
O sonho de aprender e se tornar fluente numa segunda l�ngua, o espanhol. Esse era o desejo dos irm�os Isac dos Santos Lopes, de 27 anos, e Isaura dos Santos Lopes, de 20, integrantes do Quilombo do Sua�u�, descendentes dos Piaus, no limite dos munic�pios de Coluna e Paulistas, no Vale do Rio Doce.
Ele relata que at� o in�cio do curso tudo parecia normal, mas, depois de uma semana, passaram a chegar not�cias sobre o v�rus. “Tudo come�ou a mudar. As aulas j� n�o eram mais presenciais, pois a escola foi fechada. As aulas eram pelo computador. Nosso retorno seria no dia 23. Procuramos a Latam, a companhia da qual temos passagem, mas diziam que o voo estava cancelado. Na �ltima hora, nos chamaram e mandaram que f�ssemos para o aeroporto nessa mesma data. Mas quando chegamos l�, disseram que n�o tinha avi�o, os voos tinham sido cancelados. A Argentina entrou em quarentena e n�o t�nhamos mais como voltar”.
Desespero
O primeiro problema era onde morar. Eles conseguiram resolver por sorte, como diz Isac. “Est�vamos alugando um quarto na casa de uma senhora. Como ela viu a nossa situa��o quando voltamos do aeroporto, falou que a gente podia ficar e que pagar�amos depois. Teremos de dar um jeito de acertar com ela. Pela alimenta��o pagamos 150 pesos por cada um, s�o duas ao dia, o que significa R$ 30 por dia, para cada um”.
A sa�da foi procurar ajuda no consulado brasileiro. Todos os dias. “O dinheiro que temos � s� para comer e, assim mesmo, dar� para 10, no m�ximo 15 dias”, afirma Isac.
Ele e a irm� estavam ainda na companhia de tr�s brasileiras, as capixabas Aline Pisara da Rocha, de 27 anos, Michelle Nayara Vieira dos Santos, de 27, e a mato-grossense Larissa Pares Galharte, de 27.
Surgiu uma possibilidade de deixar C�rdoba e a Argentina, mas ela n�o seria o ideal, segundo Isac, por estarem sem dinheiro. “O consulado mandou um informe dizendo que iremos de �nibus at� Uruguaia e que de l� estaremos por nossa conta e teremos de nos virar”.
A situa��o � ainda mais grave, como conta Isac. “No informativo, disseram que est�o conseguindo um �nibus, mas que n�o disp�em de recursos e, por isso, cada um ter� de pagar cerca de R$ 500. Isso para ficar em Uruguaiana”.
No desespero, Isac torce por uma mudan�a nos planos do consulado brasileiro. “Sabemos que o governo federal j� resgatou brasileiro na �frica do Sul, por exemplo. Ent�o, por que n�o nos buscam aqui? Tor�o para que essa decis�o mude. Caso contr�rio, n�o temos recursos para pegar esse �nibus”.
No desespero, Isac decidiu espalhar pedidos de ajuda nas redes sociais. Postoua hist�ria dele e da irm� e colocou sua conta para quem quiser ajudar: Banco do Brasil; Ag�ncia 5662-6; conta 7063-7. “Somos gratos a quem puder ajudar”.
