(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas EXCLUSIVO

Explos�o na Pampulha: nossa equipe entra em �rea isolada e mostra estrutura

Reportagem do EM entrou vertedouro auxiliar da Lagoa da Pampulha, onde uma explos�o feriu tr�s oper�rios da Prefeitura nessa sexta (25); principal suspeita � de que acidente foi causado pelo ac�mulo de gases desprendidos da �gua contaminada da represa


postado em 26/10/2019 10:31 / atualizado em 26/10/2019 13:31

Cilindros de solda e gás no canteiro de obras em meio à vistoria da Sudecap(foto: Mateus Parreiras/EM)
Cilindros de solda e g�s no canteiro de obras em meio � vistoria da Sudecap (foto: Mateus Parreiras/EM)

O canteiro de obras montado no vertedouro auxiliar da Lagoa da Pampulha passou por uma vistoria da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), nesta manh� (26). A reportagem do Estado de Minas entrou na estrutura at� a �rea do Po�o de Visita (PV), que � onde se acessa a galeria de extravas�o da �gua do reservat�rio, onde tr�s oper�rios se feriram, ontem (25), ap�s explos�o no interior da constru��o de drenagem. O local foi isolado e as ferramentas e insumos ficaram largadas em meio a equipamentos de prote��o individual e ferramentas abandonadas pelos trabalhadores.

O superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, esteve na estrutura e falou com a reportagem que n�o ocorreram danos estruturais ap�s a explos�o. "Nada foi comprometido, em termos de estrutura. Vamos retomar em breve as obras de manuten��o e o funcionamento do vertedouro n�o foi comprometido. Nossa preocupa��o principal, agora, � com o estado de sa�de dos trabalhadores feridos no acidente", disse o superintendente.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais enviou uma equipe de tr�s militares para apoiar os trabalhos da Sudecap. Ser� necess�rio remover uma pe�a que caiu durante o acidente dentro da galeria e que est� impedindo as comportas que inundam a galeria de se abrir. A inunda��o ser� necess�ria para expulsar o g�s que pode estar acumulado na lagoa. "Nossa equipe especializada vai descer pela sa�da da drenagem (que leva a �gua da lagoa para o Ribeir�o Pampulha) e vai desobstruir essas comportas. Ser� necess�rio a utiliza��o de suporte para respira��o artificial e prote��o contra o ambiente contaminado", disse o Tenente Marcos Machado, do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais do CBBMG. 



Tr�s dos integrantes da equipe que acompanhou a vistoria da Sudecap informaram extra-oficialmente que tudo indica que a explos�o foi causada pelo ac�mulo de gases que se desprendem da �gua altamente contaminada por esgoto e que se acumulou no interior da galeria. A Sudecap n�o se posicionou oficialmente sobre o caso.

Saída do vertedouro, na parte de baixo da barragem(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Sa�da do vertedouro, na parte de baixo da barragem (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Os tr�s trabalhadores estavam numa profundidade de oito a nove metros da galeria, que chega a ter 20 metros no ponto mais baixo. Eles operavam ferramentas e soldas. Tanto as fagulhas de choque de ferramentas quanto a chama da soldagem podem ter sido os causadores da igni��o do g�s.

No canteiro de obras, o cen�rio mostra um abandono realizado �s pressas pela equipe de manuten��o, enquanto os colegas feridos eram atendidos pelos bombeiros depois da explos�o. Luvas, �culos e outros equipamentos de prote��o individual foram deixados sobre ferragens e vigas de madeira usadas na obra. Ferramentas tamb�m estavam espalhadas no corredor de 30 metros que liga a margem da obreira esquerda da barragem ao vertedouro.

As duas muretas de concreto que guarnecem essa ponte serviram para esticar barris de �leo, insumos e quatro cilindros de g�s usado em ferramentas como ma�aricos e soldas. Todos objetos inflam�veis e explosivos que por sorte n�o estavam na �rea da explos�o, pois poderiam ter causado um estrago ainda maior.

Em volta do Po�o de Visita do vertedouro foram erguidos andaimes para suportar as roldanas que i�avam ou desciam materiais pesados para os oper�rios que estavam no interior da estrutura. O �nico local protegido do sol forte � uma tenda de lona pl�stica. Ao seu lado funcionava um grande gerador de eletricidade movido a combust�vel.

Lagoa tem mais g�s metano que Tr�s Marias

As cargas de esgoto e lixo despejados diuturnamente na Lagoa da Pampulha fazem com que o reservat�rio seja um grande produtor de metano, g�s que polui a atmosfera e � extremamente inflam�vel. De acordo com estudos para tese de doutorado desenvolvida no Laborat�rio de Limnologia, Ecotoxicologia e Ecologia Aqu�tica (Limnea) da UFMG o reservat�rio chega a expelir uma m�dia di�ria de 413 miligramas de metano (CH4) por metro quadrado, atingindo picos de 1.852 miligramas. Em compara��o com lagos muito maiores, o �ndice de metano na Pampulha � 51% superior ao de Tr�s Marias, o segundo com mais emiss�es de metano, que chega a 273 miligramas em m�dia.

O g�s metano (CH4) � incolor, inodoro e muito inflam�vel. Pode ser formado atrav�s da fermenta��o anaer�bica (a��o de bact�rias sem a presen�a de oxig�nio). Vegetais em processo de deteriora��o e outros res�duos org�nicos constituem o chamado g�s dos p�ntanos. Ocorre em dep�sitos de lixo e nos esgotos pela atividade de bact�rias que se multiplicam nesses ambientes.

Os n�veis de concentra��o de poluentes na Pampulha est�o entre os mais altos do ano, uma vez que a �poca da estiagem (abril a setembro) se prolongou e a pequena concentra��o de �gua por conta da falta de chuvas tem menor poder de depura��o dos esgotos – dissolve menos os componentes na �gua, deixando-a mais concentrada - que n�o cessam seu despejo no reservat�rio.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)