
Bras�lia - O ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta, afirmou durante videoconfer�ncia para empres�rios, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que o sistema de sa�de do pa�s pode entrar em colapso no fim de abril, por causa da prolifera��o do novo coronav�rus. "O colapso � quando voc� tem o dinheiro, o plano de sa�de, a ordem judicial, mas n�o tem onde se tratar", disse Mandetta. Ele disse nda que o n�mero de casos da COVID -19 deve subir nos pr�ximos meses e come�ar a cair apenas em setembro. "O v�rus tem padr�o de transmiss�o muito competente. Faz espiral, uma curva de 90 graus, e sobe. Ainda n�o estamos nela. S�o Paulo est� fazendo o in�cio do seu redemoinho", apontou.
“Claramente, no final de abril o nosso sistema entra em colapso”, afirmou Mandetta. "A gente deve entrar em abril e iniciar a subida r�pida, que vai durar em abril, maio e junho, quando vai come�ar a ter tend�ncia de desacelera��o. Em julho, deve come�ar o plat� (ponto mais alto de estabiliza��o). Em agosto, esse plat� vai come�ar a mostrar tend�ncia de queda e a� a queda em setembro � profunda, tal qual a de mar�o da China", analisou o ministro. Mais tarde, perguntado a respeito da previs�o de colapso, em entrevista coletiva, Mandetta disse que n�o necessariamente o sistema de sa�de vai parar. "� uma possibilidade para a qual devemos estar preparados", ressaltou.
Ainda segundo o ministro da Sa�de, as medidas de restri��o de tr�nsito da popula��o podem se intensificar nos pr�ximos dias, como forma de preven��o ao avan�o da doen�a. "Mais dif�cil do que fechar uma cidade, um supermercado e um shopping � saber o momento de reabrir. � preciso de uma s�rie de informa��es para reabrir os locais com seguran�a", observou. Mandetta anunciou ainda que o governo estuda promover "programa de telemedicina", com o objetivo de avaliar sintomas e atenuar a prolifera��o do coronav�rus.
Bolsonaro fala em 'gripezinha'
Apesar do alerta do ministro da Sa�de sobre a gravidade da epidemia, o presidente Bolsonaro afirmou durante entrevista no Pal�cio da Alvorada que, depois da facada que levou em 2018, durante um ato eleitoral em Juiz de Fora, n�o ser� uma "gripezinha" que ir� derrub�-lo. A declara��o foi dada depois que ele foi questionado por jornalistas se aceitaria mostrar os exames aos quais foi submetido para apurar se havia contra�do o novo coronav�rus. Ele disse que os dois exames que fez deram negativo. "Depois da facada, n�o vai ser uma gripezinha que vai me derrubar n�o, t� ok? Se o m�dico ou o ministro da Sa�de me recomendar um novo exame, eu farei. Caso o contr�rio, me comportarei como qualquer um de voc�s aqui presentes", declarou.
Bolsonaro negou que a cr�tica � China feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho, tenha estremecido a rela��o diplom�tica com o pa�s. O deputado disse, em postagem nas redes sociais, que a culpa pela pandemia do novo coronav�rus seria do Partido Comunista chin�s. Ao ser questionado sobre o pedido de ajuda do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha ao governo chin�s, Bolsonaro respondeu que est� em contato com a China para a aquisi��o de materiais excedentes para combate ao coronav�rus no Brasil.
“Qual o problema? Tem liberdade. Ontem conversei com o presidente da Vale. Ele est� comprando muito material na China para doar para n�s. Pediu para a gente que a Receita facilitasse o desembara�o. Est� tudo resolvido. N�s mesmos estamos fazendo contato com a China porque eles est�o agora com material excedente l�, n�o tem problema nenhum com a China. N�o quero criar um clima com o agroneg�cio. N�o tem nada. Sem problema nenhum”, apontou.
Bolsonaro disse tamb�m que pensa em ligar para o presidente chin�s, Xi Jinping. Ainda assim, o chefe do Executivo disse que n�o v� motivo para crise. “Primeiro, qual � a causa? N�o h� nenhum problema com a China, zero problema com a China. Se tiver que ligar para o presidente chin�s, eu ligo sem problema nenhum. Qual � a acusa��o? Qual � o motivo desse problema? Que o v�rus teria nascido na China. � esse o motivo da crise? Voc�s tem escrito h� mais de dois meses que o v�rus nasceu na China”.
Mais quatro idosos mortos
Bras�lia - O Minist�rio da Sa�de confirmou 11 mortos e 904 casos positivos do novo coronav�rus em nova atualiza��o da situa��o nacional apresentada ontem. Nove casos fatais ocorreram no estado de S�o Paulo. Os outros dois foram no Rio de Janeiro. Os dois estados s�o tamb�m os que tem mais casos confirmados. S�o Paulo tem 396 pacientes diagnosticados e o Rio, 109. At� agora, h� transmiss�o comunit�ria no Rio de Janeiro (capital), Belo Horizonte, Porto Alegre, Santa Catarina (sul do Estado - regi�o Tubar�o), e em Pernambuco e S�o Paulo.
A Secretaria de Estado de Sa�de de S�o Paulo informou que os quatro pacientes tinham problemas de sa�de anteriores e foram atendidos em hospitais privados. S�o tr�s homens (70, 80 e 93 anos) e uma mulher (83 anos). No �ltimo balan�o, divulgado na quinta-feira, a secretaria havia confirmado cinco mortes. S�o Paulo tem 9.023 casos suspeitos e 345 confirmados da doen�a, incluindo quatro de outros estados e quatro de outros pa�ses. Em todo o Brasil, o Minist�rio da Sa�de informou que existem 819 infectados em 23 estados e no Distrito Federal.
“O paciente pertencia ao grupo de risco com doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica, diabetes e hipertens�o. Em 17 de mar�o, o caso foi notificado como suspeito ao Minist�rio da Sa�de e �s vigil�ncias epidemiol�gicas Local, Municipal e Estadual”, detalhou o hospital, por meio de nota oficial, sobre a morte do homem de 70 anos que estava internado em hospital particular que morreu ontem de manh�.
Todas as outras sete v�timas de S�o Paulo tamb�m eram homens idosas, com idades variando de 62 a 85 anos. O mais novo tinha doen�as cr�nicas e foi infectado por transmiss�o comunit�ria, j� que n�o foi poss�vel identificar de quem o homem contraiu a doen�a. Fora de S�o Paulo, h� outras duas mortes, ambas no Rio de Janeiro: uma mulher de 63 anos e um homem de 69. Nenhum deles tinham hist�rico de viagens, mas tiveram contato com pessoas que vieram do exterior e apontaram positivo para a COVID-19. O Minist�rio da Sa�de confirmou 621 casos de infec��o pelo novo coronav�rus no Brasil no �ltimo boletim.