(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CARNAVAL 2020

Paz e amor na volta �s origens

Como em sua estreia em 2013, Pena de Pav�o de Krishna desfila com tuk-tuk. Foli�es aprovam retorno � 'terra'


postado em 24/02/2020 04:00

Ana Freitas, de 12 anos, e sua mãe Flávia: %u201CAqui é mais axé, a gente pinta de azul%u201D, disse a pequena(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
Ana Freitas, de 12 anos, e sua m�e Fl�via: %u201CAqui � mais ax�, a gente pinta de azul%u201D, disse a pequena (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)

"Todo mundo andando a p�." O verso da m�sica que abriu o cortejo do Pena de Pav�o de Krishna (PPK) neste domingo deu a cara do desfile deste ano, em que o trio el�trico foi abandonado. Com os impasses envolvendo o Detran-MG, o bloco retornou �s origens, no pedal da bike, mas nenhum foli�o reclamou. O "tuk-tuk el�trico", que levou o gerador para garantir o som, passou por vistoria do Corpo de Bombeiros e foi liberado em seguida. O ve�culo, muito comum na �ndia, � uma alternativa que n�o precisa do Certificado de Registro e Licenciamento de Ve�culo (CRLV), documento exigido pelo Detran-MG. "Estamos voltando �s ra�zes, pois o primeiro desfile em 2013 foi assim (com a bicicleta)", conta Manuel Andrade, um dos produtores do bloco.

A Central �nica dos Trabalhadores (CUT) ofereceu um trio el�trico ao bloco, mas, por solidariedade aos que n�o teriam mais alternativas para sair, o PPK preferiu ceder a oferta a esses blocos sem estrutura, como conta Krpalu Dasa, m�sico, ator e tamb�m produtor do Pena de Pav�o. "Pelas mudan�as a gente pode ter um menor p�blico. � consenso dos blocos que participamos das reuni�es com a seguran�a. A grande quest�o � que a pr�pria PM n�o havia colocado impasse. Tr�s dias antes do carnaval colocam dificuldade", reclama.

O tradicional caf� da manh� compartilhado do Pav�o recebeu os foli�es do bloco na Pra�a Guimar�es Rosa, no Bairro Cidade Nova, Regi�o Nordeste de BH. Abra�os fraternais e pinturas faciais ao som do mantra Hare Krishna. O ritual�stico cortejo de rostos azuis come�ou �s 9h40 e seguiu em dire��o � Avenida Cristiano Machado e Rua Alberto Cintra. Moradores do bairro acompanharam o desfile, que ainda levou foli�es azuis pela janela. Pela primeira vez, o bloco desfilou em �rea residencial. Segundo a organiza��o do Pena, a escolha � o in�cio de uma rela��o com a regi�o. Em junho, o PPK dar� as caras a um projeto cultural e ambiental em prote��o de mananciais no local, chamado �gua Gerais.

Enquanto a ala de dan�a se remexia na frente do bloco, Danielle Seles, de 37 anos, gritava: "Lindo, lindo, meu Pav�o!". A confeiteira veio de S�o Paulo s� para o cortejo. "Conheci em 2016 e me apaixonei. � o bloco mais lindo e colorido. S� paz e amor", disse. Este ano, ela trouxe o marido e outros familiares para prestigiar o desfile.

Assim como Danielle, outros foli�es se apaixonaram pelo Pav�o e suas particularidades. "Gosto deste bloco porque � diferente dos outros, que normalmente as m�sicas s�o pop. Aqui � mais ax�, a gente pinta de azul, envolve pessoas de v�rias classes sociais", diz a pequena Ana Freitas, de 12, incentivada pela m�e, Fl�via Freitas, de 47. "H� uns seis anos, encontramos esse bloco por acaso na Lagoinha. Ele entrou e nunca mais saiu da nossa vida", explica a publicit�ria.

E as crian�as tiveram uma ala especial no bloco azul. Os irm�os Renato, de 2, e Beatriz, de 6, foram curtir a folia com os pais, Gustavo Machado, de 44, e Mila Lima, de 42. O casal preferiu abandonar a festa no Rio de Janeiro, onde mora, para conhecer o carnaval de BH. “Estamos na casa de uma amiga que nos indicou este bloco. O carnaval aqui � diferente, bem melhor. Estamos positivamente surpreendidos”, disse a servidora p�blica. No s�bado, a fam�lia esteve no Bairro Santa Tereza e ainda n�o sabe quais os blocos dos pr�ximos dias.
Ao som do mantra Hare Krishna, a flautista e estudante Cristiane Lacerda celebrou a cultura hindu(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)
Ao som do mantra Hare Krishna, a flautista e estudante Cristiane Lacerda celebrou a cultura hindu (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)

ENERGIA DO CH�O

O consultor de sustentabilidade Rodrigo Wanderley, de 32, carrega a cara do Pena de Pav�o. “� um momento de celebrar, encontrar os amigos e levar diversidade cultural, m�sica e alegria”, disse. Rodrigo acredita que descer do trio deixa o bloco mais aconchegante. “Conectar com o territ�rio � muito importante para envolver a cidade e fam�lias nesse movimento”. Com a mesma energia, a flautista Cristiane Lacerda, de 23, acompanha o desfile do bloco h� tr�s anos. “� a forma que encontrei de estar no carnaval e celebrar a cultura hindu. Achei maravilhoso esse ano o prop�sito da terra”, ela diz, sobre a perda do trio el�trico.

