
A efici�ncia nas buscas e reconhecimento das v�timas do rompimento da Barragem B1, da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, apresenta �ndices que superam at� o de cat�strofes como o atentado terrorista que fez ruir as Torres G�meas do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Compara��es que v�m sendo divulgadas em palestras, indicam que bombeiros e peritos da Pol�cia Civil conseguiram retirar dos mais de 10 milh�es de metros c�bicos (m3) de rejeitos e identificar 259 dos 270 mortos (96%), enquanto na trag�dia norte-americana, das 2.753 v�timas, 1.100 (40%) est�o sem identifica��o.
� preciso considerar, por�m, que as condi��es dos dois tipos de trag�dias s�o bem diferentes, uma vez que no atentado a explos�o e os inc�ndios que se seguiram contribuem para destruir vest�gios corp�reos, como fragmentos de DNA, arcadas dent�rias entre outros. A lama de Brumadinho, de certa forma, ajuda a preservar restos mortais, sendo que v�rios corpos foram encontrados praticamente completos depois de quase um ano do rompimento, ocorrido em 25 de janeiro de 2019.
Em Brumadinho, 11 pessoas ainda precisam ser identificadas. Os desaparecidos podem ser identificados entre segmentos mortais j� resgatados ou mesmo encontrados sob a �rea de 275 mil hectares que foi coberta pelos rejeitos de min�rio de ferro. Os m�todos usados pela Pol�cia Civil para a identifica��o dos restos mortais come�ou com a coleta de informa��es como roupas, objetos e adere�os juntos a corpos resgatados em campo.
Paralelamente, outras equipes catalogavam particularidades das v�timas, como radiografias de fraturas, placas met�licas, interven��es de dentistas, tatuagens e outras caracter�sticas. Esse trabalho de peritos era seguido pelas t�cnicas da medicina-legal que trabalhavam na identifica��o e cruzamento de dados por impress�es digitais, arcada dent�ria e radiografias, exames antropol�gicos e sequenciamento de DNA.
“A Pol�cia Civil se dedicou integralmente, forneceu pessoal, convocou profissionais de f�rias, recebeu aposentados, pessoal t�cnico volunt�rio e da Pol�cia Federal. Para se ter uma ideia, um especialista em necropapiloscopia da Universidade Federal de Minas Gerais conseguiu uma proeza e fez a identifica��o das digitais de uma m�o ap�s 10 meses de degrada��o”, informa o superintendente de Pol�cia T�cnico-Cient�fica da Pol�cia Civil, Thales Bittencourt de Barcelos.
Ainda h� 74 segmentos de corpos em an�lise na Pol�cia Civil e outros 52 foram considerados inconclusivos com as t�cnicas atuais. “� importante destacar que utilizamos o sequenciador de DNA mais moderno do mundo, chamado Illumina, que � a nossa derradeira resposta sobre a viabilidade da identifica��o ou n�o de um segmento”, afirma.
EM NOVA YORK Nos Estados Unidos, segundo o Memorial 9/11, a �ltima pessoa identificada pela per�cia de Exames M�dicos da Cidade de Nova York foi um homem, que n�o teve a identidade revelada. A identifica��o ocorreu em julho de 2018, mas os restos mortais tinham sido recuperados em 2013.
O atentado atribu�do � Al-Qaeda a mando de Osama Bin Laden ocorreu depois que 11 terroristas sequestraram e colidiram dois avi�es de passageiros contra as torres g�meas, no maior atentado j� praticado em solo norte-americano. A trag�dia de Brumadinho � a maior em n�mero de mortos da hist�ria do Brasil.
Entre os mortos do 11 de setembro, 343 eram bombeiros que socorriam v�timas, 23 eram policiais nova-iorquinos e 37 oficiais da autoridade portu�ria. Na opera��o de Brumadinho o �ndice de acidentes na opera��o resgate � zero, de acordo com os Bombeiros.
Ainda est�o desaparecidos em Brumadinho Olimpio Gomes Pinto, Juliana Creizimar de Resende Silva, Angelita Cristiane de Assis, Nathalia de Oliveira Ara�ji, Luis felipe Alves, Uberlandio Ant�nio da Silva, Renato Eust�quio de Sousa, Tiago Tadeu Mendes da Silva, Lecilda de Oliveira, Cristiane Antunes Campos e Maria de Lurdes da Costa Bueno.
Os �ltimos dois mortos identificados pelo Instituto de Criminal�stica da Pol�cia Civil, por meio de exame de DNA, s�o Jo�o Tomaz de Oliveira, de 46 anos, e Noel Borges de Oliveira, de 50. Eles eram funcion�rios terceirizados da Vale. Jo�o Tomaz trabalhava como motorista de caminh�o-pipa e Noel era encarregado de obras. A divulga��o da identifica��o ocorreu em 28 de dezembro.