As principais redes de farm�cias de Belo Horizonte come�am a reabastecer os estoques de hidroxicloroquina e cloroquina enquanto a demanda ainda � pequena. O medicamento � usado no tratamento de mal�ria e artrite. Depois que o presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez, defendeu nas redes sociais e em pronunciamento na TV, o uso da composi��o no tratamento para pacientes do coronav�rus, os estabelecimentos j� esperam aumento na procura do medicamento nos pr�ximos dias.
A droga come�ou a faltar nas prateleiras das farm�cias de todo o Brasil depois que pesquisas nos Estados Unidos, na China e na Fran�a apontaram que a composi��o apresentou bons resultados contra a COVID-19.
H� 20 dias, a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) enquadrou os medicamentos no grupo de controle especial, com exig�ncia de receita de 30 dias e venda e seis caixas (180 compromidos), no m�ximo. A medida surgiu para que as farm�cias fizessem um estoque para pacientes de outras doen�as e para que o rem�dios deixassem de serem adquiridos sem necessidade ou sem informa��o.
“N�o foi nada comentado ou cientificamente provado que a cloroquina fizesse efeito empacientes do coronav�rus. Mas a pr�pria Anvisa est� restringindo o uso desses medicamentos para que as pessoas possam tom�-lo da forma certa”, ressalta farmac�utica Cl�udia Ramos,que trabalha numa importante rede de farm�cias de Belo Horizonte. Coincidentemente, o estabelecimento havia recebido nessa quatra-feira uma grande remessa do rem�dios.
Em outra farm�cia, o medicamento estava em falta, com promessa de reabastecer o estoque
nos pr�ximos dias. Na vis�o do gerente Deivison da Silva, os laborat�rios estavam com dificuldade para atender ao mercado h� poucos dias: “Consegui com muito custo para um cliente uma caixa, mas foi um sofrimento. Os distribuidores n�o estavam tendo o medicamento.O laborat�rio produz de acordo com a demanda no mercado. Se existe uma procura, automaticamente ela foge do controle do laborat�rio. Pegou de surpresa”.
A hidroxicloroquina e a cloroquina podem ser encontradas na capital por pre�os que variam de R$ 82,50 a R$ 89,30. J� o gen�rico custa de R$ 55 a R$ 59,80 no mercado.
Contraindica��o
O medicamento � contraindicado em pacientes com les�es na retina ocular pr�-existentes.“� um medicamento que aumenta a prescri��o m�dica. Antes, era liberado e causava efeitos adversos, como cegueira”, afirma o farmac�utico Matheus Ribeiro, que disse que o estoque do rem�dio foi renovado h� v�rios dias.
No Brasil, n�o existem muitos fabricantes de cloroquina e hidroxicloroquina. De acordo com a Anvisa, os laborat�rios licenciados a produzir a cloroquina s�o a Crist�lia Ind�stria Farmac�utica, o Laborat�rio do Ex�rcito Brasileiro e a Fiocruz. J� a hidroxicloroquina � produzida pelas empresas Sanofi Farmac�utica, EMS, APSEN e Medley.
No m�s passado,o governo de Minas recolheu de v�rias farm�cias a hidroxicloroquina, cumprindo um decreto emitido pelo governador Romeu Zema (Novo), que autorizou a retirada de itens essenciais no tratamento de coronav�rus. Ainten��o era justamente controlar o uso dos medicamentos, garantindo tratamentos aos pacientes de lupus, e tamb�m j� pensando na possibilidade de us�-los nos hospitais para os casos de COVID-19.
Aumento da procura e doa��o
O Laborat�rio Apsen diz que j� h� maior demanda. "Em mar�o, registramos aumento na procura pelo Reunquinol. A empresa tem monitorado de perto esse movimento e vem colaborando com autoridades de sa�de p�blica, inclusive est� disposta a fazer doa��es para o tratamento
da COVID-19”, afirmou em nota.
Segundo o laborat�rio, seu parque industrial tem capacidade de quadruplicar a produ��o. “� importante frisar que a fabrica��o depende de mat�ria-prima importada. Em esfor�o junto ao governo indiano, estamos negociando a disponibiliza��o dos insumos que j� haviam sido negociados antes da proibi��o e esperamos receber os produtos o mais breve poss�vel”,afirmou.
Sobre os estoques de Reuquinol,o Apsen informou que mant�m contato com o Minist�rio da Sa�de e demais �rg�os para informa��o peri�dicas sobre a fabrica��o do medicamento.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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