Subiu para sete o n�mero oficial de mortes provocadas por temporais na atual esta��o chuvosa em Minas Gerais. A v�tima mais recente foi Gislei Andrade de Oliveira, de 37 anos, que estava em um Renault Sandero sobre uma ponte pr�xima � Avenida Barbacena, em Ibirit�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, quando uma chuva forte alagou a regi�o. “Como medida de seguran�a, o homem subiu no teto do carro para tentar flutuar e ser resgatado. Chegou a ligar para a fam�lia, para avisar o que estava acontecendo, mas depois de pouco tempo houve um grande volume de chuva na cabeceira do rio”, explica o tenente Gabriel Fraguas Rocha, do 2º Batalh�o do Corpo de Bombeiros, que participou das buscas.
“Como a altimetria da regi�o favorece esse tipo de fen�meno, desceu uma grande quantidade de �gua e o arrastou o carro”, afirma o militar. “O que a gente pede primeiro � para a pessoa n�o tentar enfrentar a enchente. O procedimento certo era mesmo subir no carro, s� que, infelizmente, aconteceu esse fen�meno”, acrescentou o bombeiro. Arrastado, o carro destruiu parte da mureta da ponte e foi levado pela correnteza do c�rrego que passa pela regi�o.
Ap�s receberem informa��es de que um homem estava desaparecido, os bombeiros come�aram as buscas, que avan�aram at� a madrugada de ontem. O carro da v�tima foi encontrado primeiro. O corpo foi localizado no Bairro Jardim Industrial, a cerca de seis quil�metros do local do acidente. Segundo o tenente Gabriel, as not�cias do desaparecimento chamaram a aten��o de vizinhos e familiares da v�tima que moravam na regi�o. Eles procuraram os bombeiros dizendo que haviam visto algo ser levado pela �gua e ajudaram a direcionar as buscas. O local onde a v�tima estava era de dif�cil acesso. Ap�s a per�cia, o corpo ser� liberado para sepultamento. A chuva forte provocou estragos em v�rios pontos da cidade de Ibirit�, assim com em Outro Preto.
PER�ODO CR�TICO
Das sete mortes, quatro ocorreram nos primeiros 13 dias deste m�s, considerado mais cr�tico do per�odo chuvoso, o que liga o alerta das autoridades de seguran�a. Desde 2013, foi nos 31 �ltimos dias do ano em que aconteceu a maioria dos �bitos ligados � chuva: 50, das 87 fatalidades registradas por esse motivo entre at� 2018. � tamb�m nesta �poca que dispara o n�mero de ocorr�ncias e de pedidos de ajuda dos munic�pios � Defesa Civil Estadual, com 57% dos totais registrados na esta��o chuvosa dos mesmos anos.
Em 2019, j� s�o 13 munic�pios em situa��o de emerg�ncia por estragos provocados durante chuvas intensas: Santa Rita do Sapuca� (Sul), Itabirito (Central), Vi�osa (Zona da Mata), Ninheira (Norte de Minas), Rio Acima (Grande BH), C�rrego Novo (Valer do Rio Doce), Paula C�ndido (Zona da Mata), Rio Pardo de Minas (Norte), Tarumirim (Vale do Rio Doce), Pingo D’�gua (Vale do Rio Doce), Muria� (Zona da Mata), Reduto (Zona da Mata) e Engenheiro Caldas (Vale do Rio Doce).
Dados da Defesa Civil mostram que os temporais em dezembro s�o mais intensos, provocam mais estragos e mais mortes. Levantamento feito pelo �rg�o entre 2013 e 2018 mostra que das 57,4% dos incidentes fatais ligados � esta��o chuvosa ocorreram no �ltimo m�s do ano. � tamb�m o per�odo em que as cidades mais decretam emerg�ncia. Nos cinco anos de estudo, foram 116 decretos em dezembro. O segundo m�s com mais pedidos de ajuda dos munic�pios foi janeiro, com 25.
O tenente-coronel Fl�vio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil estadual, alerta para os risco da esta��o. “Nessa situa��o, com grande volume de chuva, as pessoas devem ficar atentas. N�o devem se aventurar a ir em locais alagados, pois n�o d� para saber se h� bueiros abertos. N�o devem tentar passar com carros por enchentes, devem ficar em locais altos e seguros e esperar as �guas baixarem para se locomover.” Cuidados podem evitar trag�dias como as que aconteceram em Sete Lagoas e em Ibirit�, onde tr�s pessoas morreram em carros arrastados pela �gua (veja quadro).
A Defesa Civil Estadual presta aux�lio t�cnico aos munic�pios para o decreto de emerg�ncia, al�m de divulgar alertas e enviar equipes nos locais atingidos. “Por meio do sistema de meteorologia, emitimos alertas para os munic�pios com intuito de eles se prepararem. Tamb�m fazemos o cadastramento por SMS, por meio do n�mero 40199, de moradores, al�m de fazer comunicados por meio da TV a cabo. Al�m disso, quando o munic�pio n�o consegue enfrentar essa crise com suas pr�prias condi��es, a Defesa Civil entra com aux�lio t�cnico. Deslocamos equipes para o interior do estado e com ajuda humanit�rio, com entrega de materiais”, explicou Fl�vio Godinho.