(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CASO BACKER

Cerveja contaminada: em meio a guerra de laudos, sobem para 22 os casos de poss�vel de intoxica��o

Ap�s exame contratado pela Backer indicar o contr�rio, Minist�rio da Agricultura reitera resultado de teste que apontou subst�ncias t�xicas em �gua usada na produ��o da bebida. Empresa assume 'poss�vel quadro de contamina��o eventual'


postado em 22/01/2020 06:00 / atualizado em 22/01/2020 07:50

Emília Barros e Célio Guilherme Barros, esposa e irmão do bancário Luciano Guilherme, que está internado, prestaram depoimento ontem(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Em�lia Barros e C�lio Guilherme Barros, esposa e irm�o do banc�rio Luciano Guilherme, que est� internado, prestaram depoimento ontem (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


Depois de a cervejaria Backer divulgar an�lise com resultado negativo para o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol na �gua da empresa, ontem, o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) confirmou a presen�a das subst�ncias t�xicas em amostras de �gua coletadas na ind�stria cervejeira. O m�todo de an�lise usado pelo minist�rio � o mesmo adotado pelo especialista contratado pela Backer, que coletou as amostras e enviou o material para o laborat�rio. Com base no resultado da an�lise feito pela especialista, entretanto, a pr�pria Backer relaciona o epis�dio a “contamina��o eventual” dos produtos.

Subiram para 22 os casos suspeitos de intoxica��o pelo dietilenoglicol, de acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), que foi notificada sobre a terceira mulher com sintomas, agora em Belo Horizonte. Segundo a SES, um homem, morador de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, que estava internado no Hospital Jo�o XXIII, na capital desde o dia 17 recebeu alta no domingo.

An�lises do Mapa encontraram o dietilenoglicol na �gua da cervejaria e em 32 lotes de 10 marcas produzidas pela ind�stria, em especial a Belorizontina. Os exames que detectaram os agentes qu�micos na �gua da Backer foram feitos por auditores fiscais do Servi�o de Inspe��o de Produtos de Origem Vegetal do Mapa. Os t�cnicos constataram os contaminantes na �gua residual do trocador de placas da cervejaria e no tanque de �gua usada para o resfriamento da bebida antes de ela ser fermentada.
 
Em nota, o Mapa assegura que disp�e de procedimento “capaz de identificar e confirmar inequivocamente” as duas subst�ncias. O exame � chamado de cromatografia gasosa acoplada � espectrometria de massas. “Esta t�cnica anal�tica �, inclusive, a utilizada em m�todo de refer�ncia da ag�ncia americana Food and Drug Administration (FDA) para a determina��o desses compostos”,informou o Mapa.

“A atua��o da fiscaliza��o federal agropecu�ria � dotada de f� p�blica e auxilia a apura��o deste caso em parceria com demais �rg�os participantes da for�a-tarefa”, esclarece o Mapa, em nota. Em paralelo, a Pol�cia Civil continua a colher depoimentos de familiares de pacientes internados ou que morreram com sintomas da s�ndrome nefroneural, associada ao consumo de cerveja contaminada por dietilenoglicol em Belo Horizonte. At� agora, 10 pessoas foram ouvidas e est�o previstos novos depoimentos nesta semana. A PC tamb�m recolheu novas amostras na Backer ontem e na empresa que fornecia o monoetilenoglicol � cervejaria. Ainda n�o h� previs�o para a conclus�o dos laudos.

Na manh� de ontem, Em�lia Barros e C�lio Guilherme Barros, esposa e irm�o do banc�rio Luciano Guilherme Barros, de 56 anos, prestaram depoimento. Ele est� internado em uma unidade do Hospital Mater Dei, na capital, desde 6 de dezembro. Segundo eles, o morador do Buritis, na Regi�o Oeste, comprou cerca de 20 cervejas de um dos lotes contaminados da marca Belorizontina.

