Acessos � Vargem das Flores ser�o bloqueados no carnaval

A Copasa, a Pol�cia Militar e as guardas municipais de Betim e de Contagem v�o controlar os acessos da popula��o � represa de Vargem das Flores neste carnaval. O objetivo ser� impedir que o reservat�rio respons�vel por contribuir com 4,5% do abastecimento da Grande BH seja contaminado com o lixo e os res�duos gerados pelos esportes n�uticos, pescadores, banhistas e demais pessoas que encontram naquele lago uma esp�cie de balne�rio para suas atividades de lazer na regi�o de Betim e de Contagem. Apenas quem mora ou tem propriedades na orla da represa poder� circular depois de se identificar.

 

“Essa � uma parceria com as promotorias de meio ambiente, Bombeiros, Pol�cia Militar, prefeituras e Conselho de prote��o de Vargem das Flores para interditar os acessos e evitar aglomera��es, eventos, pesca e atividades n�uticas. Tudo isso j� era proibido desde 2015”, afirma o diretor de opera��o da Copasa, Guilherme Frasson Neto.

De acordo com o diretor, os impactos trazidos pelos frequentadores prejudicam a fun��o primordial do lago que � a de abastecer a Grande BH. “N�o temos a capta��o do Rio Paraopeba desde que ocorreu o rompimento da barragem de Brumadinho e, portanto, precisamos de todos os nossos reservat�rios com capacidade m�xima para modular o abastecimento”, justifica.

A medida ser� um baque para as inten��es de muitas pessoas que aproveitam o calor e a cheia do reservat�rio, j� com 100% de sua capacidade ininterruptamente desde o dia 15. No lado de Betim, as pessoas aproveitam o lago mais para posicionar suas varas e pescar til�pias, bagres e tra�ras nas barrancas.



“N�o pode proibir a gente n�o. Isso daqui � a divers�o do pobre. A gente n�o suja, quem suja o lago s�o os bota-foras que os bairros trazem para c�”, afirma o guarda patrimonial Sebasti�o Riberto Nascimento, de 46 anos. O fato de o lago nunca ter estado t�o cheio quanto nos �ltimos sete anos n�o estaria influenciando na quest�o da atra��o de mais pescadores, na opini�o dele. “At� prefiro mais vazio, que os peixes ficam mais juntinhos. Mas por ser feriado, fica sendo uma boa oportunidade para a gente descansar a cabe�a e fisgar um tira-gosto”, brinca.

O tamb�m pescador nas horas vagas, Jo�o L�zaro Batista, de 62, que trabalha como ajudante geral, conta que trazia marmitas para as pessoas que constru�ram o lago em 1972. “Trazia marmita para as pessoas quando aqui era s� mato. Desde ent�o sempre pesquei aqui e vou querer pescar no carnaval tamb�m. N�o acredito que v�o conseguir fechar todos os acessos, porque aqui tem estradas e trilhas demais”, afirma.

J� no lado de Contagem as iscas e varas disputam lugar com banhistas, tamb�m incomodados com o controle do movimento de pessoas. Os irm�os Renato Diniz, de 30 anos, que � montador de vidros temperados, e Renan Diniz, de 23, que � a�ougueiro, aprenderam a nadar na Vargem das Flores e agora trazem os filhos pequenos para aproveitar o lago, mesmo sabendo dos perigos submersos como cercas antigas, galhos de �rvores e antigas cisternas.

“A gente conhece aqui bem. Por isso sabe onde tem o perigo. No carnaval a Vargem fica muito cheia, muita gente vai achar ruim com esses bloqueios. Mas eu mesmo j� estava pensando que seria confus�o demais para trazer os meninos e estamos fugindo de confus�o”, disse Renato.