O banc�rio Luciano Barros, de 56 anos, estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital em Belo Horizonte h� um m�s quando os rumores sobre a contamina��o da cerveja Belorizontina, da Backer, come�aram a circular. Foi a partir da divulga��o de casos semelhantes ao dele que os m�dicos chegaram ao diagn�stico da intoxica��o por dietilenoglicol. Amante da bebida que � prefer�ncia nacional, Luciano foi internado tr�s dias depois de comprar 26 garrafas da marca, em uma promo��o da Black Friday. O irm�o dele, o engenheiro aposentado C�lio Guilherme Barros, de 59 anos, � um entrevistados da s�rie especial de podcast O Caso Backer, publicada desde domingo no Estado de Minas. Na reportagem, em arquivo de �udio digital, ele conta sobre o quadro “violento” que o irm�o vem enfrentando. “Ele vai ficar muito chateado quando ficar sabendo que foi intoxicado. Na verdade, isso � um envenenamento, n�? Por essa subst�ncia, bebendo cerveja, que � a paix�o dele”, diz C�lio. Confira aqui os principais trechos da entrevista.
Envenenamento
Luciano � um sujeito acredita muito nas pessoas, no ser humano de um modo geral. Ele vai ficar muito chateado quando ficar sabendo que foi intoxicado. Na verdade, isso � um envenenamento, n�? Por essa subst�ncia, bebendo cerveja, que � a paix�o dele. N�o tenho d�vida que ele vai ficar muito sem entender porque aconteceu com ele. N�o era para acontecer acontecer com ele. N�o era para acontecer com ningu�m, n�?
Uma coisa que voc� usa como instrumento de lazer, de confraterniza��o pode estar te envenenando.
Black Friday
O Luciano tem 56 anos e, realmente, gosta muito de beber cerveja. � a �nica bebida alco�lica que ele toma. No decorrer do m�s, comprou muita cerveja como sempre, mas no dia 29 de novembro, que era uma sexta-feira, na promo��o, ele fez uma compra de 26 cervejas Belorizontina. Ele, na verdade, bebe praticamente cerveja somente em casa. Na ter�a-feira, terminou de beber todas as cervejas. Ent�o � poss�vel que ele tenha sido um dos primeiros at� a ter sido infectado.
Evolu��o r�pida
Isso � muito r�pido, t�? Quando era dia 3, quatro dias depois (do consumo), ele j� estava com uma dor violenta, a� come�a a doer todo o organismo, o est�mago. Deu muita dor de cabe�a, acho que dia 10 ou 11, ele n�o conseguia enxergar de um olho e outro foi escurecendo a vis�o. De uma hora para outra, o f�gado come�ou a inchar, a� n�o teve jeito. Dia 13, ele foi levado para o CTI e entubado no dia 14. E a� o processo de infec��o continua. O nervo �tico � atacado. O paciente fica sedado, mas os olhos est�o abertos. E tamb�m tem muitos espasmos. Isso dura semanas, depois leva mais alguns dias, uns tr�s ou quatro dias, para acordar, mas ainda conhecimento, sem reconhecer nada.
� muito violento, nunca vimos neg�cio assim e temos que tomar muito cuidado. Isso n�o pode repetir de forma alguma
Choque
Eu achava isso um absurdo, improv�vel, porque � um choque. A cerveja normalmente � uma coisa que est� ligada a alguma comemora��o, um momento alegre, n�? Voc� vai chamar os amigos e vai beber alguma coisa. Cerveja � em um ambiente desses, n�? E uma coisa que voc� usa como instrumento de lazer, de confraterniza��o pode estar te envenenando.
Gravidade
�s vezes, as pessoas acham que � simplesmente tomar ou comer um neg�cio, uma coxinha estragada, e est� intoxicado. N�o... � muito violento, nunca vimos neg�cio assim e temos que tomar muito cuidado. Isso n�o pode repetir de forma alguma. � muito importante saber como se deu essa contamina��o. Porque pra gente, pra todo mundo, � um prazer tomar cerveja e tudo. A gente n�o pode correr esse risco mais. Nunca tinha acontecido, mas aconteceu.
Primeiras palavras
Ontem (22 de janeiro) foi uma coisa maravilhosa porque ele pronunciou algumas palavras. Ele deve pensar que tem que ter uns tr�s, quatro dias que ele est� ali, mas j� tem 47 dias que ele est� internado.