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Estado de Minas

V�deo: estas tr�s hist�rias comprovam dor, luta e gl�ria no carnaval de BH

Document�rio especial do Estado de Minas acompanha a rotina de pessoas ligadas a bloco de rua, bloco caricato e escola de samba, antes e durante a festa


27/02/2020 06:00 - atualizado 27/02/2020 07:46

(foto: Arte/Hudson Franco)


Uma m�e que leva toda a fam�lia para dentro de uma escola de samba, um bloco caricato com quase 60 anos de desfiles e um bloco de rua – o mais jovem desta hist�ria – que resgata a ancestralidade do povo negro. As tr�s hist�rias que contamos neste document�rio s�o hist�rias sobre a festa de rua de Belo Horizonte que a cada ano surpreende foli�es de todos os cantos do Brasil, apesar das dificuldades financeiras e burocr�ticas. Este document�rio conta a rotina de Arabella das Chagas Gon�alves, costureira e cofundadora da Acad�micos de Venda Nova, Fernando Junqueira, presidente dos Bachar�is do Samba e Nayara Gar�falo, cofundadora do bloco Angola Janga. Tr�s hist�rias de carnaval sobre tradi��o e luta.

“Teve ano de fazer porta-bandeira com a cortina de casa”

(foto: Maria Irenilda Pereira/EM/D.A Press)


Arabella das Chagas Gon�alves - costureira e cofundadora da escola de samba Acad�micos de Venda Nova

“A ideia de fundar uma escola de samba veio do Marco Aur�lio, meu filho, quando ele tinha uns 17, 18 anos. Andando por Venda Nova, ele viu a situa��o e uma escola de samba, ficou com d� daquelas pessoas trabalhando e sugeriu que fossemos l� dar uma for�a. Quando o carnaval de BH acabou, come�amos a participar em outras escolas, em Nova Lima, Vespasiano, Coronel Fabriciano. Quando o carnaval de BH voltou, meu filho falou que sab�amos fazer tudo e que dever�amos criar uma escola. Somos seis fundadores: meus quatro filhos, minha irm� e eu. Nossa escola foi fundada em dezembro de 2004. Quarenta dias depois, ficou em segundo lugar, com baianas de TNT e pl�stico bolha, com muito orgulho.

Nosso s�mbolo � o pandeiro e a f�nix. Toda a fam�lia e a comunidade se envolvem nesse projeto, hoje j� temos uma estrutura bem maior, com chance de remunerar quem trabalha conosco, mas teve ano de fazer porta-bandeira com a cortina da casa da minha m�e, com sacos de cebola. Nunca entrei em um clube para pular carnaval, nunca vi a Banda Mole. A gente nem consegue ver os blocos de rua. Pra mim, carnaval � isso: levantar toda aquela avenida. A gente vive dos aplausos.”



“O carnaval de BH vem muito da tradi��o dos blocos caricatos”

(foto: Maria Irenilda Pereira/EM/D.A Press)


Fernando Junqueira - presidente do bloco caricato Bachar�is do Samba

“Os blocos caricatos s�o caracter�sticos de BH. Somos a �nica capital com esse tipo de manifesta��o. S�o 11 pessoas que ainda mant�m essa tradi��o. O Bachar�is do Samba foi fundado em 1965 e fizemos v�rios desfiles, come�amos com caminh�es pequenos. Na d�cada de 1980, �poca de ouro dos blocos caricatos, come�aram a ser caminh�es gigantes. Nossa comunidade � formada pelo entorno do Bairro S�o Pedro, a favela do Papagaio e suas vilas, como a Vila Santa Rita de C�ssia e a Vila Estrela. Depois, infelizmente, Belo Horizonte ficou 16 anos sem ter carnaval. At� que em 2002, quando retornamos, comigo na presid�ncia. Desde ent�o, estamos aqui. 

S�o anos e anos de luta, trabalho e gra�as a Deus de muitos pr�mios tamb�m. Temos uma ajuda que � gerenciada pela Belotur. � um apoio menor que o das escolas de samba, mas � muito importante, j� que tudo requer recurso, maquiagem, sapatilhas. O crescimento do carnaval de BH vem muito por causa das tradi��es que seguiram das escolas de samba e dos blocos caricatos, que foram um incentivo para a cria��o dos bloquinhos de rua. Em qualquer grande cidade, esses bloquinhos de rua n�o podem faltar, mas as tradi��es tamb�m n�o podem acabar. Essa exclusividade de uma carreta com 60 pessoas tocando uma percuss�o, isso a� s�o os blocos caricatos.”

“Queremos que entendam a import�ncia de respeitar a diversidade”

(foto: Maria Irenilda Pereira/EM/D.A Press)


Nayara Gar�falo- cofundadora do bloco Angola Janga

“Angola Janga � um bloco afro fundado em 2015 e o nome vem do Quilombo dos Palmares, que � como a hist�ria os nomeou. Mas o nome que eles mesmos se davam era Angola Janga ou Pequena Angola. Era uma tentativa dessas pessoas escravizadas de criar um territ�rio dentro do Brasil no qual elas se sentissem em casa. Eu e Lucas Nascimento toc�vamos em cinco, seis blocos e percebemos a aus�ncia de pessoas negras e vimos a necessidade de fazermos uma interven��o, pensando nas pessoas negras, perif�ricas, onde elas se sentissem confort�veis, pertencentes. No primeiro ensaio, �ramos oito pessoas, cada uma sabia tocar um instrumento, mas a cada ensaio mais pessoas se juntavam a n�s. E todo ano, para o desfile, a gente incorpora uma manifesta��o da cultura negra, de Minas Gerais ou do Brasil.

Um dos nossos grandes desafios para o carnaval � o or�ament�rio. Existe uma quest�o de racismo institucional, que tende a impedir o acesso de certos grupos aos recursos, e o Angola Janga n�o recebe patroc�nio de ningu�m, ent�o, a gente junta todo mundo, em eventos de arrecada��o. Quando uma cidade se preocupa com a diversidade e com pol�ticas de igualdade a cidade inteira cresce. Queremos que cada vez mais pessoas entendam a import�ncia de respeitar a diversidade e de entender que as diversidades n�o s�o uma coisa para ficar dentro de uma caixinha ou em um discurso, mas s�o pessoas que est�o a� e n�o querem ser iguais, mas sim respeitadas nas nossas diferen�as.”

(*)estagi�ria sob supervis�o do subeditor Rafael Alves


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