
A batalha da dona de casa Tatiana Rocha Franco, de 33 anos, em busca por melhores condi��es de vida para as filhas trig�meas de seis anos obteve duas grandes vit�rias nesta semana. Duas das meninas conseguiram a libera��o de cirurgias para corre��o de limita��es que as impedem de andar. Ana ser� operada no dia 19 no Hospital da Baleia e Vit�ria tamb�m j� tem guia para cirurgia que dever� ser realizada no Hospital das Cl�nicas, mas ainda sem data marcada. As meninas, mais dois irm�os e Tatiana moram em Ribeir�o das Neves, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.“Gra�as a Deus consegui. Ontem foi remarcada a cirurgia da Vit�ria. Agora s� falta aguardar para ela ser chamada. Deus � maravilhoso. Fico muito grata”, diz. A hist�ria das meninas foi relatada pelo Estado de Minas em dezembro.
� a segunda vez que Vit�ria segue para cirurgia. Em agosto, o procedimento foi adiado devido ao quadro de sa�de da menina. Na �poca, ela chegou a ser internada no Hospital da Baleia, mas n�o p�de ser operada. O risco cir�rgico indicou a necessidade de que o p�s-operat�rio fosse no Centro de Terapia Intensiva (CTI), extrapolando os gastos previstos para o procedimento pela Associa��o Mineira de Reabilita��o (AMR), onde a crian�a e a irm� Ana fazem acompanhamento. As trig�meas nasceram prematuras de cinco meses, todas com defici�ncia: Rute � cega; Ana, cadeirante, e Vit�ria tem paralisia cerebral. “Tudo o que eu mais quero � que minhas filhas andem, se essa for a vontade de Deus”, afirma.
Incans�vel na busca por tratamento para as filhas, Tatiana tem uma f� inabal�vel e a satisfa��o de cuidar das meninas. “Sou muito feliz com filhas do jeito que Deus me deu. Isso que � importante”, pontua. A espiritualidade faz com que ela – mesmo diante de situa��es muito dif�ceis – n�o desista do sonho de ver as filhas caminhando com as pr�prias pernas. “Lutei, lutei e Deus proveu”, diz sobre ter conseguido marcar as cirurgias.
Ana passar� por opera��o no f�mur, na cartilagem atr�s do joelho e de repara��o dos p�s. “Ela tem p�s de bailarina”, diz a m�e. Durante a cirurgia, a menina receber� tamb�m inje��o de medicamento para ativar os nervos atrofiados. O tratamento � de alto custo. Somente a subst�ncia custa R$ 4 mil e tamb�m foi uma batalha para que Tatiana conseguisse na rede p�blica de sa�de de Belo Horizonte. Depois da cirurgia, a menina ter� que se submeter a dois meses de reabilita��o. “Tudo isso para ela fazer os passos. Elas v�o trabalhar bastante com ela, colocar os p�s em alinhamento.” Depois da cirurgia, ela poder� usar o andador e a esperan�a da m�e � que acrian�a consiga ficar de p�.
Vit�ria tamb�m precisa fazer corre��o nos p�s para que possa andar, por causas distintas das que provocaram o problema de Ana. Com atraso motor e autismo, Vit�ria passar� por cirurgia para poder deixar a cadeira de rodas. A menina tem paralisia cerebral, somente 20% de vis�o e os p�s atrofiados. Depois da cirurgia, a crian�a dever� fazer uso de um tutor ortop�dico. Ela j� recebeu a guia de interna��o e aguarda vaga no CTI para que a data da cirurgia seja marcada. “Ana e Vit�ria t�m muita vontade de andar. O sonho de Ana � ser bailarina. Ela dan�a com o joelho”, conta a m�e.
A terceira das trig�meas, Ruth, tem defici�ncia visual e precisa de uma professora de braille. A m�e tamb�m est� se esfor�ando para conseguir acompanhamento m�dico para o outro filho, Luiz, que tem d�ficit de aten��o. “Eles me encaminharam para um m�dico, que n�o � especializado nessa �rea. A demanda est� dif�cil. N�o estou conseguindo m�dico. Vou entrar na Justi�a”, afirma.