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Estado de Minas CORONAV�RUS

A rotina de quem est� na estrada: caminhoneiros passam por dificuldades em crise do coronav�rus

Motoristas enfrentam falta de restaurantes e oficinas abertas. Pol�cia Rodovi�ria e Sest/Senat t�m feito parceria com distribui��o de almo�o e sabonetes para minimizar o problema


postado em 27/03/2020 17:47 / atualizado em 27/03/2020 21:55

Catarinense Mayckon César, de 35 anos, fazendo comida em cozinha improvisada(foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)
Catarinense Mayckon C�sar, de 35 anos, fazendo comida em cozinha improvisada (foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)

Durante os �ltimos 10 dias, a rotina do catarinense Mayckon C�sar, de 35 anos, foi sempre a mesma: percorrer as longas estradas esburacadas do Brasil dentro de seu caminh�o para garantir seu sustento e levar a mercadoria aos estabelecimentos comerciais. Vindo diretamente de Pernambuco, o caminhoneiro passou por muitas dificuldades nos �ltimos dias com a expans�o do coronav�rus no pa�s. Al�m da falta de restaurantes abertos, ele encontrou borracharias e oficinas fechadas para dar manuten��o para o ve�culo.

Mayckon optou por trazer a esposa e a filha de oito meses dentro do caminh�o, j� que v�rios �nibus tem sido barrados nos limites estaduais – eles seguiriam para Governador Valadares, onde residem. Para se adaptar � nova rotina, o motorista adaptou uma cozinha em seu caminh�o para fazer as refei��es di�rias. “Temos que saber sobreviver numa hora dessas. N�o sou muito de entrar em restaurantes, porque � caro. Mas temos encontrado v�rios problemas com essa pandemia, pois dependemos de bons mec�nicos, borracharias, e todos est�o fechados nos �ltimos dias”, ressalta o motorista.

Para evitar que os v�rios caminhoneiros do pa�s tenham dificuldades, a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), em parceria com o Sest/Senat e diversos volunt�rios, tem feito multir�es nas estradas do pa�s para distribuir refei��es e kits de higienes aos motoristas. Nos pr�ximos dias, os policiais estar�o em 135 pontos estrat�gicos no pa�s dando assist�ncias aos profissionais do volante. Al�m das “quentinhas”, eles recebem refrigerantes e sabonetes. “Todos est�o enfrentando problemas, mas precisamos ajudar nossos caminhoneiros para que n�o falte alimentos para todos n�s daqui para a frente”, diz o presidente do conselho regional do Sest/Senat, Rubens Lessa.
Mayckon optou por trazer a esposa e a filha de oito meses dentro do caminhã(foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)
Mayckon optou por trazer a esposa e a filha de oito meses dentro do caminh� (foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)

A PRF n�o tem se envolvido na regula��o dos com�rcios de beira de estrada, ficando sempre sob responsabilidade dos donos de estabelecimento a op��o de trabalhar ou ficar em quarentena. Mesmo assim, muitos comerciantes escolheram ficar com portas fechadas ou apenas trabalhar no fornecimento de marmitex. “As pessoas t�m que seguir as orienta��es das autoridades de sa�de. N�o h� nenhuma determina��o da Pol�cia Rodovi�ria em rela��o aos restaurantes das estradas”, diz o inspetor da PRF, Aristides J�nior. 

Motorista h� 24 anos, Daniel Sorriso, de 42, tentou se virar do jeito que conseguiu para comer e dar manuten��o ao seu ve�culo. Ele viajou de Belo Horizonte para Ipatinga e andou muito para achar um restaurante aberto. “Mesmo assim, nos ofereceram apenas um marmitex frio. A alimenta��o nesse per�odo do coronav�rus tem sido dificuldade. Tamb�m foi dif�cil encontrar um banheiro”. Ele esteve h� v�rias horas parado � espera de um conserto mec�nico no caminh�o, j� que a oficina estava trabalhando com metade da equipe. 

Daniel tamb�m se precaveu em rela��o � transmiss�o da doen�a. Em seu caminh�o, ele dirige com luvas e usa m�scaras, al�m do tradicional �lcool em gel, que ele aplica a todo momento no painel da cabine. “Temos que estar protegidos. Sempre evito contato direto com outros caminhoneiros”. 
Daniel dirige com luvas e usa máscaras, mesmo em rotas pelas estradas(foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)
Daniel dirige com luvas e usa m�scaras, mesmo em rotas pelas estradas (foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press)

Outro motorista, F�bio Francisco Peixoto, de 48, j� sabia dos riscos de encontrar restaurante fechado e levou sua pr�pria comida no caminh�o. Ele partiu cedo nesta manh� de sexta-feira de Arcos, no Centro-Oeste de Minas, para chegar a Ipatinga, onde descarregaria sua mercadoria. “Tenho visto os notici�rios e os problemas que todos passam. Por isso, optei por levar minha comida. Mesmo que tenha lugares que fornecem, nunca se sabe quando podemos parar na estrada”.

Mesmo com diversas mensagens em redes sociais no intuito de promover uma greve geral, sindicatos dos caminhoneiros em todo o pa�s asseguram que a classe n�o vai parar suas atividades durante o per�odo de pandemia no Brasil. Apenas os profissionais acima de 60 anos t�m sido afastados, por estarem no grupo de risco. Uma portaria foi publicada nesta sexta-feira considerando que postos de combust�veis e restaurantes em beiras de estrada s�o essenciais para permitir o transporte de alimentos. A medida surgiu justamente por reclama��es dos motoristas.

Na �ltima greve da categoria, em maio e junho de 2018, o pa�s viu faltar combust�veis nos postos e os supermercados ficarem desabastecidos – o pre�o da gasolina e do �lcool disparou em Belo Horizonte. A classe s� voltou atr�s depois que o presidente Michel Temer autorizou redu��o do �leo diesel em R$ 0,46 por litro na bomba.


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