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Estado de Minas URBANIZA��O

Telhados verdes: saiba como eles podem amenizar impactos das chuvas

Coberturas verdes podem reter at� 200 litros de �gua por metro quadrado e s�o apontados por especialistas como uma op��o vi�vel para cidades


postado em 09/03/2020 04:00 / atualizado em 08/03/2020 19:20

Telhado verde instalado em prédio do Sebrae, em Belo Horizonte(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Telhado verde instalado em pr�dio do Sebrae, em Belo Horizonte (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A ang�stia vivida pelos belo-horizontinos neste in�cio do ano passa por uma jun��o que, historicamente, sempre tirou vidas e causou preju�zos na capital mineira: a falta de estrutura somada �s fortes chuvas. Diante do problema que j� se tornou recorrente, o poder p�blico sempre coloca nas obras a solu��o das cheias que cercam todas as regionais da cidade. Em um mundo cada vez mais aberto �s inova��es, os telhados verdes aparecem como alternativa para drenar a �gua da chuva.

A tecnologia � adotada em dezenas de im�veis de BH e funciona como desafogo para a rede p�blica: o sistema capta a precipita��o a partir de drenos e o l�quido fica armazenado em tanques, que s�o usados na irriga��o da grama que � plantada em cima. A ideia vai exatamente na mesma m�o do que � defendido pelo novo Plano Diretor da cidade, que incentiva a cria��o e manuten��o de �reas verdes.
 
Jo�o Manoel Feij�, engenheiro agr�nomo que pesquisa e desenvolve produtos para drenagem urbana, estuda os telhados verdes e outras medidas semelhantes h� mais de uma d�cada. Segundo ele, existe um senso comum nas prefeituras que sempre colocam as obras p�blicas como �nica solu��o para as enchentes, quando tecnologias inovadoras podem contribuir para reduzir os danos.

“Esse tipo de urbaniza��o (obras de grande porte), geralmente, diminuem os terrenos e �reas perme�veis, ou seja, tudo fica imperme�vel. Isso tudo aumenta a quantidade de �gua que vai para os bueiros”, afirma o especialista, que presta servi�os para a empresa Ecotelhado.
 
Segundo ele, os telhados verdes podem conter at� 200 litros por metro quadrado. Al�m dos benef�cios na drenagem da �gua da chuva, o equipamento contribui, de acordo com Feij�, para a redu��o no consumo de energia el�trica queimada pelo ar-condicionado, sempre vil�o na conta de luz.

Mário Henrique de Oliveira, analista do Sebrae, mostra instalações no prédio, que conta com caixa de captação de água de chuva(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
M�rio Henrique de Oliveira, analista do Sebrae, mostra instala��es no pr�dio, que conta com caixa de capta��o de �gua de chuva (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


“Ao evaporar essa �gua, a vegeta��o plantada sobre os reservat�rios consome o pr�prio calor, como se fosse um ar-condicionado, como a natureza faz mesmo. O que fazemos � renaturalizar a cidade. Os benef�cios s�o muitos, al�m da drenagem urbana, combatemos o calor que tanto incomoda as pessoas”, explica. Outras vantagens apontadas pelo engenheiro agr�nomo � o fato dos jardins embelezarem os ambientes corporativos e as resid�ncias que adotam a medida.
 
BH colocou em vigor seu novo Plano Diretor, depois de cinco anos de debates. O que � defendido no texto aprovado pela prefeitura segue exatamente o que � trazido pelos telhados verdes. A promessa principal da nova legisla��o � adequar a capital aos Objetivos do Desenvolvimento Sustent�vel (ODS) estabelecidos pela Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). O documento traz como uma das principais novidades a cria��o de cerca de 950 quil�metros de arboriza��o e eleva em 40 quil�metros quadrados a quantidade de �reas verdes, aquelas que n�o se pode construir, um aumento de 12% no total.
 
