
A promessa de um teste r�pido para coronav�rus � esperan�a para o fim do isolamento social. Isso porque o resultado do novo exame liberado pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) pode sair em at� 30 minutos e identificar se a pessoas que j� apresentaram sintomas de resfriados ou tiveram contato com infectados pelo Sars-CoV-2, o novo coronav�rus, foram contaminadas. Se a pessoa testar positivo, teoricamente, est� imune e livre para retornar �s suas atividades, dizem especialistas.
No entanto, o novo m�todo ainda n�o � utilizado em laborat�rios privados de Belo Horizonte, que permanecem com o teste chamado RT-qPCR. Esse exame demora pelo menos dois dias para ficar pronto – com a alta demanda, o prazo tem aumentado cada vez mais. Mas cada um dos testes oferece vantagens e desvantagens (veja quadro).

Atualmente o teste de RT-qPCR � realizado em maior escala. Ele � feito por meio da coleta de material da garganta e do nariz do paciente para detectar se a pessoa testada est� com a infec��o. Esse tipo de exame � capaz de detectar o v�rus logo nos primeiros dias da doen�a; no entanto, o resultado pode demorar entre dois e seis dias para ser liberado.
Os testes sorol�gicos n�o analisam o material gen�tico do v�rus, mas, sim, a presen�a de anticorpos contra ele. Dependendo do resultado, o teste pode sugerir que a pessoa j� teve contato com o v�rus e se j� desenvolveu resist�ncia contra ele.
O m�dico oncologista Andr� M�rcio Murad defende que os testes r�pidos sorol�gicos sejam usados primeiro para a popula��o com risco de infec��o diretamente ligado � sua atividade, como profissionais da sa�de, policiais, bombeiros e trabalhadores de servi�os essenciais. “Acho que o teste bem indicado e interpretado vai ser fundamental. A partir do momento em que o teste aponta que a pessoa est� imune, ela tem passaporte para circular livremente”, defende Murad.
Sabe-se que o ser humano produz anticorpos contra v�rios pat�genos, incluindo diversos tipos de v�rus. Os estudos com o novo coronav�rus ainda s�o muito recentes, mas acredita-se que a presen�a de anticorpos do tipo IgG indicaria uma poss�vel resist�ncia a ele. “J� houve testes em macacos, por exemplo, que adquiriram a imunidade ao Sars-CoV-2. Em estudos, o soro de pessoas que se contaminaram e se curaram est� sendo usado para tratar pessoas com quadros graves. Isso prova que a imunidade � inclusive passada adiante”, afirma o m�dico que � tamb�m p�s-doutor em gen�tica, professor da UFMG e pesquisador.
Impacto na economia
Apesar disso, � importante ressaltar que o v�rus pode sofrer muta��o e futuramente pesquisadores tenham que voltar a estudar novos m�todos de combate. Mas quanto ao micro-organismo que causou a pandemia, cientistas afirmam que ele � eliminado ap�s o primeiro cont�gio. Essa � a premissa que faz a medicina se aliar � economia. “Minha sugest�o como pesquisador, m�dico, professor e cidad�o � que o governo disponibilize esses testes em massa. Se der positivo, a pessoa, teoricamente, n�o vai se infectar mais nem infectar outra pessoa. Essa � a vantagem da testagem em massa. Isso vai ter um impacto muito produtivo na nossa economia”, finaliza.
A reportagem do Estado de Minas consultou laborat�rios da capital mineira que fazem o teste para a COVID-19. O Hermes Pardini informou que est� validando metodologia para teste r�pido, mas, “nesse momento”, a rede est� “priorizando a realiza��o dos exames de biologia molecular com a metodologia PCR, cuja demanda � muito grande em todo o pa�s”. O resultado demora seis dias �teis e s� � feito em domic�lio e com pedido m�dico, custando R$ 298.
No Laborat�rio S�o Marcos tamb�m n�o � adotado o novo m�todo. No entanto, n�o � necess�rio pedido m�dico para a coleta e execu��o do exame PCR. O resultado sai em cinco dias �teis e pode ser feito em laborat�rio sob agendamento, custando R$ 290, que podem ser divididos em at� seis vezes. Em resposta ao EM, o laborat�rio informou que aguarda outros estudos de valida��o do teste sorol�gico.
"A posi��o do Grupo S�o Marcos � de aguardar a conclus�o dos estudos de valida��o, para que, ent�o, se possa garantir a seguran�a do paciente e definir a forma como os testes ser�o utilizados no diagn�stico clinico individual: a partir de que dia, ap�s a exposi��o do paciente, ele ser� realizado e quantas vezes ser�o necess�rias as repeti��es."
"A posi��o do Grupo S�o Marcos � de aguardar a conclus�o dos estudos de valida��o, para que, ent�o, se possa garantir a seguran�a do paciente e definir a forma como os testes ser�o utilizados no diagn�stico clinico individual: a partir de que dia, ap�s a exposi��o do paciente, ele ser� realizado e quantas vezes ser�o necess�rias as repeti��es."
O Laborat�rio Personal Diagn�sticos Moleculares de Precis�o informou que vai oferecer ambos os testes, a partir da segunda quinzena de abril. Por�m, devido ao momento e � grande procura, mais de 40% dos testes encomendados j� foram reservados. A bi�loga, PhD em Gen�tica e diretora do laborat�rio, Juliana Carneiro defende que ambas as tecnologias s�o importantes para ajudar na detec��o dos casos positivos.
“O teste molecular deve ser realizado em pacientes que apresentam os sintomas de forma grave ou branda. O teste r�pido dever� ser aplicado �s pessoas que tiveram sintomas gripais ou possuem contato com pacientes doentes e precisam saber se j� possuem anticorpos e, com isso, voltar a trabalhar sem correr o risco de infectar outras pessoas”, explica a especialista.
“O teste molecular deve ser realizado em pacientes que apresentam os sintomas de forma grave ou branda. O teste r�pido dever� ser aplicado �s pessoas que tiveram sintomas gripais ou possuem contato com pacientes doentes e precisam saber se j� possuem anticorpos e, com isso, voltar a trabalhar sem correr o risco de infectar outras pessoas”, explica a especialista.