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Estado de Minas COVID-19

Motoboys devem ter cuidado redobrado com o coronav�rus

Entregadores que usam motos e bicicletas para atender pedidos diversos precisam se resguardar ainda mais para garantir a sa�de deles e dos clientes


postado em 13/04/2020 06:00 / atualizado em 13/04/2020 09:09

Cintia Rocha, de 42 anos, que trabalha como motogirl desde 2011, passou a ter sempre uma garrafa PET de água e detergente dentro do baú(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Cintia Rocha, de 42 anos, que trabalha como motogirl desde 2011, passou a ter sempre uma garrafa PET de �gua e detergente dentro do ba� (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
 
A regra � clara em tempos de pandemia de COVID-19: fique em casa. Mas, e quem trabalha o tempo todo na rua, fazendo as entregas que permitem justamente que a maioria da popula��o n�o saia?

A�, � preciso cuidado redobrado, muita f� e alguma coragem, como demonstram os mensageiros, que usam motos e bicicletas para transportar de comidas a rem�dios, de documentos a material de constru��o ou material de limpeza.

Normalmente apressados, �s vezes at� imprudentes, eles agora n�o precisam ser t�o ousados no tr�nsito com bem menos carros e �nibus. Mas seguem se arriscando para propiciar conforto �s pessoas.

“A gente est� trabalhando bastante, gra�as a Deus o movimento est� bom. Mas estamos tomando alguns cuidados extras. Agora, ando com �lcool gel na mochila, sempre uso luvas e a cada cliente que atendo eu lavo as m�os. Passei a ter sempre uma garrafa PET de �gua e detergente dentro do ba�”, afirma Cintia Matos Rocha, de 42 anos e que desde 2011 trabalha como motogirl.
 
O cuidado � redobrado quando a entrega � de alimentos. At� porque, segundo os profissionais, os pr�prios clientes est�o mais exigentes quanto ao asseio dos entregadores.
 
Mesmo quando fica dif�cil de compactuar maior controle da higiene, d�-se um jeito. Como tem feito Luiz Fernando Mour�o, de 32 anos, que desde o fim do ano passado usa uma bicicleta para entregar principalmente comida em Belo Horizonte.

Luiz Fernando Mourão, de 32 anos, usa máscara principalmente na hora de entrar nos prédios para fazer entregas (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Luiz Fernando Mour�o, de 32 anos, usa m�scara principalmente na hora de entrar nos pr�dios para fazer entregas (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


“� dif�cil usar m�scara enquanto pedalamos. Mas colocamos sempre para entrar nos pr�dios, na hora de fazer as entregas. Tamb�m passamos �lcool gel antes e depois de manusear os produtos”, diz ele, que normalmente deixa os pacotes nas portarias ou entradas das casas. “Quando a gente tem de subir em um apartamento, a� temos de tomar mais alguns cuidados. Por exemplo, espero para usar sozinho o elevador.

Protocolos


O novo coronav�rus tamb�m obrigou a cria��o de protocolos mesmo quando os entregadores j� n�o est�o mais trabalhando. Seguindo recomenda��es das autoridades sanit�rias, eles tomam precau��es especiais quando chegam em casa.

“Minha fam�lia eu protejo sempre. Roupas v�o direto para lavar quando chego em casa e o sapato fica sempre do lado de fora”, explica Cintia.

“Moro em uma rep�blica e nunca entro com minha mochila de trabalho, que lavo sempre que posso. E quando chego em casa, vou direto para o chuveiro, coloco roupa para lavar. Mas n�o posso parar, estou rodando direto”, argumenta Luiz Fernando.

Correria


� justamente por n�o poder parar que alguns entregadores acabam relaxando com os cuidados importantes em �poca de pandemia. E a� � sempre bom contar com �lcool gel ou uma pia com sab�o nos estabelecimentos onde v�o buscar os produtos a serem entregues nas casas das pessoas.
 
“�s vezes, nem temos tempo. Quando a demanda aumenta voc� corre para pegar os pedidos e por a� vai, entendeu? Mas toda vez que chego em um local que tem �lcool gel, eu uso. Se tem jeito, lavo a m�o”, afirma Samuel Alexandrino da Silva, de 21 anos, e que h� dois desempenha a fun��o na capital mineira, primeiro a p� e agora em cima de uma bicicleta.
 
� justamente pela necessidade que os entregadores aceitam arriscar a pr�pria sa�de nas ruas de Belo Horizonte. Por mais que se cuidem, sabem que est�o sujeitos a ser contaminados, n�o s� pelo novo coronav�rus, mas tamb�m por outras doen�as.

