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Estado de Minas RECONSTRU��O

Moradores de bairros afetados pelo "dil�vio" de ter�a cobram explica��es

Eles querem da Prefeitura de Belo Horizonte esclarecimentos sobre as galerias pluviais da cidade e a Barragem Santa L�cia


postado em 31/01/2020 06:00 / atualizado em 31/01/2020 10:53

Homem foi à barragem na esperança de pescar, mas não havia peixe, segundo ele, por causa da lama. Lixo e assoreamento preocupam população(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Homem foi � barragem na esperan�a de pescar, mas n�o havia peixe, segundo ele, por causa da lama. Lixo e assoreamento preocupam popula��o (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


Moradores de �reas afetadas pelo temporal que transformou bairros da Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte em um cen�rio de guerra cobram da prefeitura da capital laudo t�cnico que mostre a situa��o das galerias pluviais da cidade e da Barragem Santa L�cia, bacia de deten��o do C�rrego do Leit�o. A popula��o quer saber se lixo ou assoreamento interferiram no agravamento da destrui��o provocada pela violenta inunda��o. As associa��es dos bairros Lourdes, S�o Bento, Santa L�cia, S�o Pedro e Santo Ant�nio v�o se reuniur hoje, �s 17h, para discutir os caminhos da reconstru��o.



O engenheiro civil e sanitarista Jos� Roberto Champs, que trabalhou por mais de 25 anos na Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), aponta ter havido falha no controle da Barragem Santa L�cia. Segundo ele, a �gua da bacia de deten��o, criada quando o C�rrego do Leit�o foi totalmente coberto, na d�cada de 1970, deveria ter sido liberada depois das chuvas intensas da semana passada.

“A barragem estava completamente cheia e isso � um erro. Ela cumpriu a fun��o de reter a �gua da chuva dia 24, mas n�o no dia 28, porque estava cheia. Isso � um erro. Deveriam ter deixado escoar para ter a capacidade de receber um novo volume”, afirma Champs, que passou pela barragem na ter�a-feira � tarde. “O dano a partir da Prudente de Morais seria menor”, avalia.

A Sudecap informa que o controle da vaz�o do reservat�rio, que tem capacidade de 100 mil metros c�bicos, � feito por uma “pequena abertura permanente para garantir que o reservat�rio fique com um espelho d'�gua”. Segundo o �rg�o p�blico, n�o houve abertura de comporta nos �ltimos dias. Em 2018, a prefeitura fez obras de desassoreamento no local e retirou 35,1 mil metros c�bicos de sedimentos, um ter�o da capacidade.

"A barragem estava completamente cheia e isso � um erro. Deveriam ter deixado escoar para ter a capacidade de receber um novo volume. O dano seria menor"

Jos� Roberto Champs, engenheiro civil e sanitarista



Professor de engenharia hidr�ulica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o engenheiro hidr�ulico Nilo Nascimento trabalhou no projeto de recupera��o da barragem para o controle de inunda��es, nos anos 2000, quando foi constru�do o vertedouro para controlar a vaz�o da �gua no canal subterr�neo. A inten��o era evitar inunda��es que se agravavam na Avenida Prudente de Morais e adjac�ncias.

O professor desconhece como ocorreu a gest�o da vaz�o nesses dias de chuva intensa, mas acredita que a abertura da comporta traria pouca diferen�a frente ao volume de �gua que caiu. “Ela contribui para reduzir, mas n�o � suficiente para diminuir qualquer tipo de inunda��o. Ter�a-feira foi um evento muito at�pico, que vai acontecer em um a cada mil anos”, afirma Nilo Nascimento.

“Se houvesse mais capacidade de abastecimento na bacia seria menos grave, mas, de todo jeito, ocorreria a inunda��o. O de mais assustador foi voc� ter l�mina d'�gua de mais de meio metro numa velocidade enorme, inclusive arrancando o asfalto”, diz o engenheiro.

Explica��es


Sofrendo impactos da inunda��o, a popula��o quer da prefeitura uma satisfa��o sobre a situa��o do sistema hidr�ulico e sanit�rio da cidade. “Queremos saber se as galerias do C�rrego do Leit�o estavam obstru�das ou n�o de lixo. A leitura que fizemos era de que a barragem estava assoreada e que se tivessem limpado haveria capacidade de armazenar mais �gua, minimizando o que aconteceu”, afirma o presidente da Associa��o dos Moradores da Pra�a Mar�lia de Dirceu e Adjac�ncias (Amalou), Jeferson Rios.

A presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Santa L�cia, Lucimar Barbosa, chama aten��o para o problema do lixo. “A quantidade de sujeira que tem naquele vertedouro, aquilo vai entupindo, o volume de �gua � muito grande”, diz. Silvio Bhering, engenheiro hidr�ulico que trabalhou na Sudecap, foi convidado para a reuni�o para explicar sobre o reservat�rio.

O presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Santo Ant�nio, um dos bairros mais afetados, Gabriel Coutinho, acredita que o transbordamento da barragem deve ser tratado como epis�dio at�pico. Na reuni�o desta sexta-feira, ele quer respostas sobre a reconstru��o: “Queremos saber como vai funcionar a isen��o do IPTU das casas atingidas e tamb�m a possibilidade de libera��o do FGTS pela Caixa Econ�mica para quem teve preju�zos com a inunda��o”.

"A leitura que fizemos era de que a barragem estava assoreada e que, se tivessem limpado, haveria capacidade de armazenar mais �gua, minimizando o que aconteceu"

Jeferson Rios, presidente da Associa��o dos Moradores da Pra�a Mar�lia de Dirceu e Adjac�ncias



Residentes na Rua Engenheiro Zoroastro Torres, o casal Leonardo Tom� e Isabela da Costa fazia, ontem, medi��es para a reconstru��o do muro do pr�dio onde mora, derrubado pela �gua que transbordou da Barragem Santa L�cia na ter�a-feira. Represada em um bosque ao lado da barragem, a �gua submergiu a garagem do edif�cio e atingiu mais tr�s casas na mesma rua.

O casal buscou orienta��es com a Defesa Civil por duas vezes, antes e ap�s a queda do muro. Eles foram informados que como n�o havia v�timas, a situa��o n�o seria prioridade. “Eu disse que retornaria a liga��o quando houvesse v�tima ent�o”, ironizou Isabela.

A Sudecap informou que a PBH faz diariamente servi�os de limpeza e desobstru��o de bocas de lobo, com a remo��o de lixo descartado irregularmente e de res�duos que escoam para a rede de microdrenagem. S�o aproximadamente 64 mil bocas de lobo espalhadas pelas nove regionais.

“No ano de 2019, foram feitas cerca de 277.875 mil limpezas de bocas de lobo, remo��o de aproximadamente 3,5 mil toneladas de res�duos, desobstru�dos 44 km de rede e 3.088 grelhas trocadas. Os investimentos para 2019 foram de aproximadamente R$ 6 milh�es”, diz a nota. (Com T�lio Santos)

Saiba mais


Desde os anos 1960

Barragem Santa Lúcia foi inaugurada em 1976 como Barragem do Leitão. Em 1996, foi revitalizada e transformada no Parque Jornalista Eduardo Couri(foto: Arquivo EM)
Barragem Santa L�cia foi inaugurada em 1976 como Barragem do Leit�o. Em 1996, foi revitalizada e transformada no Parque Jornalista Eduardo Couri (foto: Arquivo EM)


A constru��o da Barragem Santa L�cia est� ligada �s obras de cobertura do C�rrego do Leit�o em quase sua totalidade, entre os anos de 1966 e 1972, restando somente parte de suas nascentes e o reservat�rio a c�u aberto. Foi inaugurada em 1976 como Barragem do Leit�o. Em 1996, o local, que estava degradado. foi revitalizado e transformado no Parque Jornalista Eduardo Couri, que ocupa �rea de 86 mil metros quadrados. O reservat�rio, cuja capacidade � de 100 mil metros c�bicos de �gua, foi criado com o objetivo de diminuir as enchentes na Avenida Prudente de Morais, situada abaixo. A estrutura conta com canal subterr�neo e vertedouro para controle da vaz�o da �gua. Em 2018, ap�s obras de desassoreamento, a prefeitura retirou 35,1 mil metros c�bicos de sedimentos do local, em obra que custou R$ 1,8 milh�o. O desassoreamento anterior havia ocorrido em agosto de 2013.


De olho nos estragos

 
No Santa L�cia, ainda s�o muitas as consequ�ncias do temporal. Nas fotos abaixo, pr�dio na Rua Engenheiro Zoroastro Torres que teve garagem submersa, carro sendo guinchado e escola que est� sem muro

(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


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