 Cirrus Design havia acabado de decolar do Aeroporto Carlos Prates com destino a Ilh�us, na Bahia, quando caiu sobre carros na Rua Minerva, entre as ruas Nadir e Rosinha Sigaud. ï¿½s 8h14min24, apenas 21 segundos depois da partida, a colis�o e explos�o da aeronave matou ontem tr�s pessoas e deixou tr�s feridos. Rodeado por casas e pr�dios, o local do acidente fica a 90 metros de uma escola infantil, a 501 metros de um centro de sa�de e a 148 metros de um posto de gasolina. Moradores reagiram � queda e ainda ontem come�aram a se organizar para cobrar a��es. H� um grupo que defende o fechamento do aeroporto e reclama sobre escola de voo que opera no terminal.

Al�m de abaixo-assinado pedindo o fechamento, que ultrapassava 13 mil assinaturas at� as 23h de ontem, eles planejam entrar com pedido para que o Minist�rio P�blico Federal investigue as condi��es de seguran�a e ambientais do aeroporto, administrado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero). O terminal est� em �rea residencial, rodeado pelos bairros Cai�ara, Alto Cai�ara, Padre Eust�quio, Monsenhor Messias e Jardim Montanh�s. Juntos, eles contam com 47.980 habitantes. A articula��o � feita por uma comiss�o de moradores, que se reuniram na tarde de ontem.

“A maioria dos moradores solicita o fechamento do aeroporto. Montamos um comit� e, al�m da solicita��o a ser feita ao Minist�rio P�blico, queremos uma audi�ncia p�blica na Assembleia Legislativa”, afirma a designer Carolina Quelotti, de 48 anos, h� 35 moradora do Cai�ara. A reuni�o de ontem contou com mais de 50 moradores para discutir a situa��o do terminal.


“J� passou da hora de tirar esse campo de avia��o. Est�o esperando cair em cima de um pr�dio e morrer quantas pessoas? Ou morrer algu�m importante? � s� o que est� faltando, porque morte a gente j� tem a� sobrando. Uma v�tima j� deveria ser suficiente”, afirma a manicure Luciana Mota, de 37, que teve o carro atingido pela aeronave, mas escapou ilesa do acidente.

Moradora do bairro desde 1978, a empres�ria Marilene Paolinelli, de 68, levou a reportagem ao im�vel onde mora para mostrar a situa��o. “Vivo em sobressalto, porque tenho essa �rea e tenho medo de tentarem pousar para sobreviver e ca�rem em cima da gente. Naquela casa vermelha quase caiu um. J� caiu outro na Rua Lorena, e aqui na Rua Minerva � o segundo. � tenso, porque a gente n�o sabe o momento de acontecer”, desabafou.

Avião caiu e deixou três mortos e três feridos na mesma rua do Bairro Caiçara em que outro se espatifou em abril(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Avi�o caiu e deixou tr�s mortos e tr�s feridos na mesma rua do Bairro Cai�ara em que outro se espatifou em abril (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


Desde 13 de abril, quando ocorreu a queda da aeronave PT-DME, do modelo franc�s Socata ST-10 Diplomate, at� a manh� de ontem, quando caiu a aeronave PR-ETJ, modelo SR 20, fabricada pela Cirrus Design em 2007, nada foi feito para trazer mais seguran�a aos moradores da Rua Minerva. A afirma��o � do contador N�lio Godinho dos Santos, de 69, que teve a casa atingida pela queda de monomotor em abril. “N�o recebemos contato de ningu�m”, afirmou. Toda a fam�lia vive em estado constante de tens�o. “Minha filha n�o consegue dormir mais. Levanta assustada quando um avi�o passa. Muitos fazem voo rasante. � muito barulho”, queixou-se. Na manh� de ontem, ele estava assustado ao testemunhar pela segunda vez um desastre a�reo na rua onde mora.

