
As chuvas de janeiro j� assustam em Minas e, na capital, exp�em um dos maiores dramas urbanos: a situa��o das moradias em �reas de risco geol�gico. Conforme a Companhia Urbanizadora e de Habita��o de Belo Horizonte (Urbel), vinculada � Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), h� 1,1 mil edifica��es nessas condi��es em vilas e favelas – embora os t�cnicos n�o tenham o n�mero de moradores, o que demandaria um cadastro, residem nesses locais de perigo, no m�nimo, cerca de 3 mil pessoas.
As constru��es est�o localizadas em pontos diversos do munic�pio, incluindo os aglomerados da Serra, na Regi�o Centro-Sul, e Taquaril, na Leste, al�m de novas �reas de ocupa��o, a exemplo do Novo Lajedo e Isidoro, na Norte, informa a diretora de �rea de Risco e Assist�ncia T�cnica da Urbel, ge�loga Isabel Volponi. Segundo ela, essas �ltimas preocupam, pois ainda n�o receberam as obras de infraestrutura necess�rias para se evitarem os problemas decorrentes de deslizamentos de terra, escorregamentos em encostas, desabamentos e outras situa��es causadas por ac�mulo de lixo e entulho.
De acordo com a Urbel, nas �reas que recebem, a cada ano, obras de infraestrutura, diminui o n�mero de situa��es de risco, como � o caso dos aglomerados da Serra, Morro das Pedras e Santa L�cia, onde a PBH atua por meio do Programa Vila Viva. Em 1994, eram cerca de 15 mil edifica��es em risco na cidade, o que significa uma redu��o de mais de 90%.
“Nos �ltimos dias, n�o tivemos ocorr�ncias agravadas pela chuva, o que se deve �s a��es do Programa Estrutural em �rea de Risco (Pear), que completou 25 anos e atua nas vilas e favelas”, disse a diretora. O trabalho foi criado para evitar acidentes graves e preservar vidas, “assegurando prote��o para as fam�lias que residem em �reas de risco geol�gico”.
Para quem mora nesses pontos de grande vulnerabilidade social, sujeitos a todo tipo de perigo, incluindo a viol�ncia, os dramas s�o di�rios. “Moro aqui para n�o ficar debaixo da ponte”, relata uma moradora da Vila Nossa Senhora de F�tima, no Aglomerado da Serra, que prefere n�o se identificar. A sua hist�ria � como de outras pessoas vindas do interior para tentar uma melhor sorte na capital.
“Vendi o que tinha e vim para Belo Horizonte com minha filha, hoje com seis anos. Comprei um lote de forma irregular aqui na vila. N�o tenho escritura nem outro documento. Estou desempregada, separada e sobrevivo da venda de material recicl�vel, principalmente latinha. Meu marido ajuda um pouco, mas o que ajuda mesmo � a cesta b�sica doada por uma igreja cat�lica”, diz a mulher, que tem como vizinha uma encosta e como esteio uma estrutura bem prec�ria.
DESAFIOS Na avalia��o de Isabel Volponi, h� muitos desafios na quest�o de habita��es em �rea de risco geol�gico em BH, um deles referente � conscientiza��o dos moradores. “Trata-se de algo de car�ter coletivo. A popula��o precisa ser parceira do poder p�blico e entender a cultura de risco. Isso significa autoprote��o, preserva��o das a�reas que j� receberam obras p�blicas e conscientiza��o”.
Muitas vezes, diz a ge�loga, h� moradores de �reas de risco que constroem obstruindo terrenos que j� foram drenados ou receberam outros servi�os. A diretora acrescenta que “a cidade � din�mica”, e, assim, v�o surgindo riscos com a ocupa��o de novas �reas urbanas, como � o caso do Isidoro. A fim de se impedirem trag�dias, as fam�lias podem pedir vistorias das habita��es pelo telefone da Defesa Civil Municipal (199), ou da Urbel (3277-6409).
O trabalho do Pear, conforme nota da PBH, � executado por meio de vistorias, obras de manuten��o, interven��es com m�o de obra do morador e atividades de preven��o ao risco geol�gico. Al�m disso, t�cnicos da Urbel fazem atividades de preven��o ao risco para alunos da Escola Integrada e capacitam os volunt�rios dos N�cleos de Defesa Civil (Nudec) e N�cleos de Alerta de Chuva (NAC), para que atuem como parceiros da prefeitura nas �reas de risco.
Durante o per�odo chuvoso, o Pear faz o acompanhamento dos dados pluviom�tricos e repassa o alerta aos volunt�rios. O programa ainda realiza o monitoramento de moradias, coloca��o de lonas nas encostas e isolamento de c�modos, obras emergenciais, remo��es preventivas, tempor�rias e definitivas.
(GW)Instabilidade permanece
O clima deve continuar inst�vel em Belo Horizonte e boa parte de Minas Gerais neste primeiro fim de semana de 2020. A Defesa Civil da capital e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgaram alertas para pancadas de chuva e risco de alagamentos no estado.
Em Belo Horizonte, o alerta � v�lido at� a manh� de hoje. Conforme a Defesa Civil, h� possibilidade de chuva com raios e rajadas de vento de at� 50 quil�metros por hora de hoje para amanh�. De acordo com o meteorologista Cl�ber Souza, do Inmet em Minas, a temperatura na capital no fim de semana varia entre 17°C e 25°C. O tempo � predominantemente nublado, com o sol aparecendo apenas em alguns per�odos do dia.
Neste s�bado, a previs�o � de c�u nublado a encoberto, com pancadas de chuva e trovoadas nas regi�es do Tri�ngulo Mineiro, Oeste, Central, Metropolitana, Zona da Mata, Sul, Campo das Vertentes e Rio Doce. Essas regi�es devem registrar os maiores volumes de chuva amanh�. No domingo, a previs�o � de c�u encoberto e pancadas de chuva nas regi�es Norte, Leste, Noroeste, Norte, Central, Metropolitana, Rio Doce e Jequitinhonha. Nas demais regi�es, a previs�o tamb�m � de pancadas de chuva e c�u nublado. A menor temperatura em Minas deve ser de 13°C e a m�xima deve chegar aos 34°C. (CS)
Proteja-se
Veja dicas de seguran�a para o per�odo chuvoso
» Redobre a sua aten��o! Evite �reas de inunda��o e n�o trafegue em ruas sujeitas a alagamentos e pr�ximo aos c�rregos e ribeir�es no momento de forte chuva.
» N�o atravesse ruas alagadas ou deixe crian�as brincando na enxurrada e nas �guas dos c�rregos.
» N�o se abrigue nem estacione ve�culos debaixo de �rvores.
» Aten��o especial em �reas de encostas e morros.
» Jamais se aproxime de cabos el�tricos rompidos. Ligue imediatamente para Cemig (116) ou Defesa Civil (199).
» Se voc� observar o aparecimento de fendas, depress�es no terreno, rachaduras nas paredes das casas e o surgimento de minas d’�gua, avise imediatamente a Defesa Civil (199).
» Em caso de raios, n�o permane�a em �reas abertas e altas e n�o use equipamentos el�tricos.