Contratado pela cervejaria, químico Bruno Botelho analisou amostras enviadas pela empresa que tiveram resultado negativo para dietilenoglicol(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Contratado pela cervejaria, qu�mico Bruno Botelho analisou amostras enviadas pela empresa que tiveram resultado negativo para dietilenoglicol (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


Em�lia e C�lio tamb�m disseram que, at� o momento, a empresa n�o entrou em contato com eles. A cervejaria Backer informou que uma equipe da empresa est� visitando pessoas hospitalizadas e seus familiares, mas n�o especificou quantas pessoas.

At� esta ter�a-feira foram notificados casos de 19 homens e tr�s mulheres em oito munic�pios mineiros, de acordo com o boletim da SES, que investiga a contamina��o pela subst�ncia. Quatro casos foram confirmados e 18 ainda est�o sob an�lise. Quatro pessoas morreram, sendo que o exame de uma delas indicou a presen�a do dietilenoglicol. As outras tr�s mortes depende de resultados de an�lises laboratoriais.


Contratado pela cervejaria, químico Bruno Botelho analisou amostras enviadas pela empresa que tiveram resultado negativo para dietilenoglicol(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Contratado pela cervejaria, qu�mico Bruno Botelho analisou amostras enviadas pela empresa que tiveram resultado negativo para dietilenoglicol (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Backer admite 'poss�vel contamina��o eventual'

Com an�lise feita por especialista contratado, a cervejaria Backer assume “poss�vel quadro de contamina��o eventual” na ind�stria. A empresa, que est� sendo investigada por causa de 22 casos suspeitos de intoxica��o por dietilenoglicol, divulgou ontem parecer do qu�mico Bruno Botelho sobre a concentra��o da subst�ncia t�xica nas bebidas da marca. Todas as amostras foram enviadas pela Backer.

Diferentemente do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), a an�lise apresenta resultado negativo para a presen�a de contaminantes na �gua da cervejaria coletada no restaurante, na caixa d'�gua e no tanque. Mas o estudo conduzido pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que a concentra��o de dietilenoglicol presente nos lotes diminui com o passar do tempo.

“Cen�rio que indica, portanto, um epis�dio eventual”, diz o comunicado da empresa, que informou querer contribuir com a investiga��o. A maior quantidade foi constatada no lote produzido em 11 de novembro, o L2 1348, de 0,83g para cada 100ml de cerveja. Uma amostra da bebida fabricada em 24 de dezembro cont�m menos da metade da concentra��o, com 0,41g. A amostra que est� em um dos tanques da cervejaria, fabricada em 3 de janeiro, tem 0,21g de dietilenoglicol por 100ml de cerveja.

“Isso � ind�cio que a contamina��o n�o foi constante ao longo do processo”, afirma o qu�mico, que ressaltou n�o conhecer a f�brica da empresa e ter sido contratado somente para as an�lises laboratoriais. Conforme o estudo, para que um tanque de 20 mil litros atinja a concentra��o mais alta constatada � preciso despejar 166kg de dietilenoglicol.

Questionado sobre um poss�vel vazamento, Botelho n�o descarta a hip�tese, mas faz ressalvas. “Se, eventualente houvesse vazamento, esperaria-se um vazamento constante, mas � dif�cil afirmar por n�o conhecer o processo”, diz. O especialista tamb�m disse n�o ser poss�vel precisar, a partir do resultado, se houve falha ou fraude na cervejaria.

Quantidade


Ainda segundo Botelho, considerando uma pessoa de 70kg, para atingir o indicado pela literatura como dose letal, seria necess�rio o consumo de aproximadamente 16 garrafas de 600ml. Alguns familiares de v�timas internadas com sintomas da s�ndrome nefroneural, compat�vel com a contamina��o pelo agente qu�mico, afirmam que eles consumiram quantidades bem menores da bebida. Em alguns relatos, as v�timas teriam consumido apenas uma garrafa da cerveja. Por meio da assessoria de imprensa, a Pol�cia Civil informou que n�o tem conhecimento dos exames e vai analisar a fala do especialista, mas n�o necessariamente as informa��es constar�o no inqu�rito.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)