A fam�lia da pediatra M�rcia de Oliveira Franca, de 44, acordou cedo para prestigiar o carnaval e elogiou a acessibilidade. “Vim com meu marido, meus filhos e minha sogra, que � cadeirante. Estou achando que fomos bem acolhidos, minha sogra at� se emocionou. Ela nunca imaginava, nessa idade (72), acompanhar um bloco de carnaval”, conta, tamb�m elogiando a volta �s origens. “Achei lindo ser no ch�o, o trio n�o fez diferen�a nenhuma. � a cara do bloco e todo mundo respeita. � um bloco da paz”, afirma.


Milhares de foliões foram ao cortejo do Alô Abacaxi e foliões reclamaram do veto imposto pelas autoridades(foto: Lara Pereira/EM/D. A Press Brasil)
Milhares de foli�es foram ao cortejo do Al� Abacaxi e foli�es reclamaram do veto imposto pelas autoridades (foto: Lara Pereira/EM/D. A Press Brasil)

Ap�s imbr�glio, multid�o no Al� Abacaxi

O Al� Abacaxi agitou as ruas do Centro de Belo Horizonte na manh� deste domingo. O cortejo ocorreu ap�s ter sido cancelado na sexta-feira (21), depois da decis�o do governo de proibir a sa�da de trios sem o CRLV, documento exigido pelo Detran-MG. Uma multid�o acompanhou o desfile e os foli�es reclamaram do veto imposto pelas autoridades.

“� triste ver que em 2020 a gente sofre esse tipo de censura. Alguns blocos n�o puderam tocar funk, j� outros blocos tiveram os carros apreendidos. A impress�o que fica � de que temos um governo que � totalmente contra a diversidade e a felicidade do carnaval. � triste ver isso, mas a gente tem que resistir e existir, a gente tem que ir para a rua para mostrar que n�s existimos”, disse Matheus Fraga, integrante do coletivo Mocreias Sedentas Por Amor.

O impasse na realiza��o do desfile fez com que muitas pessoas alterassem seus roteiros de �ltima hora para marcar presen�a no Al� Abacaxi. Este foi o caso de R�bia Nascimento, que acompanhou o trio el�trico com seus amigos. “N�s tivemos que alterar o nosso roteiro de �ltima hora. A gente est� aqui porque gosta muito do bloco, mas vejo que se fosse um bloco menor, esse impasse na realiza��o teria afetado bastante o p�blico. A sorte do Al� Abacaxi � que � um bloco mais tradicional”, comentou R�bia.

* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Tet� Monteiro 


Comunidade afro levou a cultura negra ao desfile na Praça Sete(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
Comunidade afro levou a cultura negra ao desfile na Pra�a Sete (foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)

Luta e resist�ncia no Angola Janga

Foi com muito canto de luta, resist�ncia e emancipa��o do povo negro, que o bloco Angola Janga lotou a Pra�a Sete de foli�es na tarde de ontem. Apesar de problemas com o trio el�trico, inclusive durante o cortejo, o desfile foi marcado por alegria e coreografias de duas alas de dan�arinos – uma atr�s do trio e outra na frente.  Com o lema “Ginga: Agbara na luta do povo”, o bloco deu destaque a m�sicas autorais, mas sem deixar de apresentar outras can��es e ax�s que vibram a for�a do povo afro.

Entoando os versos “A cor dessa cidade sou eu, o canto dessa cidade � meu”, a multid�o que acompanhava o cortejo foi ao del�rio. O grupo reservou uma ala especial para crian�as, idosos e pessoas com dificuldade de locomo��o. Completando dois anos como produtora do bloco, Of�lia Hel�ria, de 61 anos, era s� alegria: "Isso aqui � a valoriza��o da cultura afro-brasileira", comemorou.

Se por um lado, a beleza do cortejo foi espl�ndida, a calmaria n�o reinou. Logo no in�cio, o Angola Janga reencontrou um problema que j� vinha assombrando o cortejo de muitos blocos: o trio el�trico. O desfile foi interrompido no meio da Avenida Amazonas para vistoria do Corpo de Bombeiros. Sob vaias e gritos de “fora, Zema”,  os militares exigiram mudan�as. Ap�s as altera��es serem feitas, o bloco seguiu encantando com o seu desfile.

*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora  Tet� Monteiro  



(foto: Fred Botrell EM/D.A Press)
(foto: Fred Botrell EM/D.A Press)

Microfone aberto do uai

Coro de desconhecidos

A Rua dos Tupinamb�s parou quando o foli�o an�nimo chegou ao microfone e come�ou as primeiras frases de I want to break free. Poucos segundos depois, aproximadamente 10 desconhecidos se abra�avam e cantavam em coro o hit da banda Queen. Este � o poder do 'T� no carnaval, Uai', projeto especial para a cobertura do Estado de Minas, que leva um microfone aberto para o meio da folia. Montamos nosso pedestal ao fim do Al� Abacaxi (mas alguns preferem chamar de Hello, pineapple) e comprovamos: dependendo do �lcool, pode ser muito dif�cil pronunciar corretamente a palavra carmavau, carnizal, enfim, essa festa maravilhosa. Veja tudo em www.uai.com.br/carnaval.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)