No acidente de abril, parte do muro da casa de N�lio ficou destru�da, bem como a parte el�trica da resid�ncia. O contador mora com a mulher, Maria Helena Gon�alves Godinho, de 76, dois filhos e uma funcion�ria. “Minha esposa estava caminhando na hora em que o acidente aconteceu, nesta segunda. Escutou o barulho, viu a fuma�a e j� pressentiu que a queda tinha sido em nossa rua novamente”, afirmou.

Ver galeria . 42 Fotos Um avião de pequeno porte caiu em um cruzamento do Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte. Carros foram atingidos e pessoas morreramPaulo Filgueiras/EM/DA Press
Um avi�o de pequeno porte caiu em um cruzamento do Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Carros foram atingidos e pessoas morreram (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press )


Hist�rico


O aeroporto de onde partiram as duas aeronaves abriga o Aeroclube do Estado de Minas Gerais, dedicado � forma��o de pilotos, avia��o desportiva, manuten��o, instru��o, constru��o de aeronaves, ultraleves, avia��o geral de pequeno porte e helic�pteros. Na funda��o da cidade, o Bairro Padre Eust�quio foi ocupado, a partir de 1920, por oper�rios que formaram vilas afastadas de onde ent�o ficava a �rea urbana da cidade. Assim como a chegada dos bondes, a abertura da Avenida Pedro II, iniciada em 1935, que ocorreu na �poca da constru��o do aeroporto, foi importante para a ocupa��o da regi�o.

Com a repeti��o de acidentes, em um per�odo de seis meses, os moradores refor�aram os pedidos para o fechamento do Aeroporto Carlos Prates. No entanto, conforme a reportagem apurou, n�o h� nenhuma a��o no sentido de desativar o terminal. Inclusive, logo depois do acidente de abril, o prefeito da capital, Alexandre Kalil, afirmou que n�o via motivos para fechar a estrutura. Diante do segundo acidente, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a responsabilidade por analisar o pedido � da Infraero.

Queda ocorreu a 100 metros de acidente semelhante em abril(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Queda ocorreu a 100 metros de acidente semelhante em abril (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Desta vez, três carros foram destruídos e duas pessoas morreram em um deles(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Desta vez, tr�s carros foram destru�dos e duas pessoas morreram em um deles (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


Em nota, por sua vez, a Infraero destacou que “o Aeroporto Carlos Prates opera dentro de requisitos de seguran�a estabelecidos nas normas da avia��o civil brasileira”. Informou ainda que, ao ser acionada, “mobilizou toda a estrutura de emerg�ncia e socorro que atende ao aeroporto”.

Uma equipe do Centro de Investiga��o e Preven��o de Acidentes Aeron�uticos (Cenipa) iniciou a per�cia na manh� de ontem. Nesta fase inicial � feita a coleta de dados: fotografia de cenas, retirada de partes da aeronave para an�lise, recolhimento de documentos e coleta de relatos de pessoas que possam ter observado a sequ�ncia de eventos. A investiga��o tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas caracter�sticas ocorram. Ainda n�o h� conclus�o sobre o acidente de abril com a aeronave de matr�cula PT-DME.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


As v�timas


Mortos


Do aparelho

Hugo Fonseca Silva, 38 anos
Era morador de Contagem, na Grande BH. Deixa a esposa e o filho Miguel, de 1 ano

Em terra

Pedro Ant�nio Barbosa, de 54
Estava em um dos tr�s carros destru�dos. Era de Venda Nova e estava indo trabalhar em uma obra

Paulo Jorge de Almeida, de 61
Estava no mesmo carro. Pedro e Paulo eram vizinhos e estavam a caminho do trabalho no mesmo local

Socorridos com vida


Do aparelho

Allan Duarte Jesus Silva, de 29  
Pilotava o avi�o e teve queimaduras. Estava com a habilita��o em dia

Thiago Funghi A. Torres, de 30
Estava no avi�o e foi socorrido com queimaduras pelo corpo

Srrael Campras dos Santos 
Estava no avi�o e tamb�m se queimou. Na Anac, aparece como operador do aparelho


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