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Estado de Minas

Seu carro tem um ''g�meo''? Como a pol�cia age para combater o avan�o da clonagem

Pol�cia adota tecnologia e videomonitoramento na ca�a a carros clonados, que usam dados de ve�culos legais como fachada para crimes


postado em 17/11/2019 04:00 / atualizado em 17/11/2019 08:19

Simone Pereira Neme teve o seu carro clonado(foto: Paulo Filgueiras/Em/D.A Press)
Simone Pereira Neme teve o seu carro clonado (foto: Paulo Filgueiras/Em/D.A Press)

Nas ruas, c�meras do sistema de monitoramento Olho Vivo, da Pol�cia Militar, rastreiam os caminhos de carros com suspeita de placas clonadas. Nos laborat�rios de pol�cia cient�fica, exames buscam identificar a duplica��o de caracter�sticas de identifica��o, inclusive de chassis, usada para camuflar a circula��o dos clones em roubos a cargas, assaltos e at� em ataques a caixas eletr�nicos. Se h� uma percep��o de que esse tipo de crime vem aumentando, as formas e as armas para fechar o cerco a ele pelas autoridades tamb�m t�m se ampliado. O resultado � o aumento da identifica��o dos chamados “dubl�s” e um incremento da participa��o deles entre os autom�veis recuperados por policiais. Neste ano, dos 5.317 ve�culos produtos de crimes devolvidos at� outubro pela Divis�o Especializada de Preven��o e Investiga��o ao Furto e Roubo de Ve�culos Automotores (Depifrva), 700 (13,7%) eram “impostores”. J� � o maior percentual desde 2015 (veja quadro).

De acordo com o delegado Fernando Andrade Alvarenga Santos, da 1ª Delegacia da Depifrva, o crime � dif�cil de ser identificado, enquanto os preju�zos e transtornos para os donos do ve�culo duplicado s�o in�meros. “O mais comum � o condutor descobrir que teve seu carro clonado depois de receber multas at� de outros estados. Se o dubl� n�o for apreendido, a solu��o pode ser requisitar uma nova placa”, conta o policial. Contudo, o procedimento � complexo, significa mais gastos e mais m�o de obra. “Para conseguir a nova placa, a pessoa ter� de provar que o seu ve�culo n�o � o que foi flagrado em uma infra��o, por exemplo. Seria preciso algum v�deo de estacionamento, rastreio de GPS e at� alguma forma de produzir essas comprova��es, no mesmo hor�rio em que o clone foi flagrado em outro local”, afirma Santos.

Segundo o delegado, h� casos de pessoas que chegam a receber de 30 a 40 multas em casa, resultantes do uso de clones. S�o condutores que precisam recorrer para n�o ter de pagar fortunas e at� perder suas habilita��es devido ao n�mero de pontos perdidos pelas infra��es. Uma rotina bem conhecida da professora e coordenadora bil�ngue Fabiana Ramos, de 41 anos. Ela foi roubada no bairro Belvedere, Zona Sul da capital, em agosto. Desde ent�o, sofreu com in�meros problemas, como a necessidade de refazer documentos, recuperar contatos do celular e arquivos profissionais importantes. Neste m�s, recebeu outra surpresa. Uma multa por excesso de velocidade registrada por radar fixo que � operado pela BHTrans na Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Santa L�cia, Regi�o Centro-Sul de BH. O problema � que no mesmo dia ela tinha passado por uma cirurgia e por esse motivo n�o poderia estar conduzindo o ve�culo.
 
Alguns dias depois, a Pol�cia Militar entrou em contato com o pai dela, informando que um carro de mesma placa e caracter�sticas que o dela foi flagrado em cenas de roubos cometidos pela cidade, inclusive na tentativa de roubar outros ve�culos na garagem de um pr�dio. “Vieram viaturas policiais para a casa do meu pai, achando que o meu carro tinha sido usado nos crimes. No mesmo dia, os policiais me ligaram para alertar sobre a clonagem”, lembra ela.

A partir da� se iniciou um intrincado processo de persegui��o ao carro clonado, que se valeu inclusive das c�meras de monitoramento do programa Olho Vivo. “Tive de pegar um boletim de ocorr�ncia (comprovando a clonagem), para n�o correr o risco de ser presa na rua. Nos dois dias subsequentes, me ligaram para confirmar as minhas passagens pelas c�meras, para diferenciar qual era o carro original e qual era o fraudado”, conta. Como resultado dos dias de rastreamento, um trio de criminosos foi preso, armado com uma pistola e muni��o. As multas ainda precisar�o ser contestadas.

A chegada de uma carta do Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran-MG) causou estranheza � aposentada Simone Pereira Neme, de 54, moradora de Belo Horizonte. A mensagem informava que ela deveria viajar por 384 quil�metros, at� Pouso Alegre, no Sul de Minas, para liberar seu ve�culo. “S� que meu carro estava na garagem, n�o havia sido usado recentemente e muito menos chegado sequer perto do Sul de Minas”, conta.

A chegada de mais correspond�ncias a levaram a descobrir que criminosos haviam clonado seu Volkswagem Gol. Depois, bateram o dubl� e o abandonaram. Ap�s um ano, a carta que chegou cobrava uma estadia de milhares de reais no p�tio de Pouso Alegre e informava a programa��o de leil�o do ve�culo, uma amea�a de muita amola��o, que poderia culminar inclusive na baixa do ve�culo original dos sistemas do Detran. “Uma dor de cabe�a enorme. Voc� � v�tima de um crime e ainda precisa provar que est� certa, ou pagar, enquanto os bandidos n�o s�o punidos”, reclama a v�tima.

M�TODOS 

O delegado Fernando Santos afirma que a forma mais comum de clonagem � a adultera��o das placas, mas que h� quadrilhas mais sofisticadas que conseguem documenta��o em branco para falsificar e outras que adulteram at� as grava��es de chassis e em vidros. “H� falsifica��es que s� conseguimos identificar por meio de vistoria ou exame qu�mico-metalogr�fico”, destaca. Os destinos dos carros clonados s�o variados. “Incluindo a venda para pessoas que podem at� estar de boa f�, comprando um ve�culo mais barato. As quadrilhas roubam um carro, o adulteram e vendem, geralmente em outras cidades e estados, mas at� em outros pa�ses vizinhos do Brasil. Os clones podem ser usados ainda para cometimento de crimes. Os roubos de cargas, por exemplo, s�o muito comuns com carros duplicados, pois os criminosos precisam passar despercebidos em barreiras das estradas”, afirma o policial.

Quem suspeita de que seu carro tenha sido clonado, pelo recebimento de multas indevidas ou por outro motivo, deve procurar uma delegacia da Pol�cia Civil. Em Belo Horizonte, o local indicado � a Depifrva, na Rua Uberaba, 175, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul.

''Voc� � v�tima de um crime e ainda precisa provar que est� certa, ou pagar''

Simone Pereira Neme, v�tima de clonagem

 
 


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