(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fam�lia de mulher presa por inj�ria racial contra taxista diz que ela tem problemas ps�quicos

De acordo com a nota, Nat�lia � uma pessoa com transtornos ps�quicos e foi diagnosticada h� anos por especialistas. Fam�lia pede desculpas ao taxista


postado em 08/12/2019 17:09 / atualizado em 08/12/2019 18:21

A mulher foi presa no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH(foto: Reprodução/Redes Sociais)
A mulher foi presa no Bairro Santo Agostinho, na Regi�o Centro-Sul de BH (foto: Reprodu��o/Redes Sociais)
A fam�lia de Nat�lia Burza Gomes Dupin, de 36 anos, escreveu uma carta enviada para a imprensa afirmando que a suspeita de praticar inj�ria racial contra o taxista Lu�s Carlos Alves Fernandes tem problemas ps�quicos. O documento foi encaminhado por meio do advogado da mulher. Nesse �ltimo s�bado, a Justi�a concedeu liberdade provis�ria � mulher.

 

A mulher foi autuada em flagrante por inj�ria racial, desacato, desobedi�ncia e resist�ncia ap�s dizer ao motorista que “n�o andava com negros” e de se confessar racista. Segundo o registro policial, o taxista Luis Carlos Alves Fernandes, h� 16 anos na profiss�o, estava parado na Avenida �lvares Cabral, em frente ao pr�dio da Justi�a Federal.

De acordo com a nota, Nat�lia � uma pessoa com transtornos ps�quicos e atestada h� anos por profissionais da sa�de. "Sabemos que alegar doen�a mental no nosso pa�s � algo que foi banalizado. N�o � esse o caso", disse.

No documento ainda consta que ela tentou suic�dio por diversas vezes e que j� agrediu de forma f�sica e moral muitas pessoas, inclusive, da sua pr�pria fam�lia. Ela j� teria sido internada e recebido eletroconvulsoterapia. "Nas �ltimas semanas, tent�vamos uma vaga em um hospital psiqui�trico, mas, infelizmente, n�o conseguimos. Essa tamb�m � outra realidade inaceit�vel", disse a carta.

A fam�lia disse que a doen�a de Nat�lia altera o comportamento e "produz uma neurose e mania de persegui��o, al�m de causar um comportamento agressivo e imprevis�vel."

Por fim, a carta, assinada pelos irm�os da Nat�lia, pede desculpas pelo ocorrido e pede compaix�o da sociedade. "Pedimos sinceras desculpas �queles que sofrem preconceito diariamente em nosso pa�s. Podem ter certeza, doeu em todos n�s. Racismo � um a realidade brutal e inaceit�vel."

 

LIBERDADE PROVIS�RIA


Ontem, em audi�ncia de cust�dia, realizada no F�rum Lafayette, o Juiz determinou o pagamento de fian�a de R$ 10 mil para liberar r�.  As audi�ncias consistem na apresenta��o do preso em flagrante a um juiz no prazo de 24 horas. Ap�s a audi�ncia, o magistrado decide se o custodiado deve responder ao processo preso ou em liberdade, podendo ainda decidir pela anula��o da pris�o em caso de ilegalidade.


 

O EPIS�DIO


As agress�es ocorreram �ltima quinta-feira. O taxista Lu�s Carlos Alves Fernandes teria presenciado a Nat�lia Burza Gomes Dupin se aproximando com um idoso e aparentemente procurando um t�xi. Segundo o motorista, ele se dirigiu � mulher para perguntar se precisava do servi�o. Segundo relato da v�tima que consta do boletim de ocorr�ncia, no momento ele foi interrompido pela mulher, que teria dito: “Precisando de um t�xi estou mesmo, mas n�o ando com negros”.

O taxista disse que questionou se a mulher sabia que estava cometendo um crime. Nesse momento ela respondeu, segundo o relato do condutor: “N�o gosto de negro mesmo. Sou racista”. E cuspiu no seu p�, contou ele. Ela chegou a entrar em um dos t�xis, mas foi impedida de seguir com a corrida. A v�tima narrou que todos ficaram muito revoltados e tentaram agredi-la. Entretanto, a pol�cia chegou muito r�pido. "At� ent�o, ela estava muito calma. Ela se exaltou ao chegar � delegacia, onde precisou ser algemada", completou.

De acordo com a PM, quando os militares chegaram ao local, a mulher os ignorou. Acabou sendo conduzida para a Delegacia Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec). Mesmo detida, segundo o boletim de ocorr�ncia, a mulher continuou exaltada. De acordo com a PM, uma sargento pediu para ela se sentar na delegacia. Como resposta, foi chamada de “sapata”.


Leia a nota na �ntegra: 


"Precisamos falar sobre isso.

Sentimos muito pelo que aconteceu com o Sr. Lu�s Carlos Alves Fernandes e com todos os envolvidos. Pedimos sinceras desculpas �queles que sofrem preconceito diariamente em nosso pa�s. Podem ter certeza, doeu em todos n�s. Racismo � um a realidade brutal e inaceit�vel.

Mas quero informar algo que ainda n�o foi publicado. A Nat�lia � uma pessoa com transtornos ps�quicos. Atestada h� anos por profissionais da sa�de. Sabemos que alegar doen�a mental no nosso pa�s � algo que foi banalizado. N�o � esse o caso.

Nossa irm� j� tentou suic�dio por diversas vezes, j� agrediu de forma f�sica e moral muitas pessoas, inclusive sua pr�pria fam�lia que � quem a protege e a ama (independentemente da cor, orienta��o sexual, cren�a etc). J� foi internada, j� recebeu eletroconvulsoterapia.

Nas �ltimas semanas, tent�vamos uma vaga em um hospital psiqui�trico, mas infelizmente, n�o conseguimos. Essa tamb�m � outra realidade inaceit�vel. Para quem n�o conhece a doen�a, ela altera o comportamento e produz uma neurose e mania de persegui��o, al�m de causar um comportamento agressivo e imprevis�vel.

S� quem tem algu�m pr�ximo com essa doen�a pode entender a dor que passamos h� anos e estamos passando agora. Pedimos compaix�o.

Precisamos falar sobre racismo. Tamb�m precisamos falar sobre transtornos ps�quicos que atingem de forma universal milh�es de pessoas.

Assinam esta nota os irm�os da Nat�lia."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)