“Entre as coisas que entrego est�o medicamentos. Ent�o, pode ocorrer de ter contato com quem est� infectado (coronav�rus). Por isso, � importante ter cuidado, a gente fica alerta. Afinal, n�o d� para saber o que cada um pode ter”, declara Luiz Fernando.

“N�o temo (ser contaminado), Deus nos protege. Al�m do mais, preciso sustentar a minha fam�lia e estou na rua para isso e tamb�m para que os clientes possam ficar em casa. Mesmo assim ainda tem uns que nos prejudicam, falam que n�o receberam o lanche, a pizza. Mas temos de continuar trabalhando”, desabafa Samuel.

Entregador decide parar por causa da fam�lia


Por medida de segurança, o motoboy José Carlos Teixeira, com a filha Júlia, de 10 anos, está em casa desde 20 de março(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Por medida de seguran�a, o motoboy Jos� Carlos Teixeira, com a filha J�lia, de 10 anos, est� em casa desde 20 de mar�o (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Nem todos os entregadores de Belo Horizonte se mantiveram em atividade durante este per�odo de restri��o de atividades para conter o avan�o do novo coronav�rus. H� quem prefere o distanciamento social, ainda que isso traga preju�zo financeiro. ï¿½ o caso do motoboy Jos� Carlos Teixeira, de 49 anos.

Acostumado a cruzar a capital mineira v�rias vezes ao dia transportando os mais variados materiais, de documentos a projetos de engenharia e arquitetura, ele pensou na fam�lia ao decidir interromper as atividades h� pouco mais de 20 dias.
 
“Resolvi parar por causa da fam�lia, tenho uma filha de 10 anos e um filho de 19. Por medida de seguran�a, estou em casa desde 20 de mar�o. Melhor n�o ganhar (dinheiro) do que correr o risco de perder um ente querido”, afirma Jos� Carlos, conhecido como Zezinho pelos clientes.
 
Para se manter, ele vem gastando o que conseguiu economizar durante a vida, inclusive nos 19 anos em que exerce a profiss�o. Para amenizar a situa��o, Zezinho espera ter o pedido para receber o aux�lio emergencial do governo, no valor de R$ 600 durante tr�s meses, aprovado. “Vai ajudar bem, inclusive para a gente poder continuar se cuidando melhor ainda”, argumenta.
 
O motoboy acredita ter recursos para se manter por mais dois meses. Por�m, n�o v� a hora de voltar a rodar pelas ruas e avenidas da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, n�o s� por necessidade, mas por gostar do que faz. “Este � um momento complicado, mas vai passar. Sem um ganho a gente fica um tanto quanto preocupado, mais vai dar tudo certo. Tenho certeza que h� de se resolver”, acredita Zezinho. (PG)

Cartilha para os motoboys


Os diversos aplicativos de entrega de produtos t�m sempre procurado instruir os colaboradores sobre a import�ncia das medidas de profilaxia, ainda mais em �poca de pandemia. 

O problema � que nem sempre conseguem mobilizar os trabalhadores, como � poss�vel atestar ao se passar por quarteir�es fechados da Pra�a Sete, no Centro, ou da Pra�a da Savassi, ambos em Belo Horizonte. Nesses locais, � comum ver entregadores sentados no ch�o ou escorados em canteiros, al�m de mochilas para o transporte de alimentos jogados.
 
A instru��o, por�m, � outra. Uma das empresas de aplicativo especializada em delivery de comida elaborou uma cartilha para os entregadores. “A transmiss�o acontece de pessoa para pessoa por meio de got�culas de saliva. Apenas uma tosse j� pode carregar o v�rus e contaminar ma�anetas, mesas, pap�is. Ent�o, � bom prestar bastante aten��o por onde anda”, diz, aconselhando que o colaborador “lave sempre as m�os e punhos com �gua e sab�o; passe �lcool em gel quando n�o puder lavar as m�os; evite dividir copos, talheres e objetos de uso pessoal; e n�o fique perto de pessoas que apresentem os sintomas”. Tamb�m distribuiu kits com �lcool gel e criou a “entrega sem contato”.
 
A falta de contato entre entregadores e os clientes tamb�m foi adotada por outra gigante do setor. Al�m disso, diz que est� “fornecendo orienta��es aos restaurantes parceiros para garantir que todos os pedidos sejam adequadamente lacrados em embalagens inviol�veis”. E tamb�m est� sempre “em contato com autoridades locais de sa�de p�blica” e “seguindo as orienta��es” para o fazer o que puder para ajudar a impedir a propaga��o do novo coronav�rus.

O que � o coronav�rus?

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 � transmitida?

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia


Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

Especial: Tudo sobre o coronav�rus 

Coronav�rus: o que fazer com roupas, acess�rios e sapatos ao voltar para casa

Coronav�rus � pandemia. Entenda a origem desta palavra


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