postado em 29/01/2020 00:09 / atualizado em 29/01/2020 17:20
(foto: Reprodu��o )
Por volta das 20h, estava na Academia Alta Energia, na Rua Michel Jeha, no Bairro S�o Bento, terminava um treino, quando come�ou a chover. Olhei pela janela e a �gua subia rapidamente. Em cinco minutos a �gua estava a meio metro dentro da academia e, na rua, j� encobria os carros. As esteiras, mesas e computadores estavam debaixo d'�gua. A enxurrada ganhava for�a suficiente para arrastar os carros estacionados. Neste momento, um de nossos professores tentou retirar o carro que estava ilhado em frente � academia.
Ele entrou no ve�culo que tamb�m foi arrastado. Foram minutos de desespero para quem estava na academia e via o carro ser arrastado. Cerca de cem metros para frente, ele conseguiu sair e ficar no cap� do ve�culo, pulou na grama da pra�a e conseguiu escapar. A chuva n�o diminu�a. Vi um carro descer da Bento Sim�o, bater no sem�foro, que caiu e foi arrastado pela �gua. A chuva deu uma tr�gua e a �gua barrenta come�ou a baixar. Quando pensamos que haveria uma tr�gua, teve in�cio outra tempestade e a enxurrada veio com mais intensidade. Nesse momento, �ramos cerca de 30 pessoas.
Subimos para o segundo piso da academia. O primeiro andar estava inundado.A chuva forte durou mais uma hora. Da janela do segundo piso, consegu�amos avistar um �nibus da linha 8103, que desavisado,seguiu pela Avenida Arthur Bernardes e ficou ilhado. Havia muitos passageiros. Os bombeiros chegaram ao local. A chuva se mantinha intensa. Uma de nossas colegas ligou para os bombeiros para dizer que est�vamos ilhados. Quando estiou, resolvi ir embora. Temia outra tempestade. Minha casa fica a 500 metros da academia. O melhor era seguir a p�. Ao descer a Artur Bernardes assustei ao ver a lagoa da Barragem Santa L�cia com um n�vel de �gua que ultrapassava todas as bordas.
A �gua transbordou e inundou as ruas no entorno, inclusive parte da Arthur Bernardes. N�o era poss�vel ter acesso � minha rua, a Engenheiro Zoroastro Torres, ent�o desci pela Avenida Prudente de Morais com muito medo que voltasse a chover e a avenida mais uma vez se transformasse em um rio. Uma das ruas paralelas estava tomada de �gua, os carros submersos boiavam. S� havia uma entrada para a minha rua, mas o n�vel da �gua ainda estava alto. Fiquei esperando alguns minutos, quando a �gua cedeu, era poss�vel ver a avenida Prudente de Morais destru�da.
O asfalto despregou do ch�o, muita lama, galhos de �rvores deixavam o local irreconhec�vel. Tudo destru�do e eu sem saber se esperava ou se seguia. Tive ajuda de um homem, que viu meu desespero. Ele me ajudou a atravessar o local ainda alagado. A chuva voltou e s� me vinha � mente que a Avenida Prudente de Morais podia a qualquer momento se transformar num rio. Afinal, ali passa o C�rrego do Leit�o que foi canalizado. Nunca vi chuva com tamanha intensidade. Foram tr�s horas de p�nico.