(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CORONAV�RUS EM BH

Com lojas fechadas, Centro de BH tem queda na circula��o e reclama��es

H� comerciantes avaliando que movimento caiu cerca de 80%. Apesar das orienta��es para redobrarem cuidados, v�rios idosos ainda circulam pela regi�o central


postado em 31/03/2020 19:14 / atualizado em 31/03/2020 21:41

Ruas praticamente desertas: cenário do Centro de BH mudou em meio à pandemia(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Ruas praticamente desertas: cen�rio do Centro de BH mudou em meio � pandemia (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Comparado a uma ter�a-feira comum do per�odo em que o coronav�rus n�o era uma amea�a, o movimento pelas ruas do Centro de Belo Horizonte caiu drasticamente. O sil�ncio, a aus�ncia da costumeira horda de pessoas caminhando nas cal�adas e uma grande facilidade para atravessar as ruas davam o tom da nova cara de uma regi�o central nada nervosa. Basta uma volta para se espantar tamb�m com a quantidade enorme de farm�cias que h� na cidade. Com a determina��o de fechamento dos estabelecimentos comerciais que n�o prestam servi�os essenciais � popula��o, a grande maioria das lojas que est� de portas abertas � formada por drogarias. 


E mesmo nesse tempo de restri��es, v�rias lanchonetes continuam a funcionar. Mas, na maioria dos casos, sem a possibilidade de pedida do lanche no balc�o. Na porta de in�meros estabelecimentos, uma correntinha de pl�stico sugere que os clientes fa�am o pedido e paguem da cal�ada mesmo. Rodrigo da Silva Santos trabalha em uma lanchonete na Rua dos Tupinamb�s e observa que o movimento est� t�o baixo que nem precisa organizar fila em frente ao caixa, j� que elas nem chegam a se formar.

Com pouca circulação de veículos, atravessar as ruas do Centro virou tarefa simples(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Com pouca circula��o de ve�culos, atravessar as ruas do Centro virou tarefa simples (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Funcion�rio de um a�ougue, Jos� �ngelo Ferreira avaliava uma queda de 80% do movimento “Nessa loja aqui trabalhavam oito. Hoje, somos quatro. Por enquanto, os outros est�o de f�rias, mas, se continuar assim, acho que vai ter demiss�o”, projeta. A respeito da forma de atendimento, se a amea�a da doen�a exigiu algum cuidado especial, Jos� garante que seu time � “democr�tico”, com os pr�prios clientes se organizando para n�o criar aglomera��o, apesar de o movimento fraco raramente provocar essa situa��o.

Serviço essencial, as farmácias são o tipo de comércio que mais se encontra pela cidade(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Servi�o essencial, as farm�cias s�o o tipo de com�rcio que mais se encontra pela cidade (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Al�m de farm�cias e estabelecimentos ligados ao ramo da alimenta��o (lanchonetes, a�ougues e restaurantes), o que mais se v� funcionando no Centro de BH s�o “portinhas”, pequenas lojas que vendem bolsas, cal�ados e brinquedos. Janiel Salvador Fernandes trabalha em uma delas e avalia que o movimento desta ter�a-feira foi equivalente "a 20% de um dia normal". Mas, em lugar de reclamar, Janiel comemora as vendas, que foram superiores �s da semana passada.

Levir Edvar dos Reis reclama de cartório que atende de portas fechadas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Levir Edvar dos Reis reclama de cart�rio que atende de portas fechadas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Com um leve aglomera��o de pessoas, um cart�rio de registro civil na Rua dos Guaranis faz os atendimentos. “S� deixamos entrar para emiss�o de certid�o de nascimento e �bito. O resto n�s resolvemos na porta”, explica um funcion�rio que atende devidamente protegido por luvas e m�scara em uma pequena porta. � espera da segunda via da certid�o de nascimento da filha, na cal�ada, Levir Edvar dos Reis critica o servi�o do cart�rio e compara com o prestado pelo banco em que havia acabado de estar, que estava atendendo normalmente. “N�o sou a favor de abrir o leque para que todos se exponham, mas tinha que ter um crit�rio estabelecido para esse atendimento”, questiona.

Estação de ônibus na Avenida Paraná com pouco movimento de pessoas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Esta��o de �nibus na Avenida Paran� com pouco movimento de pessoas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Apesar do movimento constante de policiais, lojas que vendem produtos n�o muito essenciais, como instrumentos musicais e ferramentas, est�o com as portas semicerradas e uma boa desculpa na ponta da l�ngua: “Estou s� esperando uma mercadoria chegar”, alegou um funcion�rio que n�o quis se identificar. O balconista de um motel tipo sobe-desce, que tamb�m preferiu o anonimato, relatou que a doen�a e a recomenda��o do isolamento tamb�m esfriaram o setor. Entre taxistas, por�m, S�rgio Luiz Diniz comemorava o maior movimento registrado nos dois primeiros dias da semana. “Na semana passada, cheguei a ficar cinco horas e meia parado no ponto, mas nesta semana melhorou um pouco”, observa.  

O aposentado Ilacir Dos Santos foi ao centro da cidade para consertar o celular(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O aposentado Ilacir Dos Santos foi ao centro da cidade para consertar o celular (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

E, apesar das recomenda��o de que os idosos deveriam se proteger ainda mais, n�o era dif�cil encontrar alguns senhores de cabe�a branca por ali. Com 68 anos, e diab�tico (o que o deixa ainda mais vulner�vel em caso de cont�gio pela COVID-19), o aposentado Ilacir Dos Santos foi ao centro da cidade para buscar conserto do celular, que deixou de carregar a bateria. Chateado por n�o encontrar lojas abertas para colocar o telefone em uso novamente, Ilacir afirma que n�o teme a doen�a, n�o est� tomando cuidados especiais e aparentemente se confirma com a hip�tese de contrair a doen�a.

O aposentado Wilter Silveira, de 80 anos, diz que vai sempre ao Centro e que achou tudo muito parado. Foi a filha quem levou Wilter de carro para ir ao banco, outro idoso a admitir que n�o est� tomando cuidados especiais. “A dengue mata mais”, compara. Outro homem de 80 anos circulando pela regi�o central de BH, Saint Claire Rocha Cruz disse que havia se deslocado � procura de atendimento ban�rio. Ele tem uma empresa de pr�teses dent�rias no Edif�cio Mesbla, pr�ximo � Pra�a Rio Branco, fechada temporariamente por causa do coronav�rus. Mas revelou que n�o est� gostando nada da recomenda��o de ficar em casa.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)