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Estado de Minas

Escalada da intoler�ncia: semana termina com duas graves ocorr�ncias em BH

Mulher foi presa por inj�ria racial contra taxista e idoso foi agredido fisicamente pela terceira vez pelo mesmo homem no Centro


postado em 07/12/2019 10:40 / atualizado em 07/12/2019 12:15

(foto: Adobe Stock)
(foto: Adobe Stock)


>> Mulher detida ao discriminar taxista por sua cor vai responder por inj�ria racial, desacato, desobedi�ncia e resist�ncia, pois, al�m do condutor, ofendeu os policiais que a detiveram

 

>> No Centro da capital, idoso � agredido pela segunda vez em dois meses pelo mesmo homem, ao cobrar d�vida de condom�nio. V�tima reclama da lentid�o em resposta de autoridades


Ap�s uma sucess�o de epis�dios de intoler�ncia e viol�ncia de origens diversas em Minas, a semana termina com duas ocorr�ncias graves em Belo Horizonte. Depois de uma mulher, de 36 anos, ser autuada em flagrante por inj�ria racial no Bairro Santo Agostinho – crime que foi seguido de outros, como desacato, desobedi�ncia e resist�ncia –, a nova v�tima foi um idoso, de 64, agredido fisicamente pela terceira vez pelo mesmo homem, em um pr�dio no Centro da capital.

A mulher acusada de discrimina��o racial, ao dizer a um taxista que “n�o andava com negros” e se confessar racista, est� presa e participa hoje de uma audi�ncia de cust�dia, em que ser� decidido se continuar� detida ou se vai responder em liberdade pelas acusa��es. No caso da agress�o ao idoso, a v�tima foi o s�ndico de um pr�dio atacado a socos por um inquilino. A motiva��o seria a cobran�a de uma d�vida referente � taxa de condom�nio. As agress�es foram filmadas por c�meras de seguran�a, assim como j� havia ocorrido dois meses atr�s. A v�tima se diz insegura: “Estou completamente desprotegido”, reclamou.

''Ela achou que diria o que disse e sairia impune. Disse que o pai � delegado. O racismo n�o est� s� nas palavras dela. Pode ser sutil, mas temos de denunciar''

Luis Carlos Alves Fernandes, de 51 anos, taxista, ofendido por mulher a quem ofereceu corrida



Os dois casos ilustram uma sequ�ncia de agress�es verbais e f�sicas registradas neste ano. Um dos casos mais marcantes aconteceu no m�s passado, durante o �ltimo cl�ssico do ano entre Cruzeiro e Atl�tico. Dois irm�os foram indiciados por inj�ria racial, por chamar um seguran�a de “macaco” e trat�-lo com menosprezo com a frase “olha a sua cor”. Pouco tempo depois, mais um caso: um processo de escolha de trabalhadores foi divulgado por duas empresas, indicando vagas para cuidadores de idosos. Por�m, na descri��o dos pr�-requisitos constava a exig�ncia de que as candidatas n�o fossem “negras ou gordas”.

Anteontem, a v�tima de discrimina��o racial foi o taxista Luis Carlos Alves Fernandes, de 51. Ele estava parado diante de seu carro na Avenida �lvares Cabral, em frente ao pr�dio da Justi�a Federal, no Bairro Santo Agostinho, Regi�o Centro-Sul de BH, e teria presenciado Nat�lia Burza Gomes Dupin se aproximando com um idoso que se locomovia com dificuldade, aparentemente procurando um t�xi. Segundo o motorista, ele se dirigiu � mulher para perguntar se precisava do servi�o. Segundo relato do condutor que consta do boletim de ocorr�ncia, a acusada teria dito: “Precisando de um t�xi estou mesmo, mas n�o ando com negros”.

''Estou me sentindo p�ssimo, completamente inseguro e desprotegido. Todos os procedimentos s�o lentos, enquanto sou um cidad�o em uma situa��o intranquila''

Jeferson Terra Passos, de 64 anos, empres�rio atacado por inquilino de 36



O taxista disse ter questionado a mulher, perguntando se ela sabia que estava cometendo um crime. Ela respondeu, segundo o relato do condutor: “N�o gosto de negro mesmo. Sou racista”. E cuspiu no p� do taxista, contou ele. Ela chegou a entrar em outro t�xi, mas foi impedida de prosseguir com a corrida. A v�tima narrou que pessoas que assistiram � cena ficaram muito revoltadas e chegaram a amea�ar agredi-la. Entretanto, a pol�cia chegou r�pido. “At� ent�o, ela estava muito calma. Exaltou-se ao chegar � delegacia, onde precisou ser algemada”, completou. L�, ainda chamou uma policial militar de “sapata”.

