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Estado de Minas

Barb�rie sob investiga��o: veja detalhes do assassinato de menina de 5 anos em Betim

Avalia��o ps�quica de homem que assassinou a menina a facadas vai definir os rumos da apura��o. Fam�lia afirma que agressor estava em surto. Pol�cia questiona vers�o. Corpo da crian�a ser� sepultado hoje


postado em 31/10/2019 06:00 / atualizado em 31/10/2019 08:38

Testemunha do crime conta que o agressor parecia agir normalmente até atacar a criança. Não houve tempo de reagir, afirma(foto: Paulo Filgueira/EM/D.A Presss)
Testemunha do crime conta que o agressor parecia agir normalmente at� atacar a crian�a. N�o houve tempo de reagir, afirma (foto: Paulo Filgueira/EM/D.A Presss)


Est� marcado para as 10h desta quinta-feira o sepultamento da menina de 5 anos assassinada a facadas a caminho da escola na manh� de ontem na Rua Perd�es, Bairro Vila Cristina, em Betim, na Grande BH. A cerim�nia ser� realizada no Cemit�rio Parque Jardim das Cachoeiras, onde o corpo � velado desde a noite passada. 

"Ele n�o queria adultos. Ele queria s� crian�as." Foi o que uma testemunha, que preferiu n�o se identificar, contou depois de presenciar o crime. A crian�a estava acompanhada do irm�o, de 7 anos, e uma cuidadora quando foi atacada pelo homem, que, segundo a fam�lia dele, estaria em surto esquizofr�nico. M.E.P.N.S, de 25, quase foi linchado por moradores e acabou preso em flagrante pela Pol�cia Militar. Delegado p�e vers�o em quest�o. Na tarde de ontem, ele foi transferido para o Ceresp de Contagem. Na sa�da da delegacia, o homem apresentava les�es no rosto, devido a agress�es de populares que o impediram de fugir ap�s o crime.

Segundo a PM, a cuidadora disse que estava levando as crian�as � escola, de m�os dadas. Quando passavam pela Rua Perd�es, ela viu a menina cair. A crian�a havia acabado de levar uma facada. O agressor atacou a menina pelas costas e come�ou a desferir outros golpes. Ainda segundo o registro, a cuidadora mandou a outra crian�a sair correndo enquanto tentava proteger a menina, colocando-a no colo. Mas n�o conseguiu. Ela chegou a se colocar entre o agressor e a v�tima, mas ele dava a volta e continuava esfaqueando a crian�a.  O corpo da crian�a foi levado ao Instituto M�dico-Legal (IML) de Betim. Ao todo, de acordo com a per�cia, a v�tima levou quatro golpes, um nas costas e outros tr�s no t�rax.

O delegado Ot�vio de Carvalho, respons�vel pelas investiga��es do caso, disse, em coletiva de imprensa, que o rapaz estava tranquilo durante o interrogat�rio, mas apresentava comportamento estranho, falando pausadamente e sem manter contato visual. "Ele disse ter ouvido vozes de 'patr�es' mandando-o cometer o crime", contou o delegado. "Ele revelou que j� tinha pensado em matar e, inclusive, tentou sair com faca de casa, mas a fam�lia n�o deixou", disse o delegado.

O homem ainda teria tentado voltar ao local do crime, mas foi contido por populares. Segundo Carvalho, ap�s desferir as facadas na crian�a ele correu para a Rua Pirapetinga, mas voltou ainda com a faca nas m�os. "Dez minutos depois, ele ainda tentou voltar at� a crian�a, porque teria ouvido vozes ordenando que decepasse a cabe�a dela", revela.

Segundo a fam�lia, o jovem faz tratamento psiqui�trico para esquizofrenia e toma medica��o controlada. Na delegacia, parentes apresentaram receitu�rio m�dico e disseram que o rapaz teve um surto, mas a pol�cia tem outra vis�o. "Ainda � cedo, porque ele acaba de ser preso em flagrante, mas para a pol�cia, ele agiu de forma consciente e sabia o que estava fazendo, tanto que foi encaminhado para o pres�dio em Contagem,onde ficar� � disposi��o da Justi�a", afirma Carvalho.

