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Estado de Minas TRADI��O E F�

Toque de sinos abre celebra��o dos 120 anos da Par�quia S�o Jos�, no Centro de BH

Espa�o religioso na Avenida Afonso Pena foi palco tamb�m de grandes eventos da hist�ria do Brasil


postado em 27/01/2020 06:00 / atualizado em 27/01/2020 08:42

Templo dedicado ao santo no coração de BH passou por reforma completa nos últimos sete anos e será tema de concurso fotográfico(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Templo dedicado ao santo no cora��o de BH passou por reforma completa nos �ltimos sete anos e ser� tema de concurso fotogr�fico (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


Os sinos v�o tocar hoje, exatamente ao meio-dia, bem no cora��o de Belo Horizonte. As badaladas ter�o um motivo especial: dar in�cio �s celebra��es dos 120 anos da Par�quia S�o Jos�, que tem o templo localizado na Avenida Afonso Pena, no Centro, como monumento de religiosidade e cultura, al�m de palco de manifesta��es pol�ticas e sociais em momentos importantes da hist�ria de Minas e do pa�s. “Esta � igreja mais importante da cidade, tem quase a mesma idade da capital”, orgulha-se o padre Gabriel Teixeira Neves Filho, o padre Neves, de 93 anos, nascido em BH, batizado na S�o Jos� e h� 40 anos trabalhando na par�quia. “Minha m�e, Rosa, tamb�m foi batizada aqui. Este lugar faz parte da minha vida”, conta o neto de italianos e portugueses vindos da Europa no fim do s�culo 19 para trabalhar na constru��o da cidade inaugurada em 12 de dezembro de 1897.

Criada em 27 de janeiro de 1900, a partir do desmembramento da Par�quia Nossa Senhora da Boa Viagem, por determina��o do ent�o bispo da diocese de Mariana, dom Silv�rio Gomes Pimenta (1840-1922), a S�o Jos�, rec�m-restaurada ap�s sete anos de interven��es, ter� celebra��es durante todo o ano. No dia 27, logo ap�s o repique dos sinos, haver� apresenta��o, no adro, da Banda do Ex�rcito/4ª Brigada Militar, de Juiz de Fora (Zona da Mata). J� no in�cio da noite, �s 18h30, os cat�licos participar�o de missa solene em a��o de gra�as presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Geovane Lu�s da Silva, e concelebrada pelo p�roco Jos� Cl�udio Teixeira e demais padres da congrega��o dos redentoristas.

Padre Jos� Cl�udio adianta que, tamb�m hoje, ser� lan�ado o concurso Fotografe a S�o Jos�, de �mbito nacional, para profissionais e amadores – a premia��o, com valor ainda n�o definido, ocorrer� em 19 de mar�o, data consagrada ao padroeiro da matriz, pai adotivo de Jesus, protetor das fam�lias e dono de uma legi�o de devotos na capital. “Esta igreja exerce um fasc�nio enorme, une as religi�es, pois as pessoas passam pelo adro e entram, muitas vezes atra�dos pela beleza da arquitetura e se encantam com o interior. Tornou-se, ao longo do tempo, ponto de encontro, espa�o social, refer�ncia, por isso convidamos todos os mineiros para as celebra��es”, afirma o p�roco.

Padre Neves, de 93 anos, foi batizado na São José e trabalha na paróquia há quatro décadas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Padre Neves, de 93 anos, foi batizado na S�o Jos� e trabalha na par�quia h� quatro d�cadas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


At� o fim do ano, est�o previstas outras atividades na igreja, que, apenas nas missas, recebe diariamente cerca de 1,5 mil pessoas. Haver� exposi��o com registro do amplo acervo fotogr�fico pertencente aos redentoristas e tamb�m dos premiados no concurso, relan�amento do livro escrito pelo padre Jo�o Batista Boaventura, falecido h� tr�s anos, sobre a hist�ria do templo constru�do entre 1902 e 1907, a tradicional novena dedicada ao santo (de 10 a 19 de mar�o) e selo comemorativo alusivo � data, em agosto. Perto da imagem de S�o Jos�, padre Neves n�o acha f�cil encontrar o lugar mais bonito. Pensa e responde: “A capela-mor”. Depois, quando o rep�rter comenta que ele conhece a igreja como palma da m�o, n�o perde o humor. “Com a palma das duas m�os.” Puxando pela mem�ria, ressalta que BH tinha apenas dois pontos de maior circula��o, que eram a Pra�a Sete e as imedia��es da Igreja S�o Jos�.

