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Estado de Minas TR�NSITO

Falta de trocador reduz seguran�a nos �nibus? Acidentes em BH acirram debate

Morte de crian�a e batida de coletivo em pr�dio reacendem discuss�o sobre riscos da aus�ncia de cobradores. Multas a empresas j� beiram R$ 10 mil


postado em 27/11/2019 06:00 / atualizado em 27/11/2019 07:46

Ver galeria . 8 Fotos Um ônibus da linha 9501 (São Lucas-Jaraguá) invadiu a entrada de um prédio na Rua Nísio Batista de Oliveira. Apenas o motorista sofreu ferimentos levesJair Amaral/EM/DA Press
Um �nibus da linha 9501 (S�o Lucas-Jaragu�) invadiu a entrada de um pr�dio na Rua N�sio Batista de Oliveira. Apenas o motorista sofreu ferimentos leves (foto: Jair Amaral/EM/DA Press )


Dois acidentes envolvendo �nibus do transporte p�blico urbano em Belo Horizonte, em menos de 48 horas, reacendem a discuss�o sobre como a aus�ncia de agentes de bordo pode aumentar o risco de acidentes. Na manh� de domingo, Guilherme Marlon Lisboa Muniza, de 1 ano e 11 meses, morreu atropelado depois de cair do colo da m�e, que ficou com a perna presa em uma das portas do coletivo 608 (Esta��o Venda Nova/Pampulha). J� na manh� de ontem, apura��es preliminares de outro acidente, no Bairro Novo S�o Lucas, Regi�o Leste de Belo Horizonte, indicam que o �nibus da linha 9501 (S�o Lucas/Jaragu�) n�o contava com agente de bordo quando atingiu o port�o de um pr�dio na Rua N�sio Batista de Oliveira. N�o houve v�timas, por�m, com o impacto, parte da estrutura atingiu o banco do motorista, que saiu consciente, mas se queixando de dor em uma das pernas.

Em 10 meses deste ano, empresas de transporte de BH receberam mais de 13 mil multas por falta de agente de bordo em dias e hor�rios em que � exigida a presen�a do trabalhador, totalizando quase R$ 10 milh�es em puni��es. No caso do acidente com morte, o padrinho do menino, o publicit�rio Marcelo Matos, de 29 anos, sustenta que a aus�ncia de agente de bordo pode ser uma das causas da trag�dia. A fam�lia pretende acionar o Judici�rio contra o motorista, que, segundo ele, n�o teria atuado com a devida aten��o; contra a empresa, que submeteu o funcion�rio a m�ltiplas fun��es; e contra a Prefeitura de Belo Horizonte, por n�o fiscalizar de forma efetiva as empresas que n�o cumprem a legisla��o. “Se houvesse agente de bordo, a trag�dia n�o teria acontecido”, afirma Marcelo, ainda abalado.

Em outubro, depois do ultimato do prefeito Alexandre Kalil �s empresas de transporte p�blico, a BHTrans informou que intensificaria o processo de fiscaliza��o para garantir o cumprimento do acordo para contrata��o de 500 agentes de bordo. No entanto, nada mudou. Os usu�rios seguem relatando a aus�ncia de cobradores. O sistema de transporte da capital conta com 2,9 mil �nibus coletivos, o que exige cerca de 5 mil cobradores. De acordo com a legisla��o vigente, as empresas podem operar com presen�a facultativa de cobradores em algumas situa��es: nas linhas BRT/Move, em hor�rios noturnos, aos domingos e feriados e nas linhas executivas.

No Bairro Novo São Lucas, Região Leste de BH, fachada de edifício ficou parcialmente destruída pelo veículo da linha 9501(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
No Bairro Novo S�o Lucas, Regi�o Leste de BH, fachada de edif�cio ficou parcialmente destru�da pelo ve�culo da linha 9501 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Padrinho do pequeno Guilherme, Marcelo Matos defende a responsabiliza��o criminal do motorista, da empresa de �nibus e da PBH. “Minha sobrinha est� arrasada. O prefeito Kalil tem que olhar para isso. Cad� a fiscaliza��o que n�o est� fiscalizando? A fam�lia deles n�o pega �nibus. � um descaso da prefeitura. Vamos entrar na Justi�a como forma de press�o para que se fiscalize e tamb�m para que voltem cobradores em todas as linhas e em todos os hor�rios. Essas a��es n�o v�o trazer nosso menino de volta, mas impedir�o que outras fam�lias sofram o que estamos sofrendo”, desabafa.

Assassinato


Ele acredita que as multas s�o insuficientes para punir as empresas e fazer com que elas cumpram a legisla��o: “Queremos julgamento e condena��o penal. N�o foi acidente, foi um assassinato. Se a prefeitura abriu brecha na lei para que as empresas tirem os cobradores, ela tem que assumir a responsabilidade”.

Marcelo pontua ainda que a falta de cobrador dificulta o acesso de deficientes aos �nibus – h� 10 anos, ele se locomove com o aux�lio de cadeira de rodas. “Os cobradores fazem falta. Com eles, era mais r�pido. O cobrador descia e fazia processo. Agora, o motorista tem que estacionar o �nibus, cobrar a passagem dos passageiros e descer para acionar o elevador. Muitos motoristas s�o impacientes” conta.

Com a palavra, a BHTrans e o Setra-BH


Segundo a BHTrans, de janeiro a outubro foram emitidas 13.334 multas no valor de R$ 688,51 cada, totalizando quase R$ 9,2 milh�es em puni��es pela falta dos agentes de bordo. A orienta��o do �rg�o � de que o motorista finalize a cobran�a da passagem e s� depois d� prosseguimento � viagem. A BHTrans informa que s�o realizadas, diariamente, a��es de fiscaliza��o nas linhas do transporte coletivo municipal de BH. “A fiscaliza��o de agentes de bordo (cobrador) � realizada nos pontos finais e nas esta��es, quando os agentes verificam a partida ou a chegada da viagem”.

Tamb�m � feita a fiscaliza��o durante o itiner�rio da linha com agentes da BHTrans n�o caracterizados. “Esse procedimento � utilizado para verificar quest�es como superlota��o, comportamento inadequado do motorista e aus�ncia de agente de bordo”, completa. A popula��o pode denunciar por meio do telefone 156 e no Fale Conosco no portal da PBH.

Contrata��es


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) informou que, no momento do acidente, o motorista conduzia o �nibus sozinho para recolhimento � garagem. A entidade ressalta que o ve�culo est� com todas as manuten��es em dia.

O Setra-BH diz ainda ter realizado as 500 contrata��es de agentes de bordo seguindo determina��o da Prefeitura de Belo Horizonte e que a lista de contratados foi entregue e validada pela BHTrans em 30 de setembro. Acrescenta que a destina��o dos novos agentes de bordo levou em considera��o hor�rios e rotas onde � maior o n�mero de passageiros que pagam a passagem em dinheiro.


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