Testemunha ouvida pelo Estado de Minas contou que, antes do crime, o homem comprou p�es em uma padaria e agia normalmente. “Na hora que a mo�a subiu com a crian�a, ele chegou e come�ou com os golpes de faca. Achamos que era uma briga de casal e ningu�m foi l� para socorrer. Vimos que ela n�o ia viver mais e eu j� comecei a gritar”, contou.  Segundo a testemunha, n�o houve tempo para reagir.

Ainda segundo a pessoa ouvida pela reportagem, o criminoso teria “comemorado” pela rua ap�s matar a crian�a. “Ele subiu com a faca na m�o batendo palma, batendo palma, falando assim: 'Eu consegui, eu consegui, consegui almas'”, afirma. Chorando, a testemunha lamentou a morte da menina. “Ele matou um beb� na nossa rua, que nem conhecia. N�o tinha v�nculo com ela. Por que ele matou esse nen�m?”, questionou.

"A cuidadora contou que, ao dar os golpes, ele ria compulsivamente", disse o major Paulo Roberto, da PM de Betim, em entrevista ao Estado de Minas. "Acredita-se que a risada seja a forma que ele tem de se expressar diante de algum conflito. A m�e contou que os companheiros de cela n�o entendiam esse comportamento e o agrediam. Ela conta que ele sofreu agress�es de todos os tipos, entre uma delas, foi exclu�do da alimenta��o", contou o major, referindo-se a pris�es anteriores do suspeito.

Liberdade provis�ria


De acordo com o major, o agressor foi preso no ano passado por tr�fico e uso de drogas, cumpriu pena de 11 meses e, desde a sa�da, usava tornozeleira eletr�nica. A Pol�cia Civil confirmou, em coletiva de imprensa na tarde de ontem, que o homem recebeu liberdade provis�ria em agosto. � pol�cia, o agressor assume ser usu�rio de drogas, mas, de acordo com o delegado, a fam�lia nega que ele estivesse sob efeito de entorpecentes. "Ele diz ser usu�rio de maconha, coca�na, e fala que usou crack nesta manh� (ontem). A fam�lia, por�m, nega e diz que ele n�o tem dinheiro para comprar drogas e que est� desempregado", detalha o delegado.

Ainda segundo o major, a m�e do agressor ficou desolada ao saber do crime e desmaiou duas vezes antes que os policiais chegassem. Ela contou que o filho j� tinha tido outros surtos dentro de casa.  “A faca usada no crime tem cerca de 20 cent�metros e foi recolhida pela pol�cia. A m�e contou aos policiais que, por medo, j� havia escondido todos os objetos perfurantes da casa. Mas, possivelmente, hoje o homem descobriu”, disse o major. Ainda de acordo com ele, o jovem se disse arrependido no momento da pris�o e afirmou que passara a noite em claro fazendo uso de drogas, sem tomar o medicamento controlado receitado por m�dico.

Medica��o


Uma testemunha, que � conhecida do suspeito, tamb�m contou que ele passava por tratamento para esquizofrenia. Ele mora com a m�e e tr�s irm�os duas ruas abaixo de onde ocorreu o crime. Anteontem, segundo ela, a m�e percebeu um comportamento estranho do filho e o levou ao m�dico, que teria dobrado a dosagem de medica��o.

Segundo o psiquiatra forense, Paulo Roberto Repsold, � comum que pacientes com esquizofrenia tenham del�rios e ou�am vozes. "A doen�a faz com que o paciente tenha o que chamamos de del�rios, al�m de ouvir vozes, que conversam com ele, d�o conselhos ou at� ordens ", explica. Casos como esse, segundo Repsold, ocorrem quando o paciente n�o est� bem medicado. "Pessoas em surtos agudos de esquizofrenia podem tornar-se violentas, seja por uma maior impulsividade, seja por responderem a ordens de suas alucina��es ou reagirem violentamente por se acharem perseguidas", complementa.
Ainda de acordo com o m�dico, mesmo que a pessoa esteja sendo medicada, os surtos podem acontecer, mas os rem�dios reduzem significativamente o risco . "� uma minoria que tem surtos mais graves. A maioria dos pacientes tratados, consegue viver sem necessidade de interna��o", comenta. Ele aponta ainda que o uso de drogas tende a ser um gatilho para os surtos. "As pessoas precisam entender que a maioria dos esquizofr�nicos n�o � perigosa para si nem para a sociedade. Nesse caso, em espec�fico, h� informa��es de que houve rela��o com drogas".


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