O destino de Nat�lia Burza Gomes Dupin ser� decidido hoje. Ela foi autuada em flagrante por inj�ria racial, desacato, desobedi�ncia e resist�ncia, e levada a uma unidade do sistema prisional, mas pode ser solta. As audi�ncias de cust�dia consistem na apresenta��o do preso em flagrante a um juiz no prazo de 24 horas. Ap�s a audi�ncia, o magistrado decide se o acusado deve responder ao processo preso ou em liberdade, podendo ainda decidir pela anula��o da pris�o em caso de ilegalidade. No caso de Nat�lia, ela ser� ouvida hoje. Segundo a assessoria de imprensa do F�rum Lafayette, ainda n�o h� um hor�rio definido. O advogado de Nat�lia e a irm� dela, que estavam na delegacia no dia da deten��o, n�o quiseram falar sobre o epis�dio e disseram que s� se manifestariam durante o processo.

Dados da Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp) mostram que os casos de inj�ria racial v�m se mantendo em patamares altos nos �ltimos anos em Minas. De janeiro a setembro deste ano, foram 221 registros. No mesmo per�odo do ano passado, foram 230 ocorr�ncias, o mesmo n�mero registrado no estado nos primeiros nove meses em 2017. Em rela��o aos crimes de racismo, o total de casos registrados em 2017 foi de 173. O n�mero recuou para para 112 em 2018 e entre janeiro e setembro deste ano ficou em 73.

Intoler�ncia contra idoso


Idosos tamb�m v�m sendo v�timas frequentes de casos de intoler�ncia e agress�es. O caso mais recente foi registrado na quinta-feira, no Centro de Belo Horizonte, e envolve um atrito antigo. O empres�rio Jeferson Terra Passos, de 64, foi agredido pr�ximo ao pr�dio onde mora por um inquilino, que o atacou pela segunda vez em dois meses. Mas a v�tima conta que j� tinha sido agredida em anos anteriores. O motivo seria a cobran�a de taxas de condom�nio em atraso.

Depois de ser novamente alvo da viol�ncia por parte de Michel Simioni, de 36, o empres�rio est� com medo. “Estou me sentindo p�ssimo, completamente inseguro e desprotegido. Os �rg�os p�blicos est�o com as m�os amarradas. Todos os procedimentos s�o lentos, enquanto sou um cidad�o em uma situa��o intranquila”, comentou. “N�o tenho tranquilidade de sair e entrar no pr�dio. Ele pode estar de tocaia e pode me agredir, como fez desta vez”, completou.

As agress�es foram flagradas em c�meras de seguran�a. Nas imagens, Michel d� um soco em Jeferson, que cai. “Ele estava atr�s de uma porta escura. Quando sa� do elevador, me seguiu pela rua e foi me falando que iria me agredir e que desta vez n�o tinha c�meras. Foi falando no meu ouvido por um percurso de 40 metros. Assim que chegou � esquina da Rua da Bahia com Avenida Santos Dumont, me agrediu com palavras, xingando, depois cuspiu na minha cara. Revidei na mesma moeda. Neste momento, levei um soco na cara e ca� no ch�o”, contou o empres�rio.

O advogado �rcio Quaresma, que defende Michel, afirmou que o s�ndico ofendeu o cliente dele antes da briga. “Antes das agress�es, Michel e a m�e dele foram ofendidos. As imagens (que mostram as agress�es) denotam o comportamento dele (Jeferson) de buscar o conflito. � n�tido. Ele n�o perde a oportunidade de espezinhar o Michel”, argumentou o defensor. Segundo ele, familiares do idoso ser�o denunciados � Justi�a por usar redes sociais para postar mensagens contra Michel e a m�e dele. “Vamos entrar com uma queixa-crime contra alguns familiares”, disse.


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