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Estado de Minas PODCAST

Caso Backer traz �udio exclusivo de professor da UFMG internado: ''Estou reaprendendo a falar''

A luta de um atleta e professor numa hist�ria marcada por coincid�ncias e f�


postado em 12/02/2020 06:00 / atualizado em 30/04/2020 16:05


Uma sucess�o de coincid�ncias marca o caminho para a descoberta do que levou Cristiano Mauro Assis Gomes, de 47 anos, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para a beira do coma. E tamb�m o que tem feito ele se recuperar. "Estou reaprendendo a falar", disse, num �udio gravado no Centro de Terapia Intensiva (CTI). O pesquisador e atleta, que est� reaprendendo a falar e a se movimentar, � uma das pessoas diagnosticadas com a intoxica��o por dietilenoglicol. A subst�ncia foi encontrada nas cervejas da Backer, marca que ele consumiu ao longo de todo m�s de dezembro. Quem conta sobre essa saga de mais de 40 dias num leito do CTI ï¿½ a esposa do Cristiano, a psic�loga Fl�via Schayer Dias, 48 anos, entrevistada deste novo epis�dio do O caso Backer, s�rie especial de podcast do Estado de Minas. Ou�a abaixo o podcast completo.

Despedida

Ele chegou a despedir de mim e da Isabella, ele falou que j� ia entregar, que n�o suportava mais, que j� tinha perdido as for�as. Isso no come�o. Era s� os rins e era muita dor. Com a morfina n�o passava em hip�tese nenhuma as dores dele. Acho que n�o tem nenhuma coincid�ncia. A gente que n�o acreditava muito em Deus, est� vendo as m�os de Deus em todo momento.




“Dose homeop�tica”

Toda noite ele veio bebendo uma garrafa de 600ml ao longo do m�s de dezembro. Finais de semana, bebia um pouco mais. At� culminar no dia 21 de dezembro, numa confraterniza��o aqui no pr�dio e ele deve ter tomado umas cinco, seis garrafas de 600ml, eu tomei por volta de uma garrafa e meia. No dia 22, n�s dois acordamos muito indispostos, como se tivesse uma ressaca muito forte, enj�o, dor abdominal, achamos que era do �lcool mesmo. Sa� comprei um japon�s � noite. � noite, mesmo passando mal, ele bebeu mais uma cerveja para tentar dar uma relaxada. No dia 23, ele j� n�o levantou mais da cama.

Descoberta
No come�o de janeiro, cheguei no contato da Camila. Estava muito desesperada, chorando muito angustiada. Ela foi me confortando e falou: 'Calma, a gente vai descobrir', vamos ficar tranquila. Ela estava muito equilibrada e estava completamente desequilibrada. Ela perguntou se ele gosta de cerveja. Eu falei que ele gosta muito da cerveja, que sempre toma uma cerveja � noite. Ela perguntou se ele tomou Belorizontina. Eu falei que ele s� tomou essa cerveja no m�s de dezembro inteiro. Compramos tr�s caixas e ela me conta que comprou sete caixas: no mesmo dia, na mesma Black Friday, no mesmo supermercado.

Investiga��o
Primeiro, o delegado ligou informalmente para a minha filha, porque o pedido de doa��o de sangue estava com o telefone dela. Ele queria entender sobre esses boatos. E falei, j� que voc� � delegado, vou te contar tudo que est� acontecendo. Temos, sim, quatro pessoas e a �nica rela��o entre essas pessoas era a cerveja e todas est�o no CTI em estado muito grave. Mas entendo que n�o posso falar na m�dia, porque isso est� gerando p�nico nas pessoas. Os m�dicos est�o pesquisando tudo.

 


Desespero

O pior dia para mim foi a noite que dormi com ele no CTI e relamente ele n�o respirava mais. Foi o pior momento de toda a minha vida. � desesperador voc� ver uma pessoa que tem uma sa�de imensa paralisar e ir paralisando tudo. Descendo, pralisando, entubando, perde respira��o, n�o mexe mais nada, n�o tem controle nenhum de movimento. � uma coisa do outro mundo.

F�
Tinha certeza que ele ia voltar. Veio uma f�, depois de eu brigar com Deus, de deitar no ch�o e falar: “Meu Deus, cad� voc�, quem � voc�, porque isso est� acontecendo?”. Mas, depois, a �nica coisa que eu tinha era Ele.

Gra�as a Deus, hoje sa� do CTI. Queria agradecer a todo mundo pelo apoio. As pessoas t�m sido muito generosas comigo.

�udio de Cristiano Mauro Assis Gomes, enviado ao EM em 11/2



Recupera��o
No dia em que falaram que ele ia entrar em coma, ele acordou. Ele estava uma pessoa l�cida, raciocinando perfeitamente, paralisado do corpo, com um tubo dentro da boca dele. Imagina isso... Comunicava com ele atrav�s de uma folha e um caderno que tem as letras impressas. Eu perguntava: est� na primeira linha? Come�amos a formar frases e ele come�ou a se expressar dessa maneira. Falava muito de dor, das sensa��es f�sicas.

Revela��o

Num segundo momento, contamos (que era a cerveja). Ele � uma pessoa muito inteligente, que est� percebendo tudo. Nesse momento, ele s� tinha os olhos para expressar e fez uma cara de espanto.

Confirma��o
Demos um depoimento pr�-inqu�rito, eu e a Camila, e abriu-se um inqu�rito pela nossa fala. Quando saiu a informa��o, na primeira coletiva da Pol�cia Civil, eu at� chorei quando vi aqui na televis�o, porque falei: T� vendo? � isso. Quando confirmou-se que foi encontrado (o dietilenoglicol). A� come�ou a ser divulgado que � a s�ndrome nefroneural.

 


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