Na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, o pr�dio do Servi�o Brasileiro de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), localizado na Avenida Bar�o Homem de Melo, no Bairro Nova Granada, adotou a tecnologia em 2015. “Essa ideia surgiu durante a elabora��o do projeto do pr�dio. Antes de acordar com a prefeitura o in�cio da obra, a gente cumpriu algumas condicionantes e trouxe esse planejamento”, ressalta M�rio Henrique de Oliveira, de 40 anos, analista do Sebrae, onde os jardins ultrapassam 900 metros quadrados e est�o instalados entre os dois pr�dios da entidade.

Medidas e desafios

Quem nunca, ao andar pela cidade, se deparou com os muros vegetados, que s�o cercados de fora a fora por trepadeiras. Apesar de adotada muitas vezes pelo ponto de vista paisag�stico, esse tipo de constru��o ajuda a reter muito mais �gua que os muros de concreto. � s� um exemplo das in�meras alternativas que podem ser adotadas pelo cidad�o para que cidades como BH fiquem menos marcadas pelas enchentes.
 
“Esse tipo de tecnologia vem crescendo e incorporando fun��es. A primeira vez que se ouviu falar sobre isso, aquilo foi visto como curiosidade. H� 15 anos, tudo isso come�ou a ser usado em obras, como constru��o sustent�vel. Mas, n�o se discutia outras vantagens que esses equipamentos tinham. Nosso estudo � voltado � cria��o de sistemas tecnol�gicos para implantar vegeta��o em pr�dios por exemplo. Tudo � um pensamento novo”, ressalta o engenheiro agr�nomo Jo�o Manoel Feij�.

"Esse tipo de tecnologia vem crescendo e incorporando fun��es. A primeira vez que se ouviu falar sobre isso, aquilo foi visto como curiosidade"

Jo�o Manoel Feij�, engenheiro agr�nomo e pesquisador de drenagem urbana


 
Entre as medidas relatadas por ele � reportagem est�o os pisos perme�veis. Tratam-se de pequenas pe�as de pl�stico reciclado que s�o colocadas no ch�o, como se fosse um piso. Os fluidos penetram facilmente por entre elas. As pecinhas podem, at� mesmo, ser cercadas por gram�neas para dar ao ambiente uma apar�ncia mais favor�vel.
 
O tratamento de esgoto para reuso tamb�m � uma op��o sustent�vel e que ajuda na drenagem de �gua, principalmente em edifica��es ocupadas por um grande n�mero de pessoas. No dia a dia, a �gua que despejamos na rede pluvial tem duas classifica��es: os fluidos cinza e negros. A primeira subdivis�o diz respeito �s �guas usadas, por exemplo, na limpeza de vasilhas e na m�quina de lavar. J� a segunda � o l�quido dos vasos sanit�rios, que depende de maior tratamento para ser reutilizado.

Filtro biol�gico

� nesse momento que entra para o debate o “vermifiltro”. O equipamento � constitu�do de uma �nica c�mara, que varia de tamanho de acordo com o projeto e o volume de efluente a ser tratado. Nela, entram tanto a �gua negra quanto a cinza. Canos levam os fluidos at� o filtro, onde o processo de tratamento de afluentes sanit�rios alia a degrada��o bacteriana com a vermicompostagem (uso de minhocas para tratar res�duos org�nicos), resultando em um filtro biol�gico de elevada efici�ncia para a remo��o de poluentes do esgoto.
 
A ado��o de reservat�rios para acumular �gua da chuva � mais uma das alternativas. Um exemplo � o pr�dio do Sebrae localizado em BH, que al�m do telhado verde promove medidas que ajudam na drenagem de fluidos. Segundo o analista M�rio Henrique de Oliveira, h� uma caixa que abriga at� 10 mil litros de �gua da chuva para irrigar os demais jardins espalhados pela estrutura.
 
Quando esse compartimento de 10 mil litros se enche, o l�quido vai para outra pequena caixa, que ret�m a �gua da chuva e a solta em uma intensidade menor, ou seja, minimiza as enxurradas que alagam a Avenida Bar�o Homem de Melo naquela altura. “Na pr�pria porta do Sebrae tem um ponto de inunda��o, pois a rua est� num ponto baixo aqui. Ent�o, toda essa estrutura de reten��o de �gua ajuda n�o s� o meio ambiente, mas tamb�m a infraestrutura da cidade”, destaca o analista.


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