Numa �poca de grandes esfor�os do pa�s na luta contra o coronav�rus, quem lida diretamente com a morte tamb�m se atenta com os cuidados necess�rios para evitar contamina��es. Com o aumento de casos e �bitos na capital pela COVID-19, as funer�rias come�aram a tomar medidas de seguran�a para proteger funcion�rios no processo de libera��o dos corpos. As a��es passam pelo aumento de equipamentos especiais para os agentes, al�m do contato m�nimo com parentes dos mortos.
Desde a semana passada, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), vinculada ao Minist�rio da Sa�de, recomendou que os sepultamentos das v�timas por coronav�rus fossem feitos sem vel�rio, evitando aglomera��o de pessoas. O �rg�o tamb�m n�o aconselhou que fossem feitas aut�psias nos corpos, preservando a sa�de de m�dicos legistas e demais funcion�rios.
Em Minas Gerais, a maioria das funer�rias j� aderiu �s medidas de seguran�a, como uso de macac�o, m�scaras, luvas e �culos de prote��o. “Em casos de COVID-19, a recomenda��o � de que n�o podemos fazer a tanatopraxia (t�cnica de conserva��o dos cad�veres), j� que n�o haver� vel�rio. Logo, os corpos n�o s�o 'preparados' e ficam prontos para os enterros. Temos tamb�m o m�ximo de aten��o nas vestimentas dos nossos funcion�rios, para que eles fiquem seguros e fa�am o trabalho da melhor forma”, detalha o gerente da Funer�ria Central, Ramon Resende.
J� a Funer�ria Santa Casa BH determinou que seus funcion�rios passassem por um treinamento espec�fico para lidar com a nova situa��o. A gerente Luiza Neder garantiu que a empresa est� acompanhando todas as atualiza��es nas normas t�cnicas e decretos emitidos a respeito da COVID-19: “Estamos trabalhando em parceria com o Servi�o de Controle e Infec��es Hospitalares da institui��o para que os ajustes e as mudan�as nos regulamentos relacionados ao servi�o funer�rio sejam cumpridos para oferecer aos nossos funcion�rios seguran�a e tranquilidade”.
A funer�ria at� permite a realiza��o de vel�rios de pessoas que morreram com outros tipos de enfermidade. No caso, as cerim�nias ter�o de obedecer a uma cartilha espec�fica, como dura��o limitada a uma hora, permiss�o de entrada de 10 pessoas por vez, com dist�ncia mantida de 1 metro umas das outras, bem como medidas de isolamento social e higieniza��o adequada.
AUMENTO DE MORTES
Outro aspecto com que as funer�rias passaram a se preocupar foi justamente o aumento de servi�o, o que implica em necessidade de mais caix�es, coroas de flores e outros acess�rios. Al�m das tr�s mortes confirmadas pela Secretaria Estadual de Sa�de (SES) por coronav�rus at� esta quarta-feira (tr�s), o estado registra 314 casos e mais de 34 mil suspeitos – de acordo com �ltimo boletim da SES, 45 mortes est�o sob investiga��o.
Gerente da Funer�ra Santa Rosa, Rosemeire Oliveira entende que a empresa est� adaptada para o aumento de demanda: “Estamos preparados para atender os servi�os que sempre prestamos. Mas, se for necess�rio, vamos aumentar o n�mero de trabalhadores na jornada, inclusive cancelando folga de alguns”, diz. Ramon Resende assegurou que a funer�ria em que trabalha tamb�m conseguir� atender um maior volume, caso haja press�o nesse sentido. “O coronav�rus � algo novo para todos n�s. Na medida do poss�vel, temos como comportar um aumento da nossa demanda. Nossa produ��o d� conta do servi�o que temos diariamente”.