Moradores ao longo da Av. Tereza Cristina prometem novos protestos
Nesse domingo, Ribeir�o Arrudas transbordou e enxurrada levou placas de asfalto da avenida. Casas tamb�m foram danificadas na Vila Barraginha, em Contagem, munic�pio com mais de 200 desabrigados
postado em 20/01/2020 11:45 / atualizado em 21/01/2020 08:14
Ver galeria . 28 FotosTransbordamento do Ribeir�o Arrudas voltou a provocar estragos ao longo da Avenida Tereza Cristina, entre BH e Contagem. Via teve trechos interditados pela manh�
(foto: Jair Amaral/EM/DA Press )
Moradores da Vila Bet�nia contabilizam o preju�zo ou apenas o que restou de suas casas depois do temporal que terminou com o transbordamento do Ribeir�o Arrudas desse domingo. Funcion�rios da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tamb�m trabalham na limpeza do barro. Agentes da BHTrans coordenam o tr�nsito que foi completamente prejudicado depois que placas de asfalto foram soltas pela for�a da �gua. Parte da Avenida Tereza Cristina, pr�ximo ao n�mero 10.500, est� completamente interditada. Novos protestos est�o marcados para o in�cio da tarde.
Charles Fl�vio Lopes completa 30 anos nesta segunda-feira. Data em que ele deveria estar comemorando com a fam�lia, ele est� tirando lama de casa, se alimentanto exclusivamente de doa��es e esperando um posicionamento da administra��o municipal. "Uma trag�dia anunciada. Infelizmente, n�o deu para salvar nada. Nem a roupa que estou usando no corpo � minha. � doa��o. N�o tenho mais nada", disse o motoboy que mora na Vila Bet�nia h� 23 anos. Ele conta que problemas com a chuva s�o anuais, mas n�o via tamanho estrago desde 2009. Ele mora com outras oito pessoas e a perda ainda � incalcul�vel.
Charles Fl�vio Lopes completa 30 anos nesta segunda-feira e perdeu muitos pertences (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Ele est� revoltado com a situa��o. Disse que funcion�rios da administra��o municipal procuraram a fam�lia para preencher um formul�rio. "Eles nos procuraram ontem, eu ainda estava atordoado limpando o barro. Sem muita no��o, respondi R$ 20 mil, mas � muito mais que isso" disse. Ainda afirma que foi agredido por policiais antes mesmo do protesto come�ar. "Eu pedi calma e ele jogou uma bomba (de efeito moral) em mim. Ent�o, al�m de lidar com a dor da perda, somos agredidos e reprimidos pelas autoridades. Queremos um posicionamento do prefeito", completou.
Um dos tr�s postes arrancados pela for�a da �gua em um dos pontos da Avenida Tereza Cristina (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Gladson Reis, presidente da Associa��o de Moradores e Empreendedores da Vila Bet�nia, pede ajuda � sociedade. "Essa � a quinta inunda��o em 45 dias em que as pessoas perderam tudo. Precisamos de donativo, material de higiene pessoal, alimentos. Quem puder trazer p�o, marmitex, ajudar� muito", disse. Ele tamb�m pede ajuda para resgatar os c�es que tamb�m foram atingidos. Eles aguardam uma reuni�o com a PBH. "At� agora, o prefeito n�o veio. Ele precisar pisar no barro e sentir a dor dessas fam�lias. Vamos marcar um protesto".
A associa��o chegou convocar uma manifesta��o �s 13h. Mas, foi cancelada: “ainda est�o todos muito abalados”. Mas, um grupo de moradores voltou a fechara a pista na altura do Bairro Bet�nia e atearam fogo em m�veis que foram destru�dos pelo temporal. Entre as principais revindica��es est�o: uma bolsa emergencial de R$ 5 mil reais, a isen��o da conta de �gua e energia e um plano de conten��o das enchentes. Mas, n�o houve confronto com a pol�cia. No domingo, corpora��o foi chamada e houve discuss�o com os manifestantes.
O asfalto da Avenida Tereza Cristina, pr�ximo ao n�mero 10.500, na Vila Esperan�a, foi completamente solto. A cena � impressionante e d� dimens�o da for�a da �gua. L�, agentes trabalham para iniciar a obra. O trecho est� completamente interditado. A operadora de caixa Fl�via Rita, de 25, tem uma casa e um pequeno mercado na Vila. Ela disse que foi aterrorizante. "N�o dormimos, estamos com medo de novas chuvas. Foi muito assustador, muito barulho e chuva forte em pouco tempo", disse. A casa n�o foi atingida, mas ela perdeu eletrodomesticos da loja.
Mais de 200 desabrigados
No boletim divulgado nesta segunda-feira, a Defesa Civil de Minas Gerais informou que em apenas duas horas choveu 102 mil�metros em Belo Horizonte e Contagem. Na capital, a Defesa Civil Municipal estabeleceu um posto de comando em uma igreja na Pra�a Cinquenten�rio, no Bairro Bet�nia, Regi�o Oeste da capital.
Enxurrada destr�i feira na Avenida Alvarenga Peixoto, no Bairro Amazonas, em Contagem. pic.twitter.com/ZEfCAUTLJd
Nos dois munic�pios houve alagamentos e deslizamento de encostas. Algumas das cenas mais impressionantes do temporal foram registradas em Contagem. “Um dos locais mais atingidos foi o Bairro Amazonas, mais especificamente na Av. Alvarenga Peixoto, onde ocorre uma feira de artesanato aos domingos. Diversas barracas e pertences de comerciantes foram arrastadas pela chuva. Diversas casas no bairro Industrial e Vila Barraginha foram inundadas pela enxurrada. A Esta��o do Metr� Eldorado, tamb�m ficou alagada”, informou a Defesa Civil.
Em Contagem, segundo o �rg�o, 203 fam�lias ficaram desalojadas e cinco desabrigadas (que tem casas danificadas ou amea�adas). Foram cinquenta ocorr�ncias relacionadas � Defesa Civil. (Com informa��es de Cristiane Silva)