Beleza da f�

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Em qualquer dia que se entre no templo, � grande o n�mero de pessoas rezando ou at� tirando fotos da fachada da igreja. “Quando estava vindo para o Centro, no �nibus, meu filho olhou para um cartaz como os pontos de visita��o na cidade, e me perguntou: 'Que pal�cio � esse?'”, contou a professora e educadora Emiliana Drumond, de 29, que, ao lado de Francisco, de 5, visitava a igreja na semana passada. Moradora do Bairro Ribeiro de Abreu, na Regi�o Nordeste, Emiliana resolveu apresentar ao menino o “pal�cio” e fez muitas fotos e selfies. “N�o sou cat�lica, mas acho importante conhecer, pois se trata de um monumento da capital”, revelou olhando para a fachada que teve de volta as cores originais (vermelho, laranja, amarelo e mostarda), conforme o projeto elaborado por Edgard Nascentes Coelho, em maio de 1901, quando a capital ainda se chamava Cidade de Minas.

Na famosa escadaria, uma fam�lia com integrantes de Po�os de Caldas, no Sul, de Minas, Caranda�, na Regi�o Central, Belo Horizonte e Rio de Janeiro tamb�m posava para a foto no mesmo dia. “A igreja tem uma arquitetura maravilhosa, e a restaura��o ficou muito boa”, disse o arquiteto carioca Luiz Paulo Ramos, ao lado da mulher, a mineira Marisa Dulce. J� no interior do templo, diante das imagens da Sagrada Fam�lia, o jovem Leonardo Lopes, de 19, morador do Bairro Rio Branco, em Venda Nova, rezava e fazia seus agradecimentos. “Trabalhei um tempo na Rua da Bahia e vinha sempre aqui, nos hor�rios de folga. Esta igreja � completa, transmite tranquilidade.”

“Temos um patrim�nio valioso, que vai al�m da espiritualidade. Nossa biblioteca foi toda recuperada e, se juntarmos �s obras existentes na Igreja da Gl�ria, tamb�m da congrega��o dos redentoristas, em Juiz de Fora, h� 120 mil exemplares”, diz o vig�rio paroquial em BH, padre Fl�vio Campos. Outro destaque est� no acervo fotogr�fico, e muitas fotos viraram quadro no corredor interno da igreja ou se tornaram �cones de lutas pelos direitos civis e democr�ticos, protestos na escadaria, na d�cada de 1960, contra a ditadura militar, acampamento de professores, por melhores condi��es do ensino e dos sal�rios, em 1980, manifesta��o de mulheres, na escadaria, do movimento Quem ama n�o mata. H� tamb�m as festivas, como um desfile de 7 de Setembro, na d�cada de 1950.

Pioneiros


As fotos mostram ainda a chegada dos padres redentoristas pioneiros � capital, ent�o com pouco mais de dois anos de funda��o, e tamb�m em 1907, com o trabalho em desenvolvimento. Depois de mostrar Capela do Orat�rio, restaurada e restrita aos padres do Convento S�o Jos�, no interior da igreja, o p�roco apresenta as pinturas marmorizadas descobertas, sob camadas de tinas, no corredor do primeiro andar. Todo o trabalho de restauro esteve a cargo do Grupo Oficina de Restauro, tendo � frente a especialista Maria Regina Reis Ramos.

Num quadro com o t�tulo Assim nasceu nossa par�quia, na galeria de fotos em preto e branco, est� o decreto do bispo dom Silv�rio, datado de 27/1º/1900, desmembrando em duas a Par�quia da Boa Viagem. “Nascido em Congonhas (Regi�o Central de Minas), dom Silv�rio foi o primeiro bispo da Rep�blica e tamb�m pertenceu � Academia Brasileira de Letras”, conta o padre Fl�vio.
Com as obras de restauro conclu�das, faltam agora as interven��es na �rea de acessibilidade e mais a��es de preven��o e combate a inc�ndio, j� com aprova��o do Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio de Belo Horizonte. “Por isso, a campanha S�o Jos� � 10 continua”, avisa o vig�rio – para as obras de restauro, a comunidade se mobilizou (barraquinhas, festas, d�zimos etc.) e conseguiu os recursos necess�rios de R$7,5 milh�es.

Programe-se


Hoje

» 12h – Toque de sinos, seguindo-se a apresenta��o da Banda do Ex�rcito/4ª Brigada Militar, de Juiz de Fora

» 18h30 – Missa solene em a��o de gra�as presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Geovane Lu�s da Silva, e concelebrada pelos padres da congrega��o dos redentoristas

» Lan�amento do concurso Fotografe a S�o Jos�, de �mbito nacional e aberto a profissionais e amadores. A premia��o ser� em 19 de mar�o, dia do padroeiro


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