Solidariedade: dentistas mineiros doam viseiras para combater coronav�rus

Em meio � pandemia do novo coronav�rus, v�o surgindo gestos de solidariedade pelo pa�s. Dois dentistas de Belo Horizonte, o casal Patr�cia Bertges e Vin�cius Ara�jo, resolveram usar recursos pr�prios e se unir a empres�rios e entidades sociais para produzir viseiras de policarbonato a fim de ajudar na prote��o contra a COVID-19. A pe�a � produzida numa impressora 3D e garante mais prote��o a profissionais da sa�de do que as m�scaras comuns.

 

Em conversa com o Estado de Minas, o casal conta que a ideia de produzir esse material para doa��es surgiu de um grupo de amigos dentistas de todo o Brasil. “Est�vamos conversando e percebemos que t�nhamos os recursos para ajudar as pessoas. Ent�o, juntamos nossas for�as”, explica a dentista Patr�cia Bertges.

 

O material produzido pelas impressoras 3D, que antes da pandemia eram utilizadas para imprimir resinas e porcelanas, � mais seguro para os profissionais da sa�de do que as m�scaras descart�veis. “Al�m de serem feitas de um material resistente, ficam prontas rapidamente e s�o reutiliz�veis, bastando apenas higienizar o material ap�s o uso. Muitos especialistas no mundo inteiro recomendam essas viseiras em lugar das m�scaras”, diz o dentista Vinicius Ara�jo.

 

A prote��o est� sendo doada para asilos e profissionais da sa�de. Na pr�xima quinta-feira, uma remessa de 220 viseiras ser� entregue no Centro de Conviv�ncia Paulo Fagundes Fonseca Penido, localizado no Bairro Bonsucesso. “Admito que meu maior gatilho para fazer isso tudo foram os idosos nos asilos. A gente j� faz um trabalho solid�rio nesse sentido. Mas imaginar que essas pessoas, que muitas vezes foram abandonadas e est�o no grupo mais alto de coronav�rus n�o iam ter prote��o, foi isso que me motivou”, afirma Patr�cia. 

 

Al�m da institui��o o Hospital da Unimed, localizado na Av. do Contorno, e o Hospital J�lia Kubitschek, no Bairro Milion�rios, tamb�m v�o receber as doa��es.

 

As m�scaras descart�veis est�o em falta na capital mineira. De acordo com os dentistas, muitos profissionais da sa�de que trabalham na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte j� procuram as cl�nicas para receber ajuda. “Estamos em contato com um m�dico que trabalha em dois hospitais em BH e ele revelou que nesses hospitais j� n�o h� mais m�scaras. Ele agradeceu muito nossa iniciativa”, conta Patr�cia.

 

Depois de produzir mais de 100 viseiras, o casal encontrou uma solu��o mais r�pida e f�cil. De acordo com eles, em meio ao processo de produ��o, a ideia de fazer bra�adeiras em vez das viseiras se mostrou mais r�pida e barata. “Esteticamente elas n�o s�o mais bonitas, mas s�o eficazes da mesma forma. Para ter uma no��o b�sica, a viseira custa em torno de R$ 5 cada, a bra�adeira deve custar centavos”, explica Patr�cia. 

 

 

O produto � feito da mesma forma que as viseiras, mas sem ajuda das impressoras 3D. O trabalho � manual, envolvendo Patr�cia e alguns volunt�rios. Apesar disso, o casal ainda est� produzindo os dois materiais. 

 

“Voluntariamente todos os funcion�rios dos nossos consult�rios se dispuseram a ajudar na confec��o das viseiras. Temos a estimativa de produ��o di�ria de pelo menos 400 viseiras”, relata Vin�cius.

O casal de dentistas � especializado em cirurgias e urg�ncias. Por isso, n�o conseguiram entrar em isolamento social, como foi recomendado pelo Minist�rio da Sa�de. Ainda assim, eles v�m seguindo as recomenda��es sanit�rias para continuar atendendo pacientes que n�o podem adiar procedimentos. 

 

“Proibimos a entrada de acompanhantes. Al�m disso, s� atendemos de luvas, �culos e viseiras. Muito �lcool gel para a gente e para os pacientes tamb�m. As consultas est�o sendo marcadas com diferen�as de uma hora. Tudo para seguir atendendo as pessoas de maneira mais segura”, explica Vin�cius.

 

Patr�cia e Vin�cius contam com a ajuda financeira do empres�rio Gil Pereira e da Rede do Bem. Juntos, eles devem entregar na pr�xima semana um lote de 400 viseiras para  hospitais da cidade de Ipatinga. Mesmo com a ajuda, o casal ressalta que para a produ��o de mais viseiras e bra�adeiras qualquer ajuda � essencial.

 

  

*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Murta

 

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

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