
De acordo com a nota, Nat�lia � uma pessoa com transtornos ps�quicos e atestada h� anos por profissionais da sa�de. "Sabemos que alegar doen�a mental no nosso pa�s � algo que foi banalizado. N�o � esse o caso", disse.
No documento ainda consta que ela tentou suic�dio por diversas vezes e que j� agrediu de forma f�sica e moral muitas pessoas, inclusive, da sua pr�pria fam�lia. Ela j� teria sido internada e recebido eletroconvulsoterapia. "Nas �ltimas semanas, tent�vamos uma vaga em um hospital psiqui�trico, mas, infelizmente, n�o conseguimos. Essa tamb�m � outra realidade inaceit�vel", disse a carta.
A fam�lia disse que a doen�a de Nat�lia altera o comportamento e "produz uma neurose e mania de persegui��o, al�m de causar um comportamento agressivo e imprevis�vel."
Por fim, a carta, assinada pelos irm�os da Nat�lia, pede desculpas pelo ocorrido e pede compaix�o da sociedade. "Pedimos sinceras desculpas �queles que sofrem preconceito diariamente em nosso pa�s. Podem ter certeza, doeu em todos n�s. Racismo � um a realidade brutal e inaceit�vel."
LIBERDADE PROVIS�RIA
Ontem, em audi�ncia de cust�dia, realizada no F�rum Lafayette, o Juiz determinou o pagamento de fian�a de R$ 10 mil para liberar r�. As audi�ncias consistem na apresenta��o do preso em flagrante a um juiz no prazo de 24 horas. Ap�s a audi�ncia, o magistrado decide se o custodiado deve responder ao processo preso ou em liberdade, podendo ainda decidir pela anula��o da pris�o em caso de ilegalidade.
O EPIS�DIO
As agress�es ocorreram �ltima quinta-feira. O taxista Lu�s Carlos Alves Fernandes teria presenciado a Nat�lia Burza Gomes Dupin se aproximando com um idoso e aparentemente procurando um t�xi. Segundo o motorista, ele se dirigiu � mulher para perguntar se precisava do servi�o. Segundo relato da v�tima que consta do boletim de ocorr�ncia, no momento ele foi interrompido pela mulher, que teria dito: “Precisando de um t�xi estou mesmo, mas n�o ando com negros”.
O taxista disse que questionou se a mulher sabia que estava cometendo um crime. Nesse momento ela respondeu, segundo o relato do condutor: “N�o gosto de negro mesmo. Sou racista”. E cuspiu no seu p�, contou ele. Ela chegou a entrar em um dos t�xis, mas foi impedida de seguir com a corrida. A v�tima narrou que todos ficaram muito revoltados e tentaram agredi-la. Entretanto, a pol�cia chegou muito r�pido. "At� ent�o, ela estava muito calma. Ela se exaltou ao chegar � delegacia, onde precisou ser algemada", completou.
De acordo com a PM, quando os militares chegaram ao local, a mulher os ignorou. Acabou sendo conduzida para a Delegacia Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec). Mesmo detida, segundo o boletim de ocorr�ncia, a mulher continuou exaltada. De acordo com a PM, uma sargento pediu para ela se sentar na delegacia. Como resposta, foi chamada de “sapata”.
Leia a nota na �ntegra:
"Precisamos falar sobre isso.
Sentimos muito pelo que aconteceu com o Sr. Lu�s Carlos Alves Fernandes e com todos os envolvidos. Pedimos sinceras desculpas �queles que sofrem preconceito diariamente em nosso pa�s. Podem ter certeza, doeu em todos n�s. Racismo � um a realidade brutal e inaceit�vel.
Mas quero informar algo que ainda n�o foi publicado. A Nat�lia � uma pessoa com transtornos ps�quicos. Atestada h� anos por profissionais da sa�de. Sabemos que alegar doen�a mental no nosso pa�s � algo que foi banalizado. N�o � esse o caso.
Nossa irm� j� tentou suic�dio por diversas vezes, j� agrediu de forma f�sica e moral muitas pessoas, inclusive sua pr�pria fam�lia que � quem a protege e a ama (independentemente da cor, orienta��o sexual, cren�a etc). J� foi internada, j� recebeu eletroconvulsoterapia.
Nas �ltimas semanas, tent�vamos uma vaga em um hospital psiqui�trico, mas infelizmente, n�o conseguimos. Essa tamb�m � outra realidade inaceit�vel. Para quem n�o conhece a doen�a, ela altera o comportamento e produz uma neurose e mania de persegui��o, al�m de causar um comportamento agressivo e imprevis�vel.
S� quem tem algu�m pr�ximo com essa doen�a pode entender a dor que passamos h� anos e estamos passando agora. Pedimos compaix�o.
Precisamos falar sobre racismo. Tamb�m precisamos falar sobre transtornos ps�quicos que atingem de forma universal milh�es de pessoas.
Assinam esta nota os irm�os da Nat�lia."